Comentários curtos de cinema Parte 7 – (29/06 a 28/07/13)

Filmes abordados:

Banho de Sangue (Reazione a Catena, Itália, 1971)
Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, EUA, 2013)
Guerra Mundial Z (World War Z, EUA, 2013)
Homem de Aço, O (Man of Steel, EUA / Canadá / Inglaterra, 2013)
Queen of Blood (EUA, 1966)
The Lost Skeleton of Cadavra (EUA, 2001)
Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, EUA, 2013)
Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, EUA, 1959)
Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013)




* Banho de Sangue (Reazione a Catena, 1971) – Também conhecido como “A Bay of Blood” (título americano) e “A Mansão da Morte” (outro nome alternativo no Brasil). Filme italiano do cultuado diretor Mario Bava (1914 / 1980), de “A Maldição do Demônio” / “A Máscara de Satã” (1960). Uma baía rodeada por uma floresta e belas casas, é alvo de disputa por várias pessoas interessadas em sua riqueza imobiliária, depois que a proprietária, uma velha senhora numa cadeira de rodas, é brutalmente assassinada por enforcamento. Na ambição de tomar posse do local, muitas mortes violentas acontecem com todos os envolvidos tornando-se suspeitos. Considerado como um dos precursores do sub-gênero “slasher”, estilo bastante explorado depois, principalmente nos Estados Unidos com “Halloween”, “Sexta-Feira 13” e tantos outros, esse filme italiano filmado com baixo orçamento apresenta muitas mortes gráficas sangrentas e de formas variadas, algo ousado na época, com um roteiro cheio de reviravoltas e suspeitos dos crimes para todos os lados. (RR – 08/07/13)

* Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, 2013) – Western com elementos de humor que estreou nos cinemas em 12/07/13. Um índio comanche renegado, Tonto (Johnny Depp), se une a um advogado que quer que a justiça no selvagem oeste americano seja feita sem o uso de violência, John Reid (Armie Hammer). Juntos, eles tentam combater um criminoso assassino, Butch Cavendish (William Fichtner) e um empresário sem escrúpulos, Cole (Tom Wilkinson), que está construindo uma estrada de ferro e está disposto a eliminar qualquer obstáculo que atrapalhe seus planos de fazer dos trens um negócio bem sucedido para o futuro. Com direção de Gore Verbinski e produção milionária de Jerry Bruckheimer, o filme tem quase 150 minutos de pura aventura e ação em exageradas cenas mirabolantes de situações improváveis, que somente a magia do cinema e a imaginação sem limites dos roteiristas pode proporcionar. Johnny Depp é um ator muito carismático e está ótimo, como de costume, dessa vez no papel de um índio com a cara pintada. Diversão garantida.  (RR – 20/07/13)

* Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) – Blockbuster de ação com elementos de Horror, entrando nos cinemas em 28/06/13 com opção de exibição em 3D, e trazendo o famoso ator Brad Pitt na liderança do elenco. Um vírus espalha rapidamente uma contaminação no planeta, transformando os infectados em zumbis extremamente ágeis e agressivos, destruindo cidades inteiras e ameaçando a continuidade da humanidade. Um ex-agente da ONU, Gerry Lane (Brad Pitt), experiente na atuação em áreas de conflito ao redor do mundo, tenta salvar sua família em meio ao caos, mantendo-na em algum local seguro. Ele é novamente convocado para encontrar uma solução para a epidemia, viajando por diversos países à procura de informações que possam interromper ou combater a praga. Os elementos de Horror são os zumbis, que infelizmente são apenas coadjuvantes numa história de ação repleta de correrias e todos os clichês característicos. Quase não há sangue e a violência é moderada, com as cenas mais fortes ocorrendo “off screen”, num filme com apelo popular para atingir um público maior e obter melhor retorno de bilheteria. Brad Pitt está pouco inspirado e apesar das quase duas horas serem bem agitadas e até garantirem uma diversão passageira, “Guerra Mundial Z” como filme de horror e de zumbis, é apenas mediano e rapidamente esquecível. E o desfecho, diferente do habitual clima depressivo das histórias similares, proporciona um gancho para uma sequência que já foi anunciada pelos produtores. (RR – 29/06/13)

* Homem de Aço, O (Man of Steel, 2013) – Mais um filme situado no universo ficcional de “Superman”, estreando nos cinemas em 12/07/13 com opção de exibição em 3D, e dirigido por Zack Snyder. O planeta Krypton está enfrentando um colapso natural por causa da exploração desenfreada de seus recursos, e antes da destruição total, um bebê é enviado numa nave para o espaço para fugir da catástrofe, indo parar na Terra. Adotado pelo casal Jonathan Kent (Kevin Costner) e sua esposa Martha (Diane Lane), o garoto recebeu o nome Clark e passou sua infância e adolescência tentando entender e administrar seus poderes de força descomunal devido sua origem alienígena em contato com as condições naturais de nosso planeta. Já adulto (Henry Cavill), ele procura descobrir suas origens, conhece uma repórter investigativa, Lois Lane (Amy Adams), por quem se apaixona, e tem que enfrentar sobreviventes remanescentes rebeldes de Krypton, liderados pelo General Zod (Michael Shannon), que querem exterminar a humanidade. “O Homem de Aço” é uma Ficção Científica com exagerados elementos de ação, numa overdose de explosões, destruições em massa, tiroteios e brigas acrobáticas, tudo devidamente amparado pela tecnologia da computação gráfica. O visual de Krypton é bem interessante, assim como as naves alienígenas e as cenas de perseguições aéreas. O roteiro, a despeito das inevitáveis situações previsíveis como a relação entre Clark Kent e Lois Lane, tem bons momentos dramáticos, principalmente nas cenas com o pai adotivo do herói. Exemplar típico do cinema pipoca que diverte em suas quase duas horas e meia de duração, apesar dos exageros e clichês. (RR – 13/07/13)

* Queen of Blood (1966) – Ficção científica bagaceira dos anos 60 do século passado, com direção e roteiro de Curtis Harrington, o mesmo de outras tranqueiras como “O Planeta Pré-histórico” (Voyage to the Prehistoric Planet, 1965). O elenco tem nomes conhecidos como o veterano Basil Rathbone e os sempre presentes John Saxon e Dennis Hopper. A produção é de Roger Corman e Samuel Z. Arkoff, e foi distribuído pela “AIP” (American-International Pictures). A história é ambientada em 1990 (no futuro da época de produção), e a humanidade trabalha unida numa agência espacial international. Eles recebem uma transmissão de rádio com uma raça alienígena se comunicando informando a intenção em visitar nosso planeta. Porém, a nave deles sofre um acidente e cai no caminho em Marte, forçando o envio de uma equipe de resgate da Terra. Sob o comando do cientista Dr. Farraday (Basil Rathbone), coordenando os trabalhos na base, uma nave terráquea é enviada levando os astronautas Anders Brockman (Robert Boon), Paul Grant (Dennis Hopper) e Laura James (Judi Meredith). Após não encontrarem sobreviventes na nave alienígena, outro foguete pousa num satélite de Marte, com os astronautas Allan Brenner (John Saxon) e Tony Barrata (Don Eitner), e lá eles localizam uma pequena nave auxiliar alienígena com misteriosa mulher de pele verde (Florence Marly), que é resgatada. Os astronautas humanos então se encontram e rumam de volta para casa, porém a hóspede de outro planeta revela um desejo mortal pelo sangue dos humanos (daí um dos títulos originais do filme). Produção de baixíssimo orçamento com todos os clichês típicos dos filmes bagaceiros (e por isso mesmo divertidos) de FC com elementos de Horror das décadas de 1950 e 60. Os efeitos especiais das naves viajando pelo espaço foram retirados de filmes russos do mesmo período. Curiosamente, temos a presença numa ponta do colecionador e editor Forrest J. Ackerman, responsável pela revista “Famous Monsters of Filmland”, como o ajudante do Dr. Farraday. Já o renomado ator Basil Rathbone teve uma participação especial tanto neste como no anterior “O Planeta Pré-histórico”, emprestando seu prestígio para a produção. No Brasil, segundo o livro “Ficção Científica” (1986), de Gilberto Schoereder, o filme recebeu o nome de “Planeta Sangrento”. (RR – 23/07/13)

* The Lost Skeleton of Cadavra (2001) – Com fotografia intencionalmente em preto e branco para homenagear e parodiar os divertidos filmes bagaceiros de Ficção Científica e Horror da década de 1950, com histórias absurdas e efeitos toscos, “The Lost Skeleton of Cadavra” é dirigido e escrito por Larry Blamire (que também participa como ator). No roteiro, temos três subtramas em paralelo que se cruzam pelo mesmo objetivo, que é utilizar o forte poder de um elemento radioativo que veio do espaço num meteoro. Um cientista, Dr. Paul Armstrong (Blamire) e sua esposa Betty (Fay Masterson), procuram numa floresta o local da queda desse meteoro, objeto de estudo do concentrado cientista para o bem da humanidade. Outro “cientista louco”, Dr. Roger Fleming (Brian Howe), está procurando uma caverna onde estaria escondido um “esqueleto perdido” (do sonoro título original) com poderes sobrenaturais. Ele utiliza esses poderes para criar uma mulher, Animala (Jennifer Blaire), que traz características de animais da floresta como esquilos e raposas. E uma nave espacial parecida com um foguete, tripulada pelo casal de alienígenas humanóides Kro-Bar (Andrew Parks) e sua esposa Lattis (Susan McConnell), teve que fazer uma aterrissagerm forçada na Terra e precisa do mesmo elemento radioativo para voltar para casa. Tudo foi filmado de forma proposital e exagerada para lembrar aquelas preciosas tranqueiras dos anos 50 do século passado, com diálogos ridículos e efeitos fuleiros, não faltando o monstro mutante do espaço numa fantasia de borracha, e a nave espacial de fundo de quintal, sem contar o tal esqueleto, que é hilário de tão bagaceiro. Teve uma sequência em 2009, “The Lost Skeleton Returns Again”, também com direção e roteiro de Larry Blamire, e parte do mesmo elenco. (RR – 02/07/13)

* Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, 2013) – A franquia “Todo Mundo em Pânico”, criada para parodiar principalmente os filmes de horror, foi iniciada em 2000 e teve sequências em 2001, 2003 e 2006, todas lançadas nos cinemas daqui. Depois de sete anos, os produtores decidiram retormar a série e veio então a parte 5, que entrou em cartaz em 28/06/13. Dessa vez o alvo escolhido inclui filmes como “Planeta dos Macacos: A Origem”, a franquia “Atividade Paranormal”, “Mama”, “A Morte do Demônio”, “Cisne Negro” e outros. A história é extremamente banal, não tem a menor importância e não faz sentido, pois a proposta mesmo é intencionalmente, através de puro besteirol, tirar um sarro de outros filmes. Só que, se em alguns dos filmes anteriores e em alguns poucos momentos, até existiram cenas de razoável diversão, nesse episódio 5 a coisa não funciona em nenhum momento, mesmo com um esforço imenso em tentar rir de alguma situação. Ou seja, a franquia deveria acabar definitivamente, pois esse filme 5 é tão patético que nem deveria ter sido produzido. Totalmente dispensável, não vale nem ver em DVD alternativo. (RR – 01/07/13)

* Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, 1959) – Produzido e dirigido pelo “Rei dos Filmes B” Roger Corman em 1959, e com roteiro de Charles B. Griffith (de “A Besta da Caverna Assombrada”), “Um Balde Sangue” é uma comédia de humor negro com elementos sutis de horror e violência sugerida. Foi filmado em preto e branco em apenas 5 dias, utilizando os mesmos cenários de “A Pequena Loja dos Horrores” (1960), outra parceria de humor negro entre Corman e o mesmo roteirista Griffith. Na história, Walter Paisley (Dick Miller), é um garçon que trabalha num bar noturno, que sempre é ignorado pelos clientes e colegas de trabalho, e tem um sonho de ser um artista reconhecido. Depois que acidentalmente ele mata o gato de uma vizinha curiosa, e para esconder o delito ele cobre o cadáver do animal com argila, transformando-o numa escultura, todos ao seu redor passam a admirá-lo como um artista notável. Mas, para manter a fama, ele se vê obrigado a continuar a “fabricar” estátuas, tornando-se com isso um assassino. Filme bem curto, com pouco mais de uma hora de duração, numa produção de baixíssimo orçamento, característica de Corman. Diversão rápida indicada para os apreciadores de filmes “B”, com um desfecho trágico. Teve uma refilmagem em 1995, numa produção especialmente para a televisão.  (RR – 27/07/13)

* Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013) – Filme situado dentro do universo ficcional de “X-Men”, que já conta com vários filmes, e que entrou em cartaz nos cinemas em 26/07/13. O mutante Logan (Hugh Jackman), o “Wolverine” de “X-Men”, está vivendo como um andarilho quando é convidado a ir até o Japão para receber o agradecimento de um homem idoso doente terminal, Yashida (Hal Yamanouchi), que havia sido salvo por ele na Segunda Guerra Mundial, e que tornou-se um bem sucedido empresário de uma corporação de empresas de tecnologia. Lá, Logan conhece a neta do velho, Mariko (Tao Okamoto), que deverá herdar o império e está sendo perseguida por mafiosos. Ele então passa a protegê-la, com a ajuda da jovem Yukio (Rila Fukushima), envolvendo-se numa complicada conspiração e enfrentando pela primeira vez dificuldades físicas após ter sido infectado por uma mutante, Viper (a russa Svetlana Khodchenkova). Diversão para quem aprecia overdose de ação, pancadarias, lutas e perseguições em várias cenas extravagantes (especialmente uma num trem bala em movimento), e com um desfecho exagerado. Atenção para uma cena interessante após os créditos finais. (RR – 28/07/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 6 (06/05 a 23/06/13)

Filmes abordados:

Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, EUA, 2013)
Depois da Terra (After Earth, EUA, 2013)
Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, EUA / Canadá, 2013) animação
Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, Inglaterra, 1958)
Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, EUA, 2013)
Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, EUA, 1957)
Reino Escondido (Epic, EUA, 2013) animação
Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, EUA, 2013)
Universidade Monstros (Monsters University, EUA, 2013) animação


* Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, 2013) – Mais um filme da cultuada franquia “Star Trek”, criada por Gene Roddenberry (1921 / 1991) e cujo fenômeno popular se iniciou com uma série de TV nos anos 60 do século passado, abrangendo um universo ficcional imenso composto por várias outras séries para a telinha, animação, quadrinhos e filmes para cinema. O assunto é tão vasto e complexo que seria necessário um texto gigantesco para tentar situar o espectador não muito familiarizado com a saga. Esse filme em questão, dirigido por J. J. Abrams e que entrou oficialmente nos cinemas brasileiros em 14/06/13 com opção de exibição em 3D, é o segundo com atores mais jovens interpretando a tripulação original, seguido de “Star Trek” (2009), com o Capitão Kirk (Chris Pine), o Oficial de Ciências Spock (Zachary Quinto), o médico Dr. McCoy (Karl Urban) e os outros tripulantes que marcaram a memória dos fãs. Em “Além da Escuridão”, a história utiliza elementos apresentados em “Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan” (1982), onde a tripulação da nave estelar Enterprise precisa enfrentar um vilão extremamente perigoso e inteligente (interpretado por Benedict Cumberbacht), que está por trás de violentos atos terroristas e esconde segredos que podem mudar o rumo da Federação. Muita ação em cenas bem improváveis (não para a magia do cinema), e efeitos especiais impressionantes típicos de uma grande produção de FC, recomendada para os apreciadores do gênero. (RR – 21/06/13)

* Depois da Terra (After Earth, 2013) – Aventura de Ficção Científica dirigida por M. Night Shyamalan e com Will Smith, estreando nos cinemas brasileiros em 07/06/13. Após 1000 anos de uma catástrofe transformar a Terra num ambiente impróprio para a humanidade, esta se refugiou em outro planeta chamado Nova Prime. O General Cypher Raige (Will Smith), conhecido pela bravura e disciplina militar decide levar seu filho de 13 anos Kitai (Jaden Smith) para uma missão de treinamento, porém a nave se choca com uma chuva de asteróides e na tentativa de fuga cai na perigosa Terra, repleta de animais selvagens e ambiente hostil para humanos. A única chance de vida para o garoto e seu pai ferido é encontrar um sinalizador perdido na queda, obrigando o jovem a enfrentar uma aventura mortal pela selva à procura do artefato. Shyamalan é um cineasta indiano conhecido pelas incursões no gênero fantástico, e pelas reviravoltas nos roteiros, geralmente dividindo radicalmente a opinião dos fãs. Nesse caso de “Depois da Terra”, ele optou por um filme mais tradicional com roteiro adaptado de uma história do ator Will Smith, trazendo todos os clichês de filmes de luta pela vida num ambiente adverso, exagerando em muitos momentos com situações inverossímeis de chances quase nulas de sobrevivência em eventos previsíveis. Will Smith está estranho num papel extremamente sério e seu filho na vida real Jaden parece deslocado na grande responsabilidade de personagem principal. Um filme apenas mediano, que vale pelos bons efeitos especiais, mas que não ficará na memória por muito tempo. (RR – 09/06/13)

* Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, 2013) – Animação com elementos de ficção científica que entrou em cartaz nos cinemas em 30/05/13. No planeta Baab, onde a população é azul, o astronauta truculento Scorch Supernova é um herói por suas aventuras espaciais, fazendo dupla com seu irmão inteligente Gary, que controla as missões “apertando botões” em solo. As coisas se complicam quando uma missão para o temível planeta Terra fracassa e o astronauta é capturado, forçando Gary a sair da base e resgatar seu irmão. Aventura de FC para todas as idades com todos os clichês do gênero num roteiro trivial, não faltando a tão misteriosa “Área 51” e o militar terráqueo arrogante. Além de várias homenagens e citações de outros filmes, uma em especial é a cena de perseguição no interior de um canyon entre aviões da Terra e a nave alienígena de Baab pilotada por Gary, numa clara referência ao clássico “Star Wars” (1977). (RR – 08/06/13)

* Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, 1958) – Produção inglesa com fotografia em preto e branco, dirigida por Arthur Crabtree e com roteiro baseado na história “The Thought Monster”, de Amelia Reynolds Long. Filme curto (apenas 75 minutos) da década de 1950 do século passado, com história absurdamente divertida, e com dois títulos nacionais. O primeiro e mais coerente pela tradução literal, “Monstro Sem Face” (conforme o livro “Ficção Científica”, de Gilberto Schoereder, 1986), e o outro pessimamente escolhido quando lançado em DVD, “O Horror Vem do Espaço”, pois a história não tem relação com algo vindo do espaço. As ações se passam numa base militar americana e canadense, que trabalha com pesquisas com energia nuclear para o desenvolvimento de um potente radar atômico que possibilitaria espionar atividades suspeitas na antiga União Soviética, durante o conturbado período da guerra fria. Porém, soldados e moradores de uma pequena cidade próxima, aparecem mortos e estampando o horror em suas faces desesperadas. O Major Cummings (Marshall Thompson) é destinado para invertigar os misteriosos assassinatos e em paralelo, tenta defender a mocinha Barbara Griselle (Kim Parker), irmã de uma das vítimas dos demônios invisíveis. Ele descobre relações entre as bizarras experiências de um cientista, Prof. Walgate (Kynaston Reeves), com a materialização de pensamentos e a influência destrutiva da energia radiativa dos reatores atômicos da base militar, criando monstros inicialmente “sem rostos” e depois visíveis na forma grotesca de um cérebro com espinha dorsal. Percebemos aqui uma influência e relações com a ideia central do clássico de FC “Planeta Proibido” (1956), onde um terrível monstro invisível, criado pela mente perturbada de um cientista, ataca um grupo de astronautas que chegam num planeta colonizado por humanos. Com efeitos especiais de “stop motion” complexos para a época, ao mostrar os monstros e seus movimentos de ataque, e situado dentro do ambiente que retrata a paranóia da guerra fria e o medo dos efeitos nocivos da energia nuclear, o filme “O Horror Que Vem do Espaço” (na verdade, que vem do “pensamento”), é mais uma garantia de diversão para quem aprecia essas preciosas tranqueiras do cinema bagaceiro antigo de FC & Horror. (RR – 26/05/13)

* Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, 2013) – Mais um filme dentro do universo ficional criado pelo indispensável clássico “O Massacre da Serra Elétrica” em 1974, dirigido por Tobe Hooper. Dessa vez, estreando em nossos cinemas em 17/05/13 com exibição em 3D, a história se inicia com uma continuação exata de onde termina o clássico dos anos 70. Após a família canibal de “Leatherface” (o maníaco que mata suas vítimas com uma serra motorizada e usa uma máscara de pele humana) ser dizimada num incêndio criminoso, as ações passam para muitos anos à frente onde uma garota, Heather Miller (Alexandra Daddario), recebe uma notificação informando que herdou uma casa numa região rural no Texas. Ela parte então para lá acompanhada de alguns amigos, não imaginando os horrores que a aguardavam obrigando-a a lutar pela vida. Tem sangue e cenas violentas. Mas, é só isso, pois o roteiro é ruim e cheio de falhas, não conseguindo estabelecer aquele clima sombrio tão evidente no filme original, fazendo o espectador não se envolver com a história banal. Algumas cenas são patéticas como a perseguição de Leatherface, ávido em dilacerar a mocinha e indo parar num parque de diversões lotado, sem contar que os jovens acéfalos apenas nos fazem torcer por suas mortes dolorosas. Ainda assim vale conhecer, mas somente por fazer parte da franquia. (RR – 25/05/13)

* Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, 1957) – Produção menor da “Universal”, dirigido por John Sherwood e com fotografia em preto e branco, vindo da saudosa década de 1950, um período fértil em filmes bagaceiros de FC & Horror com histórias absurdas e por isso mesmo super divertidas. Nesse caso, um meteoro chega à Terra trazendo misteriosas pedras negras que em contato com água crescem de forma descomunal, transformando-se em imensos monolitos monstruosos (daí o título original), que desabam destruindo tudo ao redor e gerando novas pedras num processo contínuo de crescimento e destruição, impulsionado pelas chuvas. Além também de trazer o horror para as pessoas que entram em contato com essas pedras, as quais retiram o silício de seus corpos, endurecendo a carne e transformando suas vítimas em estátuas solidificadas. Uma pequena cidade no deserto americano, San Angelo, no Estado da California, através de um geólogo, Dave Muller (Grant Williams), tenta impedir o avanço dos monolitos gigantes procurando uma solução para deter a ameaça. “Rastros do Espaço” é uma daquelas tranqueiras divertidas, de curta duração (só 77 minutos), com um roteiro baseado em história de Jack Arnold, mais conhecido como diretor de preciosidades como “Veio do Espaço” (1953), “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), “Tarântula” (1955) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (1957), este que também tem Grant Williams como protagonista. A ideia central procura especular sobre os perigos que chegam ao nosso planeta através das quedas de meteoros, e seus segredos ancestrais vindos do espaço que podem resultar em terríveis ameaças para a humanidade. (RR – 06/05/13)

* Reino Escondido (Epic, 2013) – Animação que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 17/05/13, com a opção de exibição em 3D. Uma adolescente em crise com o pai é obrigada a visitá-lo em sua casa no meio de uma floresta. Ele é um cientista obcecado em provar a existência de criaturas pequenas que vivem num “reino escondido” na floresta, mas é desacreditado pela esposa, que o abandonou e pela filha. Porém, a menina muda de opinião rapidamente depois que ela própria é miniaturizada pelos poderes mágicos de uma rainha da floresta, e se vê no meio de uma batalha entre o Bem, representado pelos homens-folha que defendem a vida nas matas, e o Mal, na figura de criaturas sombrias que querem a decomposição das árvores e vegetações. Esse velho clichê da eterna luta do Bem contra o Mal, utilizado à exaustão no cinema, continuará sempre sendo tema de muitas histórias, e novamente é o foco em “Reino Escondido”. Mas, apesar da fórmula repetitiva, ela ainda pode funcionar. Aqui, temos uma diversão para todas as idades, num mergulho sem compromisso num mundo de fantasia épica. Um destaque são todas as cenas envolvendo uma dupla atrapalhada de lesma e caramujo, que reservam sempre momentos engraçados. (RR – 19/05/13)

* Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, 2013) – Sequência direta de um filme de 2010, onde a garota Nell (Ashley Bell), vítima de um ritual demoníaco numa floresta, sobrevive e é encontrada desorientada e perturbada. Tratada inicialmente num hospital psiquiátrico, ela depois vai morar numa casa de recuperação para jovens com passados violentos e tenta uma vida nova. Porém, seguidores de uma seita satânica e o poderoso demônio “Abalam” voltam a atormentá-la. O primeiro filme, produzido no estilo “found footage”, até tem momentos interessantes, com um final pessimista e clima sombrio, mas essa continuação se situa dentro do que existe de mais comum e trivial nos filmes de horror comerciais: sustos fáceis e artificiais, história superficial e banal, quase nada de violência e sangue, e cenas exageradas e carregadas de fantasia, fugindo de qualquer tentativa de se criar uma atmosfera realmente sinistra. Ou seja, um filme desnecessário e dispensável. (RR – 18/05/13)

* Universidade Monstros (Monsters University, 2013) – Pré-sequência da cultuada animação “Monstros S.A.” (2001), que chegou aos cinemas em 21/06/13, com a opção de exibição em 3D, contando a história da dupla de monstros James P. Sullivan (voz original de John Goodman) e Mike Wazowski (voz original de Billy Crystal) mais jovens na época da faculdade. O descolado Sulley e o nerd estudioso Mike inicialmente não eram amigos e até se evitavam pelas grandes diferenças entre eles, mas com o passar do tempo e o fato de fazerem parte juntos de uma equipe num torneio de jogos para assustadores, a relação de amizade ganhou força. Com produção da “Pixar”, “Universidade Monstros” é uma divertida animação crianças, adolescentes e adultos, apresentando uma enorme quantidade de personagens curiosos, monstros estranhos de todos os tipos, tamanhos e formas, cujo mundo precisa dos gritos das crianças humanas para a geração de energia. (RR –23/06/13)