Comentários de cinema - Parte 9 (22/09 a 14/12/13)

Filmes abordados:

Carrie, A Estranha (Carrie, EUA, 2013)
Chernobyl – Sinta a Radiação (Chernobyl Diaries, EUA, 2012)
Elysium (Elysium, EUA, 2013)
Gravidade (Gravity, EUA, 2013)
Hobbit: A Desolação de Smaug, O (The Hobbit: The Desolation of Smaug, EUA / Nova Zelândia, 2013)
Infectados (Stranded, Canadá / Inglaterra, 2013)
Monstro de Duas Cabeças, O (The Thing With Two Heads, EUA, 1972)
Queda da Casa de Usher, A (La chute de la maison Usher, França, 1928)
R.I.P.D. – Agentes do Além (R.I.P.D., EUA, 2013)
Riddick 3 (Riddick, EUA / Inglaterra, 2013)
Thor – O Mundo Sombrio (Thor – The Dark World, EUA, 2013)
Viagem à Lua de Júpiter (Europa Report, EUA, 2013)


* Carrie, A Estranha (Carrie, 2013) – O livro “Carrie”, de Stephen King, recebeu quatro adaptações para o cinema, sendo o primeiro filme em 1976 ganhando o título nacional de “Carrie, A Estranha” e dirigido por Brian De Palma. Foi seguido por uma continuação em 1999, “Carrie 2 – A Maldição de Carrie” (produção para a TV), e outras duas refilmagens com o mesmo nome do original, em 2002 e agora em 2013, que estreou nos cinemas em 06 de Dezembro. A adolescente Carrie White (Chloë Grace Moretz) é tímida e recebeu uma educação rígida da mãe Margaret (Julianne Moore), uma fanática religiosa. Por causa disso, ela é vítima constante de provocações e brincadeiras de mau gosto na escola. Porém, a jovem descobre ter poderes telecinéticos sobrenaturais e passa a utilizá-los para se defender tanto da mãe paranóica quanto para se vingar dos colegas desafetos, principalmente após um incidente “sangrento” num baile da escola. A primeira parte do filme dedica-se a explorar o drama de um relacionamento tenso entre a mãe exagerada em conceitos religiosos equivocados e a filha “estranha”, mas que gostaria de ser normal. E a parte final deslancha para o horror puro na vingança violenta da jovem com poderes de movimentar objetos, contra seus algozes e merecedores de sua fúria. Tanto a bela garota Moretz quanto a já experiente Moore estão bem em seus respectivos papéis, passando credibilidade para os personagens. E o filme de uma forma geral até garante algum entretenimento, principalmente para quem não conhece ainda a história original de Stephen King ou alguns dos filmes anteriores da franquia (pois é inevitável que o impacto seja bem menor para quem já conhece a história). (RR – 07/12/13)

* Chernobyl – Sinta a Radiação (Chernobyl Diaries, 2012) – Utilizando como campanha promocional de marketing o fato de um dos roteiristas de “Chernobyl”, Oren Peli, ser o criador da bem sucedida franquia “Atividade Paranormal”, esse filme lançado em nossos cinemas em 20/07/12 mostra um grupo de seis turistas visitando as ruínas de uma cidade próxima à usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Após o grave acidente já conhecido na vida real, os níveis perigosos de radiação obrigaram os habitantes a saírem da região afetada, deixando para trás uma cidade fantasma. Liderados por um guia local, os turistas estrangeiros, a maioria americanos, não contavam com um problema mecânico no carro, impedindo-os de sair da cidade, e nem imaginavam que não estavam sozinhos ali. O filme tem bons momentos de tensão, principalmente nas cenas noturnas, convidando o espectador a participar junto com os personagens de sua luta para fugir de um lugar tétrico e perturbador e salvar suas vidas. Porém, alguns problemas contribuem para afastar o filme de algo mais verossímil como a ideia central que especula a existência de mutantes vivendo nas sombras da cidade abandonada, e que conseguem se manter ocultos sob uma lenda urbana, e também as várias decisões equivocadas do grupo de turistas em momentos de grande ameaça, onde ações mais lógicas deveriam ser tomadas para a preservação de suas vidas. Mas, como um filme de horror despreocupado com a lógica, até consegue divertir, apresentando um desfecho pessimista envolto em conspiração governamental. (RR – 08/12/13)

* Elysium (Elysium, 2013) – Ficção científica dirigida e escrita por Neill Blomkamp (do ótimo “Distrito 9”) e que entrou em cartaz nos cinemas em 20/09/13, trazendo no elenco os atores brasileiros Wagner Moura e Alice Braga, que contracenam com os badalados Matt Damon e Jodie Foister. Em 2154, a Terra está superpovoada e habitada por seres humanos pobres e em condições precárias de sobrevivência. Porém, os ricos vivem num paraíso construído numa estação espacial chamada Elysium. Após o operário Max (Damon) sofrer um acidente numa máquina radioativa restando-lhe poucos dias de vida, ele se vê obrigado a fugir para Elysium à procura da cura numa máquina especial. Utilizando a ajuda de um mercenário especialista em informática e viagens clandestinas para a tão cobiçada estação no espaço, Spider (Moura), Max desencadeia um conflito de grandes proporções, enfrentando a retaliação da tirana dirigente de Elysium, Delacourt (Foster), e contando com o apoio da enfermeira Frey (Braga), antiga paixão e amiga de infância. Superprodução de FC com um roteiro centrado numa crítica social que sempre caminhou ao lado da humanidade em toda sua história, desde o passado longínquo, passando pelo presente e pelo inevitável futuro: a divisão desigual de classes. Os efeitos especiais são belíssimos e não faltam todos os clichês esperados em filmes dessa temática, com muita ação, tiroteiros e conspirações num ambiente de naves espaciais e tecnologia avançada. Wagner Moura está muito bem em sua estréia nos Estados Unidos, representando de forma honrada o Brasil na terra do cinema milionário de entretenimento. (RR – 22/09/13)

* Gravidade (2013) – O filme de Ficção Científica estrelado pelos famosos Sandra Bullock e George Clooney estreou nos cinemas daqui em 11/10/13, com a opção de exibição em 3D. A engenheira médica Dra. Ryan Stone (Bullock) e o astronauta experiente Matt Kowalski (Clooney) estão no espaço fazendo reparos no telescópio Hubble. Porém, após a destruição de um satélite por um míssil russo, os destroços atingem sua nave e eles ficam à deriva no espaço. Visualmente belo e com efeitos especiais convincentes, porém com uma história clichê e previsível. Vale pelas imagens fascinantes, principalmente em 3D, mas o roteiro sem inspiração volta a abordar o típico personagem americano que supera as dificuldades em busca da sobrevivência em sutuações tão desfavoráveis que na realidade significariam chances quase nulas de êxito. Mas, é claro que já sabemos o destino da personagem heróica de Sandra Bullock. (RR – 29/10/13)

* Hobbit: A Desolação de Smaug, O (The Hobbit: The Desolation of Smaug, 2013) – “Eu sou o Fogo! Eu sou a Morte” – “Smaug”. Baseado no livro “O Hobbit”, de J. R. R. Tolkien, o diretor Peter Jackson apresenta a sequência de “Uma Aventura Inesperada” (2012), com os eventos precedendo a trilogia “O Senhor dos Anéis”, filmada entre 2001 e 2003. Dessa vez, continua a incrível jornada do grupo de anões liderados por Thorin (Richard Armitage) e com a ajuda indispensável do mago Gandalf (Ian McKellen) e do hobbit Bilbo Baggins (Martin Freeman). O objetivo é seguir rumo à cidade de Erebor, construída dentro de uma montanha com grande quantidade de ouro, e que foi tomada dos anões pelo imenso dragão Smaug. No caminho, eles enfrentam uma legião de terríveis orcs que os perseguem constantemente, lutam contra aranhas gigantes que querem comê-los vivos e passam pela cidade dos elfos, conhecidos pelas habilidades com o arco e flecha, contando depois com o auxílio de dois de seus guerreiros, Legolas (Orlando Bloom) e Tauriel (Evangeline Lilly). Nessa árdua trajetória, o hobbit Bilbo tem que lidar com a cada vez mais forte influência e poder de um anel encontrado no caminho (no filme anterior). Com efeitos especiais eficientes e muito bem produzidos, a história mantém um ritmo acelerado de aventura com elementos de horror e fantasia sombria o tempo todo em suas quase três horas de projeção, contando com a opção de exibição nos cinemas em 3D. São perseguições, correrias e lutas de tirar o fôlego, com destaque para a fuga dos anões dentro de barris na correnteza de um rio, chegando à cidade do Lago, de onde conseguiriam finalmente partir para Erebor, o destino final da missão. Os anões continuam sendo o centro da história, mas agora os elfos também recebem grande atenção pela sua importância na trama, e o ápice certamente está reservado para todas as cenas envolvendo o enorme dragão Smaug, no desfecho com o gancho para o próximo filme da saga, gerando grande expectativa e ansiedade para “Lá e de Volta Outra Vez” em 2014. Diversão garantida e altamente recomendável. (RR – 14/12/13)     

* Infectados (2013) – Estreou nos cinemas do Brasil em 29/11/13 o thriller de Ficção Científica “Infectados”, estrelado por Christian Slater, e com opção de exibição em 3D. Quatro astronautas têm sua rotina numa base lunar totalmente alterada após uma chuva de meteoritos danificar as instalações. Mas o pior ainda estaria por vir quando uma forma de vida alienígena e hostil trazida por um meteoro se hospeda na única mulher do grupo, Ava Cameron (Amy Matysio). A criatura utiliza seu corpo para crescer e clonar outro astronauta, Bruce Johns (Michael Therriault), obrigando-os juntamente com o médico Dr. Lance Krauss (Brendan Fehr) e o comandante da estação Coronel Gerard Brauchman (Slater), a lutarem por suas vidas. “Infectados” não é um filme exatamente ruim, pois para os menos exigentes ele até pode ser considerado uma diversão rápida e passageira em seus 90 minutos de duração. O maior problema é que a história é um clichê já tão explorado, que fica difícil criar uma empatia com o filme, pois estamos saturados das mesmas ideias, com um grupo de pessoas confinadas no espaço, enfrentando um sentimento de claustrofobia de um ambiente sem saída e ameaçado por um alienígena assassino. Também é um clichê enorme o desfecho com gancho para continuação. Não tem potencial para exibição em cinema, ainda mais em 3D, mas é assistível em outras mídias, esquecendo-se logo depois. (RR – 01/12/13)

* Monstro de Duas Cabeças, O (1972) – Filme bagaceiro de “cientista louco” do início dos anos 70 do século passado. Um famoso e bem sucedido cirurgião médico, Maxwell Kirshner (Ray Milland), está doente terminal e vê num ousado plano de transplante de sua cabeça e cérebro brilhante no corpo de outra pessoa, como a única forma de manter a sobrevivência. Porém, extremamente racista, com a piora rápida de sua saúde, ele não imaginaria que a única opção disponível era um homem negro presidiário no corredor da morte e que alega inocência, Jack Moss (Rosey Grier, primo da bem mais conhecida Pam Grier). A ideia após o transplante é adaptar o corpo para a nova cabeça e depois eliminar a original. A cirurgia tem sucesso e um “monstro de duas cabeças” foi criado, causando uma série de transtornos após fugir do hospital, sendo perseguido pelos médicos que realizaram a operação e pela polícia incompetente. Divertida tranqueira com elementos de horror e ficção científica e um roteiro tão absurdo que seus realizadores tiveram que flertar com o humor em diversas situações para não ficar tão ridículo, devido às cenas inevitavelmente hilárias. O excelente ator Ray Milland é conhecido por estrelar preciosidades do cinema fantástico como “Obsessão Macabra” (1962), “Pânico no Ano Zero” (1962), “O Homem dos Olhos de Raio-X” (1963), “A Invasão das Rãs” (1972) e “Galáctica – Astronave de Combate” (1978), entre outras. Destaque para uma enorme sequência de perseguição de quatorze carros da polícia contra a “coisa de duas cabeças” fugindo pilotando uma moto numa área descampada fora da cidade. Curiosamente, o famoso técnico em maquiagem Rick Baker (de “Nasce um Monstro”, “O Incrível Homem Que Derreteu”, “Grito de Horror”, “Pague Para Entrar, Reze Para Sair”, “Um Lobisomem Americano em Londres” e “Videodrome – A Síndrome do Vídeo”, entre outros), faz uma ponta vestindo a roupa de um gorila que serviu de cobaia para um transplante de cabeça. Mais uma curiosidade é que um ano antes, em 1971, tivemos outro filme com temática similar, “O Incrível Transplante de Duas Cabeças” (The Incredibre Two-Headed Transplant), com Bruce Dern e Pat Priest. (RR – 01/12/13)

* Queda da Casa de Usher, A (1928) – Produção francesa muda e com fotografia em preto e branco, dirigida por Jean Epstein. É uma das versões cinematográficas do famoso conto homônimo de Edgar Allan Poe, que conta também com um ótimo filme americano de Roger Corman, “A Casa de Usher” / “O Solar Maldito” (House of Usher, 1960), estrelado pelo ícone do horror Vincent Price. Na história, um casal amaldiçoado formado por Sir Roderick Usher (Jean Debucourt) e sua esposa gravemente doente Madeleine (Marguerite Gance), vive num imenso castelo decadente, juntamente com um médico particular (Fournez-Goffard). Após a chegada de Allan (Charles Lamy), amigo pessoal de Roderick, o ambiente torna-se ainda mais mergulhado numa atmosfera sombria com a degradação constante da saúde de Madeleine. Interessante adaptação do conto de Poe, mantendo um clima mórbido durante todo o tempo, enfatizando uma mansão prestes a ruir, habitada por um perturbador sentimento de melancolia, envolta numa névoa sinistra e floresta fantasmagórica. Filme curto (apenas 66 minutos de duração), que foi lançado em DVD em Novembro de 2013, narrado em inglês e com legendas em português, sendo material extra de “A Casa de Usher”, de Corman, através da Coleção Folha “Grandes Livros no Cinema”. (RR – 23/11/13)

* R.I.P.D. – Agentes do Além (2013) – Comédia de ação com elementos de horror cuja estreia em nossos cinemas ocorreu em 27/09/13, com a exibição em 3D. O policial Nick (Ryan Reynolds) morre numa missão de rotina contra traficantes e surpreende-se ao chegar no céu e ser logo recrutado para o “Departamento Descanse em Paz” (das iniciais do título original). Seu parceiro é o veterano Roy (Jeff Bridges), um ex-xerife do velho oeste americano, e a função deles é resgatar os “finados”, mortos que conseguiram ilegalmente retornar para a Terra. Sua principal missão no novo emprego é investigar e impedir um plano maquiavélico liderado por Hayes (Kevin Bacon) que consiste em reunir pedaços de um instrumento mágico de ouro que uma vez juntos poderiam criar um portal dimensional que liberaria uma invasão dos mortos. Talvez a única coisa que merece um registro seja a atuação do veterano Jeff Bridges, que rouba todas as cenas para si, divertindo-se bastante no papel de um agente do além no estilo do velho oeste americano. No mais, a história é bem fraquinha e recheada com CGI exagerado, ofuscando a diversão num filme que prioriza os efeitos e cenas de ação em detrimento de um roteiro melhor, utilizando uma temática similar ao universo ficcional de “Homens de Preto”, onde em vez de alienígenas vivendo paralelamente entre nós, seriam mortos que precisariam retornar ao céu para serem julgados. Dispensável. (RR – 02/10/13)

* Riddick 3 (2013) – Depois do ótimo “Eclipse Mortal” (2000) e do fraco e dispensável “A Batalha de Riddick” (2004), o anti-herói Riddick (interpretado por Vin Diesel) retornou agora com o terceiro filme da franquia, estreando nos cinemas brasileiros em 11/10/13. Deixado para morrer num planeta desolado e habitado por criaturas predadoras extremamente violentas, Riddick luta para se manter vivo utilizando-se de seu instinto selvagem para sobreviver num ambiente completamente desfavorável. Após descobrir uma base que serve de ponto de apoio compartilhado por caçadores de recompensa, ele ativa um sensor que identifica sua presença, chamando a atenção de mercenários em busca de sua cabeça. A partir daí, inicia-se um jogo violento entre Riddick e dois grupos interessados em capturá-lo, e que não imaginavam que também teriam que enfrentar uma tempestade que desperta a fúria de terríveis feras interessadas em suas carnes. Nesse terceiro filme do universo ficcional das crônicas de Riddick, felizmente o diretor e roteirista da série David Neil Twohy, preferiu retomar a exploração de elementos similares do filme original, com a ambientação da história num planeta hostil e a luta contra criaturas monstruosas. Minimizando as relações com o segundo filme, bem menos interessante ao retratar uma raça de seres imperialistas e sombrios conhecidos como “necromongers”. Inevitavelmente, “Riddick 3” apresenta situações exageradas (Riddick parece imortal) e previsíveis (é fácil imaginar o destino dos personagens e quem deverá viver), mas ainda assim é um filme que diverte com boas cenas de ação e confrontos entre Riddick e seus algozes, e contra os monstros dominantes do planeta. (RR – 26/10/13)

* Thor – O Mundo Sombrio (2013) – Em 01/11/13 entrou em cartaz em nossos cinemas “Thor – O Mundo Sombrio”, com opção de exibição em 3D, sendo sequência direta de “Thor” (2011), além de trazer relações com eventos ocorridos em “Os Vingadores” (2012). Na história, o herdeiro do trono do rei de Asgard Odin (Anthony Hopkins), o herói Thor (Chris Hemsworth) retorna à Terra para resgatar a cientista Jane Foster (Natalie Portman), que está em perigo depois de entrar em contato com uma poderosa fonte destrutiva de energia, a qual é desejada pelo vilão Malekith (Christopher Eccleston), líder dos elfos negros, que tem a intenção de destruir o universo. Para tentar impedi-lo, Thor é obrigado a se juntar ao seu irmão Loki (Tom Hiddleston), que estava preso depois dos acontecimentos ocorridos nos filmes citados anteriormente. O filme tem um ritmo acelerado de ação e cenas exageradas de confrontos que prendem a atenção, além de caprichados efeitos especiais com destaque para as imagens deslumbrantes do imponente Reino de Asgard, que acaba ficando próximo da Terra por causa de portais dimensionais. E atenção: vale a pena acompanhar todos os créditos até o último minuto após o filme, pois aparecem duas cenas, uma logo após a exibição dos nomes dos atores principais, e outra no final dos últimos créditos. (RR – 02/11/13)

* Viagem à Lua de Júpiter (2013) – Produção americana de Ficção Científica lançada em DVD no Brasil pela “Paris Filmes”, com direção do equatoriano Sebastián Cordero. Um grupo de seis astronautas, quatro homens e duas mulheres, parte numa missão espacial de longa duração rumo à Europa, uma lua de Júpiter (daí vem o título original “Europa Report” e o nacional, sempre exagerado). O objetivo é pesquisar a possibilidade de existência de vida em tão longínquo ponto no espaço. Porém, durante o demorado percurso e ao chegarem ao destino, uma série de incidentes desfavoráveis diminuiu a tripulação e cortou a comunicação com a Terra, além de enfrentarem uma descoberta incrível. Num primeiro contato, apesar do belíssimo cartaz original, a ideia que vem à mente é a de apenas mais um filme inexpressivo de exploração espacial. Mas ao contrário, trata-se de uma grata surpresa, com a tentativa de inserir elementos bem menos fantasiosos e efeitos especiais mirabolantes que tornam as situações mais inverossímeis na maioria dos filmes comuns. No caso de “Viagem à Lua de Júpiter”, é indicado para quem aprecia menos barulho e ritmo frenético, e prefere temas que valorizam histórias mais genuínas de FC, especulando uma longa viagem pelo espaço em busca de conhecimento científico. (RR – 02/12/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 8 (17/08 a 17/09/13)

Filmes abordados:

1984 (1984, Inglaterra, 1956)
Círculo de Fogo (Pacific Rim, EUA, 2013)
Escolhidos, Os (Dark Skies, EUA, 2013)
Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos, Os (The Mortal Instruments: City of Bones, EUA / Alemanha, 2013)
Invocação do Mal (The Conjuring, EUA 2013)
Jogos Vorazes (The Hunger Games, EUA, 2012)
Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief, EUA / Canadá, 2010)
Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters, EUA, 2013)
Uma História de Amor e Fúria (Brasil, 2013) animação


* 1984 (1984, 1956) – “Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão. Ignorância é Força.” Produção inglesa em preto e branco, inspirada no conhecido livro de George Orwell, publicado em 1949. Com direção de Michael Anderson (de “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, “Fuga do Século 23” e “Orca, a Baleia Assassina”), o filme foi lançado em DVD pela Coleção Folha “Grandes Livros no Cinema” número 03, junto com um livro de capa dura e leitura rápida em 64 páginas, trazendo informações, curiosidades e análises críticas do filme, livro e realizadores. Na história, no futuro ano de 1984, após uma guerra nuclear, o mundo foi dividido em três potências e todas comandadas por regimes totalitários e inimigos entre si, com conflitos armados constantes. Em Oceania, a liderança é do “Grande Irmão” (“Big Brother”, termo que originou os populares “reality shows” da televisão), e as pessoas são observadas o tempo todo por câmeras. Nessa sociedade opressora, um homem, Winston Smith (Edmond O´Brien) e uma mulher, Julia (Jan Sterling), que trabalham no governo, se apaixonam e sentem o prazer, mesmo que em pequenos momentos, de uma vida livre. Mas, são logo descobertos, perseguidos e torturados, perdendo a identidade, e obrigados a se submeterem ao ditador “Grande Irmão”. Lembrando filmes similares de FC com roteiros explorando sociedades com regimes políticos totalitários como “Fahrenheit 451” e “Laranja Mecânica”, a história de “1984” é extremamente perturbadora ao abordar um futuro pessimista em guerra contínua, com os cidadãos vivendo vigiados sem liberdade. Foi produzida outra versão em 1984, dirigida por Michael Radford e com John Hurt e Richard Burton. George Orwell também escreveu “A Revolução dos Bichos” (1945), outra interessante história com crítica ao totalitarismo. (RR – 07/09/13)

* Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013) – Estreando nos cinemas brasileiros em 09/08/13, com opção de exibição em 3D, “Círculo de Fogo” (curiosamente, existe um ótimo filme de guerra feito em 2000 com esse mesmo nome) é acima de tudo uma homenagem aos filmes japoneses de monstros gigantes que destroem cidades inteiras e são combatidos pór robôs igualmente colossais. Só que, ao contrário dos filmes toscos do passado, com atores dentro de fantasias de borracha, os tempos modernos reservam efeitos visualmente impressionantes obtidos pela computação gráfica. O roteiro apresenta um mundo em guerra contra alienígenas que se esconderam no subsolo do Oceano Pacífico e que enviam monstros (conhecidos como “Kaiju”) através de uma fenda para atacarem os humanos. Para se defender, a humanidade se uniu através de seus governos para a construção de imensos robôs (conhecidos como “Jaeger”), pilotados por uma dupla de lutadores experientes unidos por uma ponte neural, ocasionando batalhas de alto poder de destruição no meio de grandes cidades. Após anos de guerras e com a evolução dos monstros, a humanidade se viu obrigada a atacar a fenda com um artefato nuclear para tentar evitar o apocalipse. Extremamente exagerado e barulhento, mas principalmente por causa disso mesmo, também bastante divertido em suas mais de duas horas de duração, com cenas constantes de ação e destruição. Atenção para uma interessante cena após os créditos finais. Curiosamente, a produtora picareta “The Asylum”, conhecida por seus filmes bagaceiros e por copiar a ideia de produções milionárias com sucessos de bilheterias no cinema, fazendo suas próprias versões tranqueiras, lançou no mesmo ano de 2013 o “mockbuster” (um nome pejorativo para “blockbuster”) “Círculo de Monstros” (Atlantic Rim). O filme é extremamente ruim, principalmente o roteiro, e está entre os piores do catálogo da produtora. (RR – 19/08/13)

* Escolhidos, Os (Dark Skies, 2013) – Horror com elementos de Ficção Científica, que estreou nos cinemas em 09/08/13. Uma família americana comum enfrenta uma série de acontecimentos estranhos e misteriosos, formada pelo pai, Daniel Barrett (Josh Hamilton), a mãe, Lacy (Keri Russell), e por dois filhos, o adolescente de 13 anos Jesse (Dakota Goyo), e o pequeno Sam (Kadan Rockett). Eles são obrigados a investigar e procurar respostas para os diversos eventos bizarros que passam a ameaçar sua segurança, como pássaros suicidas desorientados que se chocam contra sua casa, marcas de violência física nos corpos dos garotos e perigosas crises de sonambulismo. Conforme dizia o escritor Arthur C. Clarke numa transcrição no início do filme, algo como “existem duas possibilidades, vivermos sozinhos no Universo, ou não, e as duas são aterrorizantes”, em “Os Escolhidos” o roteiro procura explorar a segunda possibilidade, utilizando-se dos clichês característicos do gênero, com contatos misteriosos, sustos fáceis e conspirações. Até prende a atenção do espectador, mas no geral é mais um filme ligeiramente acima da média dentro do quesito “alienigenas maus”, sem nada de especial. (RR – 17/08/13)

* Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos, Os (The Mortal Instruments: City of Bones, 2013) – Uma adolescente, Clary Fray (Lily Collins), tem sua vida modificada radicalmente depois que sua mãe desaparece misteriosamente e passa a ver pessoas estranhas que somente ela tem o pode de visualizar, como o jovem Jace (Jamie Campbell Bower). Descobrindo que na verdade ela descende de uma raça secreta de guerreiros conhecidos como “caçadores das sombras”, que tem a missão de exterminar demônios. Baseado em livro de Cassandra Clare e com estréia nos nossos cinemas em 23/08/13, é mais um filme com todos os já desinteressantes clichês envolvendo vampiros, lobisomens e principalmente demônios e seus inimigos caçadores, que vivem num mundo alternativo paralelo ao nosso em constante conflito e guerras. São 130 minutos arrastados, com correrias e lutas cansativas, algumas piadas sem graça, cenas bregas românticas do casalzinho de protagonistas, num filme banal de ação com elementos de horror com criaturas em CGI exagerado. Perda de tempo e totalmente esquecível. (RR – 24/08/13)

* Invocação do Mal (The Conjuring, 2013) – Com estréia nos cinemas na sugestiva data de sexta-feira 13 de Setembro de 2013, “Invocação do Mal”, dirigido por James Wan (de “Jogos Mortais”, 2004, e “Sobrenatural”, 2010), é mais um filme de horror explorando casas assombradas e possessão demoníaca. Sendo dessa vez inspirado em fatos reais ocorridos com uma família em 1971 e nas atividades do casal Ed e Lorraine Warren, investigadores de casos paranormais. No filme, Ed Warren (Patrick Wilson) e sua esposa Lorraine (Vera Farmiga), são chamados para ajudar uma família que estava enfrentando manifestações estranhas e misteriosas envolvendo a presença de espíritos demoníacos após se mudarem para uma casa no interior dos Estados Unidos. Formada pelo pai Roger Perron (Ron Livingston), a mãe Carolyn (Lili Taylor), e cinco filhas, eles precisam juntamente com o casal Warren, lutar por suas vidas e tentar reestabelecer a paz no local. Apesar do desfile de clichês, o filme até que consegue manter uma eficiente atmosfera sombria de horror ao contar uma história de assombração com possessão, baseada em acontecimentos reais, utilizando-se dos pontos de vista tanto da família vítima como dos investigadores de casos sobrenaturais, passando uma ideia de realidade. Exceto pelo ato final, muito exagerado na fantasia e abandonando um desfecho com soluções mais pessimistas. (RR – 15/09/13)

* Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012) – Inspirado em livro de Suzanne Collins e dirigido por Gary Ross (de “A Vida em Preto e Branco”, 1998), “Jogos Vorazes” é uma aventura com elementos de ficcção científica e horror com um tema já visto antes em filmes como “O Sobrevivente” (1987), com Arnold Schwarzenegger, ou o japonês “Battle Royale”. No futuro após uma guerra, formou-se no planeta uma nação rica totalitária chamada Panem, com a capital governada pelo Presidente Snow (Donald Sutherland), abastecida por recursos vindos do trabalho escravo de doze distritos. Para entreter a população da capital e impor a tirania de seu governo, foi criada uma competição anual com um casal sorteado de representantes jovens de cada distrito, para lutarem entre si até a morte e com um único vencedor. O violento torneio é televisionado o tempo todo no formato de um show com apresentação de Caesar Flickerman (Stanley Tucci). A garota Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) acaba tornando-se voluntária no lugar de sua irmã pequena, e junto com Peeta Mellark (Josh Hutcherson) representam o Distrito 12 na competição, lutando por suas vidas. Apesar da longa duração (142 minutos), o filme consegue manter a atenção e aproxima o espectador numa empatia com o drama da jovem protagonista, torcendo por seu sucesso. Também sempre é interessante a ideia de um futuro opressor com uma nação altamente tecnológica subjugando com tirania grupos menores. Porém, o desfecho é previsível e comum, com um óbvio gancho para as próximas continuações que vieram nos anos seguintes: “Jogos Vorazes: Em Chamas” (The Hunger Games: Catching Fire, 2013), “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1” (The Hunger Games: Mockingjay – Part 1, 2014) e “Jogos Vorazes: A Esperança – O Final” (The Hunger Games: Mockingjay – Part 2, 2015). (RR – 17/09/13)

* Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief, 2010) – O adolescente Percy Jackson (Logan Lerman) descobre que é um semideus, ou seja, filho do deus dos mares Poseidon com uma humana. Conhecendo aos poucos seus poderes e se ambientando com a nova condição, ele se une com outros de sua espécie, Grover (Brandon T. Jackson), um ser híbrido de homem e bode, e a bela Annabeth (Alexandra Daddario), filha de Athena, deusa da sabedoria. Juntos eles tentam encontrar um artefato mágico criador de raios, que foi roubado do deus Zeus, e que se não recuperado, daria origem a uma guerra no Olimpo. Mais uma bobagem colossal com roteiro baseado em livro de Rick Riordan e na mitologia dos deuses gregos. É um desfile com todos os clichês do gênero, com adolescentes patéticos lutando contra criaturas e monstros que não convencem, em correrias demais, piadas banais (a cargo principalmente de Grover), e efeitos exagerados de CGI. Trata-se apenas de mais um filme explorando a mitologia grega que não empolga em nenhum momento, mesmo tendo um bom elenco de apoio formado por nomes conhecidos como Sean Bean (Zeus), Pierce Brosnan (o líder de um acampamento próprio para os semideuses), Uma Thurman (como Medusa, a mulher com cobras na cabeça e olhar que transforma quem a vê em pedra) e Rosario Dawson (Persephone, a esposa do demoníaco Hades). (RR – 27/08/13)

* Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters, 2013) – Continuação de “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” (2010), que entrou em cartaz nos cinemas em 16/08/13. Agora o adolescente Percy Jackson (Logan Lerman), junto com seus amigos Grover (Brandon T. Jackson) e Annabeth (Alexandra Daddario), parte numa missão ao temível “Mar de Monstros” (localizado no “Triângulo das Bermudas”), para tentar encontrar um manto sagrado e mágico, o Velo de Ouro, que tem o poder de curar uma árvore envenenada que protege com um campo de força o acampamento dos semideuses, filhos de deuses com humanos. Eles se juntam ao cíclope atrapalhado Tyson (Douglas Smith), irmão de Percy Jackson, e a guerreira Clarisse (Leven Rambin), filha do deus da guerra. Mais do mesmo, num roteiro explorando a mitologia grega com adolescentes lutando contra monstros criados por CGI. Porém, ligeiramente superior ao antecessor, o que não significa muito. (RR – 01/09/13)

* Uma História de Amor e Fúria (2013) – “Viver sem conhecer o passado é viver no escuro”. Animação adulta genuinamente brasileira, produzida por profissionais de nosso país e com roteiro sobre a história do Brasil, e que teve uma passagem rápida nos cinemas, estreando em 05/04/13. Um guerreiro imortal (tipo um “highlander”), na voz de Selton Melo, vive há 600 anos lutando em fases importantes da história do Brasil, sempre honrando o amor da bela morena Janaína (voz de Camila Pitanga), reencarnada ao longo dos séculos. Inicialmente como um índio tupinambá durante a sangrenta colonização no século XVI, lutando contra os invasores europeus no descobrimento do Brasil, passando pela época da escravidão, como um líder em conflitos contra a tirania dos poderosos, chegando no conturbado período da ditatura militar, fazendo um guerrilheiro em busca de liberdade, até culminar num futuro de 2096 na cidade do Rio de Janeiro, onde um mundo decadente faz da água escassa um item valioso para os interesses dos poderosos. Uma animação com produção modesta em comparação com os estúdios americanos, mas com um roteiro excepcional, numa verdadeira aula sobre fases importantes da história de nosso país. Entre os extras do DVD, todos muito interessantes, vale destacar um depoimento do diretor e roteirista Luiz Bolognesi sobre a história do filme, num recado valioso para os educadores. Tem também a presença do ator Rodrigo Santoro na voz de um cacique e um guerrilheiro. Altamente recomendável. (RR – 01/09/13)

Comentários curtos de cinema Parte 7 – (29/06 a 28/07/13)

Filmes abordados:

Banho de Sangue (Reazione a Catena, Itália, 1971)
Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, EUA, 2013)
Guerra Mundial Z (World War Z, EUA, 2013)
Homem de Aço, O (Man of Steel, EUA / Canadá / Inglaterra, 2013)
Queen of Blood (EUA, 1966)
The Lost Skeleton of Cadavra (EUA, 2001)
Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, EUA, 2013)
Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, EUA, 1959)
Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013)




* Banho de Sangue (Reazione a Catena, 1971) – Também conhecido como “A Bay of Blood” (título americano) e “A Mansão da Morte” (outro nome alternativo no Brasil). Filme italiano do cultuado diretor Mario Bava (1914 / 1980), de “A Maldição do Demônio” / “A Máscara de Satã” (1960). Uma baía rodeada por uma floresta e belas casas, é alvo de disputa por várias pessoas interessadas em sua riqueza imobiliária, depois que a proprietária, uma velha senhora numa cadeira de rodas, é brutalmente assassinada por enforcamento. Na ambição de tomar posse do local, muitas mortes violentas acontecem com todos os envolvidos tornando-se suspeitos. Considerado como um dos precursores do sub-gênero “slasher”, estilo bastante explorado depois, principalmente nos Estados Unidos com “Halloween”, “Sexta-Feira 13” e tantos outros, esse filme italiano filmado com baixo orçamento apresenta muitas mortes gráficas sangrentas e de formas variadas, algo ousado na época, com um roteiro cheio de reviravoltas e suspeitos dos crimes para todos os lados. (RR – 08/07/13)

* Cavaleiro Solitário, O (The Lone Ranger, 2013) – Western com elementos de humor que estreou nos cinemas em 12/07/13. Um índio comanche renegado, Tonto (Johnny Depp), se une a um advogado que quer que a justiça no selvagem oeste americano seja feita sem o uso de violência, John Reid (Armie Hammer). Juntos, eles tentam combater um criminoso assassino, Butch Cavendish (William Fichtner) e um empresário sem escrúpulos, Cole (Tom Wilkinson), que está construindo uma estrada de ferro e está disposto a eliminar qualquer obstáculo que atrapalhe seus planos de fazer dos trens um negócio bem sucedido para o futuro. Com direção de Gore Verbinski e produção milionária de Jerry Bruckheimer, o filme tem quase 150 minutos de pura aventura e ação em exageradas cenas mirabolantes de situações improváveis, que somente a magia do cinema e a imaginação sem limites dos roteiristas pode proporcionar. Johnny Depp é um ator muito carismático e está ótimo, como de costume, dessa vez no papel de um índio com a cara pintada. Diversão garantida.  (RR – 20/07/13)

* Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) – Blockbuster de ação com elementos de Horror, entrando nos cinemas em 28/06/13 com opção de exibição em 3D, e trazendo o famoso ator Brad Pitt na liderança do elenco. Um vírus espalha rapidamente uma contaminação no planeta, transformando os infectados em zumbis extremamente ágeis e agressivos, destruindo cidades inteiras e ameaçando a continuidade da humanidade. Um ex-agente da ONU, Gerry Lane (Brad Pitt), experiente na atuação em áreas de conflito ao redor do mundo, tenta salvar sua família em meio ao caos, mantendo-na em algum local seguro. Ele é novamente convocado para encontrar uma solução para a epidemia, viajando por diversos países à procura de informações que possam interromper ou combater a praga. Os elementos de Horror são os zumbis, que infelizmente são apenas coadjuvantes numa história de ação repleta de correrias e todos os clichês característicos. Quase não há sangue e a violência é moderada, com as cenas mais fortes ocorrendo “off screen”, num filme com apelo popular para atingir um público maior e obter melhor retorno de bilheteria. Brad Pitt está pouco inspirado e apesar das quase duas horas serem bem agitadas e até garantirem uma diversão passageira, “Guerra Mundial Z” como filme de horror e de zumbis, é apenas mediano e rapidamente esquecível. E o desfecho, diferente do habitual clima depressivo das histórias similares, proporciona um gancho para uma sequência que já foi anunciada pelos produtores. (RR – 29/06/13)

* Homem de Aço, O (Man of Steel, 2013) – Mais um filme situado no universo ficcional de “Superman”, estreando nos cinemas em 12/07/13 com opção de exibição em 3D, e dirigido por Zack Snyder. O planeta Krypton está enfrentando um colapso natural por causa da exploração desenfreada de seus recursos, e antes da destruição total, um bebê é enviado numa nave para o espaço para fugir da catástrofe, indo parar na Terra. Adotado pelo casal Jonathan Kent (Kevin Costner) e sua esposa Martha (Diane Lane), o garoto recebeu o nome Clark e passou sua infância e adolescência tentando entender e administrar seus poderes de força descomunal devido sua origem alienígena em contato com as condições naturais de nosso planeta. Já adulto (Henry Cavill), ele procura descobrir suas origens, conhece uma repórter investigativa, Lois Lane (Amy Adams), por quem se apaixona, e tem que enfrentar sobreviventes remanescentes rebeldes de Krypton, liderados pelo General Zod (Michael Shannon), que querem exterminar a humanidade. “O Homem de Aço” é uma Ficção Científica com exagerados elementos de ação, numa overdose de explosões, destruições em massa, tiroteios e brigas acrobáticas, tudo devidamente amparado pela tecnologia da computação gráfica. O visual de Krypton é bem interessante, assim como as naves alienígenas e as cenas de perseguições aéreas. O roteiro, a despeito das inevitáveis situações previsíveis como a relação entre Clark Kent e Lois Lane, tem bons momentos dramáticos, principalmente nas cenas com o pai adotivo do herói. Exemplar típico do cinema pipoca que diverte em suas quase duas horas e meia de duração, apesar dos exageros e clichês. (RR – 13/07/13)

* Queen of Blood (1966) – Ficção científica bagaceira dos anos 60 do século passado, com direção e roteiro de Curtis Harrington, o mesmo de outras tranqueiras como “O Planeta Pré-histórico” (Voyage to the Prehistoric Planet, 1965). O elenco tem nomes conhecidos como o veterano Basil Rathbone e os sempre presentes John Saxon e Dennis Hopper. A produção é de Roger Corman e Samuel Z. Arkoff, e foi distribuído pela “AIP” (American-International Pictures). A história é ambientada em 1990 (no futuro da época de produção), e a humanidade trabalha unida numa agência espacial international. Eles recebem uma transmissão de rádio com uma raça alienígena se comunicando informando a intenção em visitar nosso planeta. Porém, a nave deles sofre um acidente e cai no caminho em Marte, forçando o envio de uma equipe de resgate da Terra. Sob o comando do cientista Dr. Farraday (Basil Rathbone), coordenando os trabalhos na base, uma nave terráquea é enviada levando os astronautas Anders Brockman (Robert Boon), Paul Grant (Dennis Hopper) e Laura James (Judi Meredith). Após não encontrarem sobreviventes na nave alienígena, outro foguete pousa num satélite de Marte, com os astronautas Allan Brenner (John Saxon) e Tony Barrata (Don Eitner), e lá eles localizam uma pequena nave auxiliar alienígena com misteriosa mulher de pele verde (Florence Marly), que é resgatada. Os astronautas humanos então se encontram e rumam de volta para casa, porém a hóspede de outro planeta revela um desejo mortal pelo sangue dos humanos (daí um dos títulos originais do filme). Produção de baixíssimo orçamento com todos os clichês típicos dos filmes bagaceiros (e por isso mesmo divertidos) de FC com elementos de Horror das décadas de 1950 e 60. Os efeitos especiais das naves viajando pelo espaço foram retirados de filmes russos do mesmo período. Curiosamente, temos a presença numa ponta do colecionador e editor Forrest J. Ackerman, responsável pela revista “Famous Monsters of Filmland”, como o ajudante do Dr. Farraday. Já o renomado ator Basil Rathbone teve uma participação especial tanto neste como no anterior “O Planeta Pré-histórico”, emprestando seu prestígio para a produção. No Brasil, segundo o livro “Ficção Científica” (1986), de Gilberto Schoereder, o filme recebeu o nome de “Planeta Sangrento”. (RR – 23/07/13)

* The Lost Skeleton of Cadavra (2001) – Com fotografia intencionalmente em preto e branco para homenagear e parodiar os divertidos filmes bagaceiros de Ficção Científica e Horror da década de 1950, com histórias absurdas e efeitos toscos, “The Lost Skeleton of Cadavra” é dirigido e escrito por Larry Blamire (que também participa como ator). No roteiro, temos três subtramas em paralelo que se cruzam pelo mesmo objetivo, que é utilizar o forte poder de um elemento radioativo que veio do espaço num meteoro. Um cientista, Dr. Paul Armstrong (Blamire) e sua esposa Betty (Fay Masterson), procuram numa floresta o local da queda desse meteoro, objeto de estudo do concentrado cientista para o bem da humanidade. Outro “cientista louco”, Dr. Roger Fleming (Brian Howe), está procurando uma caverna onde estaria escondido um “esqueleto perdido” (do sonoro título original) com poderes sobrenaturais. Ele utiliza esses poderes para criar uma mulher, Animala (Jennifer Blaire), que traz características de animais da floresta como esquilos e raposas. E uma nave espacial parecida com um foguete, tripulada pelo casal de alienígenas humanóides Kro-Bar (Andrew Parks) e sua esposa Lattis (Susan McConnell), teve que fazer uma aterrissagerm forçada na Terra e precisa do mesmo elemento radioativo para voltar para casa. Tudo foi filmado de forma proposital e exagerada para lembrar aquelas preciosas tranqueiras dos anos 50 do século passado, com diálogos ridículos e efeitos fuleiros, não faltando o monstro mutante do espaço numa fantasia de borracha, e a nave espacial de fundo de quintal, sem contar o tal esqueleto, que é hilário de tão bagaceiro. Teve uma sequência em 2009, “The Lost Skeleton Returns Again”, também com direção e roteiro de Larry Blamire, e parte do mesmo elenco. (RR – 02/07/13)

* Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5, 2013) – A franquia “Todo Mundo em Pânico”, criada para parodiar principalmente os filmes de horror, foi iniciada em 2000 e teve sequências em 2001, 2003 e 2006, todas lançadas nos cinemas daqui. Depois de sete anos, os produtores decidiram retormar a série e veio então a parte 5, que entrou em cartaz em 28/06/13. Dessa vez o alvo escolhido inclui filmes como “Planeta dos Macacos: A Origem”, a franquia “Atividade Paranormal”, “Mama”, “A Morte do Demônio”, “Cisne Negro” e outros. A história é extremamente banal, não tem a menor importância e não faz sentido, pois a proposta mesmo é intencionalmente, através de puro besteirol, tirar um sarro de outros filmes. Só que, se em alguns dos filmes anteriores e em alguns poucos momentos, até existiram cenas de razoável diversão, nesse episódio 5 a coisa não funciona em nenhum momento, mesmo com um esforço imenso em tentar rir de alguma situação. Ou seja, a franquia deveria acabar definitivamente, pois esse filme 5 é tão patético que nem deveria ter sido produzido. Totalmente dispensável, não vale nem ver em DVD alternativo. (RR – 01/07/13)

* Um Balde de Sangue (A Bucket of Blood, 1959) – Produzido e dirigido pelo “Rei dos Filmes B” Roger Corman em 1959, e com roteiro de Charles B. Griffith (de “A Besta da Caverna Assombrada”), “Um Balde Sangue” é uma comédia de humor negro com elementos sutis de horror e violência sugerida. Foi filmado em preto e branco em apenas 5 dias, utilizando os mesmos cenários de “A Pequena Loja dos Horrores” (1960), outra parceria de humor negro entre Corman e o mesmo roteirista Griffith. Na história, Walter Paisley (Dick Miller), é um garçon que trabalha num bar noturno, que sempre é ignorado pelos clientes e colegas de trabalho, e tem um sonho de ser um artista reconhecido. Depois que acidentalmente ele mata o gato de uma vizinha curiosa, e para esconder o delito ele cobre o cadáver do animal com argila, transformando-o numa escultura, todos ao seu redor passam a admirá-lo como um artista notável. Mas, para manter a fama, ele se vê obrigado a continuar a “fabricar” estátuas, tornando-se com isso um assassino. Filme bem curto, com pouco mais de uma hora de duração, numa produção de baixíssimo orçamento, característica de Corman. Diversão rápida indicada para os apreciadores de filmes “B”, com um desfecho trágico. Teve uma refilmagem em 1995, numa produção especialmente para a televisão.  (RR – 27/07/13)

* Wolverine: Imortal (The Wolverine, EUA, 2013) – Filme situado dentro do universo ficcional de “X-Men”, que já conta com vários filmes, e que entrou em cartaz nos cinemas em 26/07/13. O mutante Logan (Hugh Jackman), o “Wolverine” de “X-Men”, está vivendo como um andarilho quando é convidado a ir até o Japão para receber o agradecimento de um homem idoso doente terminal, Yashida (Hal Yamanouchi), que havia sido salvo por ele na Segunda Guerra Mundial, e que tornou-se um bem sucedido empresário de uma corporação de empresas de tecnologia. Lá, Logan conhece a neta do velho, Mariko (Tao Okamoto), que deverá herdar o império e está sendo perseguida por mafiosos. Ele então passa a protegê-la, com a ajuda da jovem Yukio (Rila Fukushima), envolvendo-se numa complicada conspiração e enfrentando pela primeira vez dificuldades físicas após ter sido infectado por uma mutante, Viper (a russa Svetlana Khodchenkova). Diversão para quem aprecia overdose de ação, pancadarias, lutas e perseguições em várias cenas extravagantes (especialmente uma num trem bala em movimento), e com um desfecho exagerado. Atenção para uma cena interessante após os créditos finais. (RR – 28/07/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 6 (06/05 a 23/06/13)

Filmes abordados:

Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, EUA, 2013)
Depois da Terra (After Earth, EUA, 2013)
Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, EUA / Canadá, 2013) animação
Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, Inglaterra, 1958)
Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, EUA, 2013)
Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, EUA, 1957)
Reino Escondido (Epic, EUA, 2013) animação
Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, EUA, 2013)
Universidade Monstros (Monsters University, EUA, 2013) animação


* Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness, 2013) – Mais um filme da cultuada franquia “Star Trek”, criada por Gene Roddenberry (1921 / 1991) e cujo fenômeno popular se iniciou com uma série de TV nos anos 60 do século passado, abrangendo um universo ficcional imenso composto por várias outras séries para a telinha, animação, quadrinhos e filmes para cinema. O assunto é tão vasto e complexo que seria necessário um texto gigantesco para tentar situar o espectador não muito familiarizado com a saga. Esse filme em questão, dirigido por J. J. Abrams e que entrou oficialmente nos cinemas brasileiros em 14/06/13 com opção de exibição em 3D, é o segundo com atores mais jovens interpretando a tripulação original, seguido de “Star Trek” (2009), com o Capitão Kirk (Chris Pine), o Oficial de Ciências Spock (Zachary Quinto), o médico Dr. McCoy (Karl Urban) e os outros tripulantes que marcaram a memória dos fãs. Em “Além da Escuridão”, a história utiliza elementos apresentados em “Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan” (1982), onde a tripulação da nave estelar Enterprise precisa enfrentar um vilão extremamente perigoso e inteligente (interpretado por Benedict Cumberbacht), que está por trás de violentos atos terroristas e esconde segredos que podem mudar o rumo da Federação. Muita ação em cenas bem improváveis (não para a magia do cinema), e efeitos especiais impressionantes típicos de uma grande produção de FC, recomendada para os apreciadores do gênero. (RR – 21/06/13)

* Depois da Terra (After Earth, 2013) – Aventura de Ficção Científica dirigida por M. Night Shyamalan e com Will Smith, estreando nos cinemas brasileiros em 07/06/13. Após 1000 anos de uma catástrofe transformar a Terra num ambiente impróprio para a humanidade, esta se refugiou em outro planeta chamado Nova Prime. O General Cypher Raige (Will Smith), conhecido pela bravura e disciplina militar decide levar seu filho de 13 anos Kitai (Jaden Smith) para uma missão de treinamento, porém a nave se choca com uma chuva de asteróides e na tentativa de fuga cai na perigosa Terra, repleta de animais selvagens e ambiente hostil para humanos. A única chance de vida para o garoto e seu pai ferido é encontrar um sinalizador perdido na queda, obrigando o jovem a enfrentar uma aventura mortal pela selva à procura do artefato. Shyamalan é um cineasta indiano conhecido pelas incursões no gênero fantástico, e pelas reviravoltas nos roteiros, geralmente dividindo radicalmente a opinião dos fãs. Nesse caso de “Depois da Terra”, ele optou por um filme mais tradicional com roteiro adaptado de uma história do ator Will Smith, trazendo todos os clichês de filmes de luta pela vida num ambiente adverso, exagerando em muitos momentos com situações inverossímeis de chances quase nulas de sobrevivência em eventos previsíveis. Will Smith está estranho num papel extremamente sério e seu filho na vida real Jaden parece deslocado na grande responsabilidade de personagem principal. Um filme apenas mediano, que vale pelos bons efeitos especiais, mas que não ficará na memória por muito tempo. (RR – 09/06/13)

* Fuga do Planeta Terra, A (Escape From Planet Earth, 2013) – Animação com elementos de ficção científica que entrou em cartaz nos cinemas em 30/05/13. No planeta Baab, onde a população é azul, o astronauta truculento Scorch Supernova é um herói por suas aventuras espaciais, fazendo dupla com seu irmão inteligente Gary, que controla as missões “apertando botões” em solo. As coisas se complicam quando uma missão para o temível planeta Terra fracassa e o astronauta é capturado, forçando Gary a sair da base e resgatar seu irmão. Aventura de FC para todas as idades com todos os clichês do gênero num roteiro trivial, não faltando a tão misteriosa “Área 51” e o militar terráqueo arrogante. Além de várias homenagens e citações de outros filmes, uma em especial é a cena de perseguição no interior de um canyon entre aviões da Terra e a nave alienígena de Baab pilotada por Gary, numa clara referência ao clássico “Star Wars” (1977). (RR – 08/06/13)

* Horror Vem do Espaço, O / Monstro Sem Face (Fiend Without a Face, 1958) – Produção inglesa com fotografia em preto e branco, dirigida por Arthur Crabtree e com roteiro baseado na história “The Thought Monster”, de Amelia Reynolds Long. Filme curto (apenas 75 minutos) da década de 1950 do século passado, com história absurdamente divertida, e com dois títulos nacionais. O primeiro e mais coerente pela tradução literal, “Monstro Sem Face” (conforme o livro “Ficção Científica”, de Gilberto Schoereder, 1986), e o outro pessimamente escolhido quando lançado em DVD, “O Horror Vem do Espaço”, pois a história não tem relação com algo vindo do espaço. As ações se passam numa base militar americana e canadense, que trabalha com pesquisas com energia nuclear para o desenvolvimento de um potente radar atômico que possibilitaria espionar atividades suspeitas na antiga União Soviética, durante o conturbado período da guerra fria. Porém, soldados e moradores de uma pequena cidade próxima, aparecem mortos e estampando o horror em suas faces desesperadas. O Major Cummings (Marshall Thompson) é destinado para invertigar os misteriosos assassinatos e em paralelo, tenta defender a mocinha Barbara Griselle (Kim Parker), irmã de uma das vítimas dos demônios invisíveis. Ele descobre relações entre as bizarras experiências de um cientista, Prof. Walgate (Kynaston Reeves), com a materialização de pensamentos e a influência destrutiva da energia radiativa dos reatores atômicos da base militar, criando monstros inicialmente “sem rostos” e depois visíveis na forma grotesca de um cérebro com espinha dorsal. Percebemos aqui uma influência e relações com a ideia central do clássico de FC “Planeta Proibido” (1956), onde um terrível monstro invisível, criado pela mente perturbada de um cientista, ataca um grupo de astronautas que chegam num planeta colonizado por humanos. Com efeitos especiais de “stop motion” complexos para a época, ao mostrar os monstros e seus movimentos de ataque, e situado dentro do ambiente que retrata a paranóia da guerra fria e o medo dos efeitos nocivos da energia nuclear, o filme “O Horror Que Vem do Espaço” (na verdade, que vem do “pensamento”), é mais uma garantia de diversão para quem aprecia essas preciosas tranqueiras do cinema bagaceiro antigo de FC & Horror. (RR – 26/05/13)

* Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua, O (Texas Chainsaw 3D, 2013) – Mais um filme dentro do universo ficional criado pelo indispensável clássico “O Massacre da Serra Elétrica” em 1974, dirigido por Tobe Hooper. Dessa vez, estreando em nossos cinemas em 17/05/13 com exibição em 3D, a história se inicia com uma continuação exata de onde termina o clássico dos anos 70. Após a família canibal de “Leatherface” (o maníaco que mata suas vítimas com uma serra motorizada e usa uma máscara de pele humana) ser dizimada num incêndio criminoso, as ações passam para muitos anos à frente onde uma garota, Heather Miller (Alexandra Daddario), recebe uma notificação informando que herdou uma casa numa região rural no Texas. Ela parte então para lá acompanhada de alguns amigos, não imaginando os horrores que a aguardavam obrigando-a a lutar pela vida. Tem sangue e cenas violentas. Mas, é só isso, pois o roteiro é ruim e cheio de falhas, não conseguindo estabelecer aquele clima sombrio tão evidente no filme original, fazendo o espectador não se envolver com a história banal. Algumas cenas são patéticas como a perseguição de Leatherface, ávido em dilacerar a mocinha e indo parar num parque de diversões lotado, sem contar que os jovens acéfalos apenas nos fazem torcer por suas mortes dolorosas. Ainda assim vale conhecer, mas somente por fazer parte da franquia. (RR – 25/05/13)

* Rastros do Espaço (The Monolith Monsters, 1957) – Produção menor da “Universal”, dirigido por John Sherwood e com fotografia em preto e branco, vindo da saudosa década de 1950, um período fértil em filmes bagaceiros de FC & Horror com histórias absurdas e por isso mesmo super divertidas. Nesse caso, um meteoro chega à Terra trazendo misteriosas pedras negras que em contato com água crescem de forma descomunal, transformando-se em imensos monolitos monstruosos (daí o título original), que desabam destruindo tudo ao redor e gerando novas pedras num processo contínuo de crescimento e destruição, impulsionado pelas chuvas. Além também de trazer o horror para as pessoas que entram em contato com essas pedras, as quais retiram o silício de seus corpos, endurecendo a carne e transformando suas vítimas em estátuas solidificadas. Uma pequena cidade no deserto americano, San Angelo, no Estado da California, através de um geólogo, Dave Muller (Grant Williams), tenta impedir o avanço dos monolitos gigantes procurando uma solução para deter a ameaça. “Rastros do Espaço” é uma daquelas tranqueiras divertidas, de curta duração (só 77 minutos), com um roteiro baseado em história de Jack Arnold, mais conhecido como diretor de preciosidades como “Veio do Espaço” (1953), “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), “Tarântula” (1955) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (1957), este que também tem Grant Williams como protagonista. A ideia central procura especular sobre os perigos que chegam ao nosso planeta através das quedas de meteoros, e seus segredos ancestrais vindos do espaço que podem resultar em terríveis ameaças para a humanidade. (RR – 06/05/13)

* Reino Escondido (Epic, 2013) – Animação que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 17/05/13, com a opção de exibição em 3D. Uma adolescente em crise com o pai é obrigada a visitá-lo em sua casa no meio de uma floresta. Ele é um cientista obcecado em provar a existência de criaturas pequenas que vivem num “reino escondido” na floresta, mas é desacreditado pela esposa, que o abandonou e pela filha. Porém, a menina muda de opinião rapidamente depois que ela própria é miniaturizada pelos poderes mágicos de uma rainha da floresta, e se vê no meio de uma batalha entre o Bem, representado pelos homens-folha que defendem a vida nas matas, e o Mal, na figura de criaturas sombrias que querem a decomposição das árvores e vegetações. Esse velho clichê da eterna luta do Bem contra o Mal, utilizado à exaustão no cinema, continuará sempre sendo tema de muitas histórias, e novamente é o foco em “Reino Escondido”. Mas, apesar da fórmula repetitiva, ela ainda pode funcionar. Aqui, temos uma diversão para todas as idades, num mergulho sem compromisso num mundo de fantasia épica. Um destaque são todas as cenas envolvendo uma dupla atrapalhada de lesma e caramujo, que reservam sempre momentos engraçados. (RR – 19/05/13)

* Último Exorcismo – Parte 2, O (The Last Exorcism – Part 2, 2013) – Sequência direta de um filme de 2010, onde a garota Nell (Ashley Bell), vítima de um ritual demoníaco numa floresta, sobrevive e é encontrada desorientada e perturbada. Tratada inicialmente num hospital psiquiátrico, ela depois vai morar numa casa de recuperação para jovens com passados violentos e tenta uma vida nova. Porém, seguidores de uma seita satânica e o poderoso demônio “Abalam” voltam a atormentá-la. O primeiro filme, produzido no estilo “found footage”, até tem momentos interessantes, com um final pessimista e clima sombrio, mas essa continuação se situa dentro do que existe de mais comum e trivial nos filmes de horror comerciais: sustos fáceis e artificiais, história superficial e banal, quase nada de violência e sangue, e cenas exageradas e carregadas de fantasia, fugindo de qualquer tentativa de se criar uma atmosfera realmente sinistra. Ou seja, um filme desnecessário e dispensável. (RR – 18/05/13)

* Universidade Monstros (Monsters University, 2013) – Pré-sequência da cultuada animação “Monstros S.A.” (2001), que chegou aos cinemas em 21/06/13, com a opção de exibição em 3D, contando a história da dupla de monstros James P. Sullivan (voz original de John Goodman) e Mike Wazowski (voz original de Billy Crystal) mais jovens na época da faculdade. O descolado Sulley e o nerd estudioso Mike inicialmente não eram amigos e até se evitavam pelas grandes diferenças entre eles, mas com o passar do tempo e o fato de fazerem parte juntos de uma equipe num torneio de jogos para assustadores, a relação de amizade ganhou força. Com produção da “Pixar”, “Universidade Monstros” é uma divertida animação crianças, adolescentes e adultos, apresentando uma enorme quantidade de personagens curiosos, monstros estranhos de todos os tipos, tamanhos e formas, cujo mundo precisa dos gritos das crianças humanas para a geração de energia. (RR –23/06/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 5 (12/03 a 03/05/13)

Filmes abordados:

Croods – Uma Aventura nas Cavernas, Os (The Croods, EUA, 2013)
Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, EUA / China, 2013)
Hospedeira, A (The Host, EUA, 2013)
Jack – O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, EUA, 2013)
Mama (Mama, Espanha / Canadá, 2013)
Morte do Demônio, A (Evil Dead, EUA, 2013)
Oblivion (Oblivion, EUA, 2013)
Oz: Mágico e Poderoso (Oz the Great and Powerful, EUA, 2013)
The Pact (EUA, 2012)



* Croods – Uma Aventura nas Cavernas, Os (The Croods, 2013) – Animação da “DreamWorks” que estreou nos cinemas brasileiros em 22/03/13. Uma família pré-histórica que vive literalmente em cavernas, com medo de tudo e lutando unicamente pela sobrevivência, é formada pelo pai protetor, Grug (voz de Nicolas Cage), que tenta com todos os seus esforços manter a segurança da esposa, da sogra e dos três filhos. Porém, depois que a filha adolescente Eep (voz de Emma Stone) conhece o jovem Guy (voz de Ryan Reynolds), e a família é obrigada a abandonar a caverna após um terremoto, eles partem para uma aventura em busca de um novo mundo conhecendo criaturas fantásticas. Divertida animação voltada especialmente para o público infantil (mas também para todas as idades), mostrando os desafios de uma família para sobreviver num mundo hostil, e com os obstáculos tornando-se oportunidades de estreitar os relacionamentos, descobrindo cada vez mais a importância de uns para os outros. (RR – 23/03/13)

* Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, 2013) – O terceiro filme da franquia “Homem de Ferro” entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 26/04/13, com a opção de exibição em 3D. Dessa vez, o milionário Tony Stark (Robert Downey Jr.), que criou uma armadura altamente tecnológica e a utiliza para ser o cultuado herói “Homem de Ferro”, tem que enfrentar agora os ataques e ameaças de um terrorista chamado Mandarin (Ben Kingsley). Porém, uma série de eventos e reviravoltas mostrará a verdade dos fatos. Ação exagerada, correrias desenfreadas, tiroteios ensurdecedores, destruição, efeitos especiais notáveis, roteiro com algumas piadas. Indicado para quem procura esse tipo de diversão sem compromisso no cinema, passando duas horas desligado do mundo real. Curiosamente, tem uma cena após os créditos finais que sempre vale a pena conferir. (RR – 03/05/13)

* Hospedeira, A (The Host, 2013) – Com roteiro baseado em livro de Stephenie Meyer, a mesma autora da saga “Crepúsculo”, “A Hospedeira” é um drama com elementos de ficção científica que estreou nos cinemas em 29/03/13. A raça humana, devido suas características naturais de violência entre si e histórico de destruição contínua do meio ambiente, tornou-se alvo de uma invasão alienígena, com criaturas extraterrestres se hospedando nos corpos dos humanos, levando a espécie rumo à extinção. Porém, um grupo de humanos resistentes vive escondido no interior de um vulcão extinto no deserto e tenta sobreviver mantendo-se livre da invasão. Apesar dos inevitáveis momentos tediosos de romance adolescente entre os protagonistas, a história tem uma ideia central interessante, mesmo sendo o tema de invasão alienígena um sub-gênero do cinema fantástico já muito utilizado, com menos cenas barulhentas de ação desenfreada e mais momentos de drama psicológico explorando os conflitos entre os personagens. (RR – 30/03/13)

* Jack – O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, 2013) – Somando-se ao time das adaptações mais sombrias de clássicos contos de fadas, que já tinha “A Garota da Capa Vermelha” (2011), “Branca de Neve e o Caçador” (2012) e “João e Maria: Caçadores de Bruxas” (2013), entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 29/03/13, a história dos feijões mágicos que em contato com água brotam árvores imensas que levam para um mundo acima das nuvens, habitado por gigantes que apreciam a carne humana. Jack (Nicholas Hoult, de “Meu Namorado é um Zumbi”), é um jovem camponês que recebe alguns feijões misteriosos de um monge em fuga, não imaginando que eles pudessem tornar reais as antigas lendas sobre um perigoso e ameaçador mundo de gigantes. E que ele teria que lutar numa batalha dessas criaturas imensas contra com os humanos, e ainda proteger uma princesa (Eleanor Tomlinson), por quem se apaixonou. Diversão passageira típica do “cinema pipoca”, numa aventura com alguns elementos de horror e história exagerada na fantasia, com opção de exibição em 3D. O destaque do elenco fica para Ewan McGregor, que interpreta o líder da elite dos soldados do rei. Curiosamente, a produtora picareta “The Asylum”, conhecida pelas incríveis tranqueiras de seu catálogo, aproveitou a oportunidade e lançou em paralelo a sua versão, chamada “Jack, o Matador de Gigantes” (Jack, the Giant Killer), exibida no canal de TV a cabo “SyFy”. O filme é muito ruim, o roteiro é extremamente patético, o elenco é medíocre e os efeitos de CGI são tão vagabundos, que o destino inevitável  dessa tosquice é o limbo eterno. (RR – 06/04/13)

* Mama (Mama, 2013) – Um ótimo e cultuado curta metragem espanhol de 2008, de apenas 3 minutos, serviu de inspiração para esse longa dirigido por Andy Muschietti e produzido por Guillermo del Toro, e que estreou nos cinemas em 05/04/13. Transtornado pela falência de sua empresa, um pai mata a esposa e sequestra as duas filhas pequenas. Após um acidente com o carro pela estrada escorregadia de neve e cercada por uma floresta, eles encontram uma cabana aparentemente abandonada. Após cinco anos de sumiço das crianças, elas são encontradas misteriosamente nessa cabana e após resgatadas, vão morar com o tio e a namorada. Porém, além da difícil adaptação no retorno à civilização, as coisas se complicam com a presença ameaçadora de um fantasma perturbado intimamente ligado às garotas. História interessante que prende a atenção do espectador, destacando-se boas cenas de sustos, que apesar de utilizar-se do velho clichê do aumento de som repentino, ainda soam eficientes. Porém, a escolha de um final fantasioso e exagerado demais, prejudicou o clima sinistro construído na história, e fez de “Mama” apenas mais um filme comum entre tantos com a temática de fantasmas vingativos. (RR – 07/04/13)

* Morte do Demônio, A (Evil Dead, 2013) – O diretor uruguaio Fede Alvarez, que passou a ser conhecido após o sucesso de seu curta “Ataque de Pánico!” (2009), onde robôs gigantes atacam a cidade de Montevideo, foi o escolhido por Sam Raimi para dirigir e escrever o novo “Evil Dead”. Não sendo exatamente nem uma refilmagem nem uma continuação, mas sim um filme inspirado na história original do clássico do início dos anos 1980, a marca da franquia continua de certa forma honrada. Sem fazer comparações, que são desnecessárias, pois o filme original é intocável, essa nova releitura do universo ficcional de “Evil Dead” é extremamente violenta, com sangue para todos os lados e a todo momento, como não se via há tempos no cinema comercial. Estreando nas telonas brasileiras em 19/04/13 com cópias legendadas (ainda bem), o roteiro mostra um grupo de cinco jovens, duas moças e três rapazes, que vão passar alguns dias numa cabana isolada na floresta, com o objetivo principal de ajudar uma das meninas a largar as drogas, as quais quase a levaram à morte. Porém, após descobrirem um misterioso livro de magia negra no porão da cabana, e terem inadvertidamente invocado palavras proibidas de suas páginas, um poderoso demônio é libertado e passa a possuir os corpos de suas vítimas, com direito a uma overdose de violência explícita entre mutilações, desmembramentos e banhos literais de sangue. O novo “Evil Dead” não tem humor, numa decisão acertada de Fede Alvarez, e assim como no original, a calmaria do início logo é substituída pelo horror sangrento, e a porradaria e o clima depressivo quase não dão trégua, mantendo a tensão até o desfecho. E, curiosamente, vale uma conferida até o final dos créditos, reservado para uma apoiada homenagem. Altamente recomendável. (RR – 21/04/13)

* Oblivion (Oblivion, 2013) – Dirigido por Joseph Kosinski, baseado em graphic novel de sua autoria e estrelado por Tom Cruise e Morgan Freeman, “Oblivion” é uma FC ambientada em 2077 que entrou em cartaz nos cinemas em 12/04/13. Alienígenas interessados em tomar a Terra, explodem nossa lua, e com isso uma sucessão de eventos da natureza como terremotos e tsunamis causam grande destruição em boa parte do planeta, preparando o campo para uma invasão. A única solução encontrada pela humanidade é atacar com armas nucleares, expulsando os alienígenas e destruindo quase tudo na Terra. Humanos sobreviventes vivem numa estação espacial preparando-se para colonizar uma das luas de Saturno, porém eles precisam recolher a água dos oceanos como fonte de energia através de imensas plataformas de sucção. Para fazer a manutenção de robôs bélicos que protegem as plataformas de ataques de alienígenas remanescentes que vagam à noite pelo planeta destruído, uma das equipes é fomada pelo casal Jack (Tom Cruise) e Victoria (Andrea Riseborough). Após Jack, numa missão de averiguação da queda de uma nave do espaço, encontrar uma mulher misteriosa, Julia (Olga Kurylenko), que sempre apareceu em seus sonhos, os eventos passam a tormar um rumo diferente, com questionamentos constantes sobre a realidade dos fatos. Tom Cruise está muito bem fazendo o tradicional papel em que ele é especialista, numa história cheia de reviravoltas e muita ação num ambiente de ficção científica, com impressionantes efeitos visuais. O veterano Morgan Freeman, cujo nome já é um convite para ver qualquer filme com ele, tem uma participação pequena, mas de fundamental importância. (RR – 14/04/13)

* Oz: Mágico e Poderoso (Oz the Great and Powerful, 2013) – Aventura infanto-juvenil com exagerados elementos de fantasia e um pouco de horror sutil, dirigida por Sam Raimi (o criador do sangrento e cultuado “The Evil Dead” em 1982), e que estreou nos cinemas brasileiros em 08/03/2013, com a opção de exibição em 3D. O ator James Franco interpreta Oscar Diggs (também conhecido apenas como “Oz”), um mágico pouco convincente e charlatão de um circo decadente, que a bordo de um balão em fuga, acaba entrando no interior de um violento tornado que o leva para um mundo alternativo, povoado por seres de um típico universo de fantasia. Nesta misteriosa “Terra de Oz”, há uma luta por liberdade, num eterno duelo entre o Bem e o Mal, com a liderança de três bruxas rivais, e onde o mágico terá que escolher seu lado no conflito. O filme é uma diversão descompromissada, apresentando uma história com liberdade de criação, especulando eventos que antecedem o conhecido clássico “O Mágico de Oz” (1939), baseado no universo ficcional de L. Frank Baum. (RR – 12/03/13)

* The Pact (2012) – A jovem Annie (Caity Lotz) retorna para a casa onde passou a infância devido à morte de sua mãe, com quem mantinha um relacionamento conturbado. Após o desaparecimento misterioso de sua irmã e prima, e do detetive policial que investigava o sumiço das mulheres, a jovem decide tentar descobrir a verdade por conta própria e se depara com eventos sobrenaturais e segredos obscuros de sua família. Thriller ligeiramente acima da média com algumas boas cenas de suspense passageiro, entre aparições de fantasmas perturbados e assassinatos misteriosos. Curiosamente, tem a presença de Casper Van Dien como o policial Creek, ele que foi o soldado Johnny Rico do ótimo “Tropas Estelares” (1997). (RR – 03/05/13)

Comentários curtos de cinema - Parte 4 (03/02 a 04/03/13)

Filmes abordados:

Corrente do Mal, A (Chain Letter, EUA, 2010)
Cowboys & Aliens (EUA, 2011)
Dezesseis Luas (Beautiful Creatures, EUA.2013)
Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, EUA, 2012)
Frankenweenie (EUA, 2012)
Godzilla vs. Megalon (Gojira tai Megaro, Japão, 1973)
Inatividade Paranormal (A Haunted House, EUA, 2013)
Meu Namorado é um Zumbi (Warm Bodies, EUA, 2013)
ParaNorman (EUA, 2012)



* Corrente do Mal, A (Chain Letter, 2010) – Mistura de “slasher” e “torture porn”, não acrescentando nada para qualquer um dos dois subgêneros do Horror. Um psicopata envia correntes de mensagens por e-mail para adolescentes, ameaçando-os de morte caso não continuem a distribuí-las ou decidam por apagá-las de seus modernos telefones celulares. Alguns deles não obedecem as orientações e sentem na pele a dor de correntes rasgando seus corpos. Com fotografia muito escura e roteiro confuso, além de um nome nacional oportunista, o filme apresenta algumas cenas de mortes sangrentas, e uma ideia até razoável de crítica à falta de privacidade das pessoas, escravas da tecnologia. Mas, é apenas mais um filme dispensável, perdido numa infinidade de produções similares. (RR – 10/02/13)

* Cowboys & Aliens (2011) – Com estréia em nossos cinemas em 09/09/2011, produção executiva de Steven Spielberg e elenco liderado por Daniel Craig e Harrison Ford, “Cowboys & Aliens” é baseado numa história em quadrinhos e mistura elementos de western e ficção científica, num resultado de puro entretenimento. Ambientado em 1873 no selvagem oeste americano, um homem (Craig) acorda sem memória e com um estranho bracelete futurista no pulso esquerdo. Mais tarde, ele descobre então que é procurado pela lei e se envolve numa confusão numa pequena cidade, controlada por um influente criador de gados (Harrison Ford). Porém, eles terão que unir forças para combater uma ameaça vinda dos céus, onde misteriosas máquinas voadoras e com grande poder de destruição, estão atacando e sequestrando os habitantes. (RR – 24/02/13)

* Dezesseis Luas (Beautiful Creatures, 2013) – Drama com fantasia exagerada e algumas doses sutis de horror, num estilo similar à saga “Crepúsculo”, dando início a uma franquia voltada principalmente para o público adolescente. Apresenta basicamente aquela mesma história tediosa de romance em meio a elementos sobrenaturais, nesse caso, magia e bruxaria, despertando saudades dos verdadeiros filmes de horror, com sangue em profusão e violência perturbadora. Estreou nos cinemas brasileiros em 01/03/13, mostrando um garoto que vive numa pequena e desanimadora cidade no interior dos Estados Unidos, que se apaixona pela nova aluna recém chegada, que faz parte de uma família misteriosa formada por conjuradores com poderes mágicos. O maior desafio da garota será administrar sua relação amorosa com o jovem e a chegada de seu 16º aniversário, data na qual é definida sua inclinação de bruxa da luz ou das trevas. A citação do autor de FC Kurt Vonnegut Jr. e sua obra “Matadouro 5”, e a brincadeira com o ainda não filmado “Premonição 6” (com o erro proposital no nome original) são pontos positivos, além da beleza simples e natural da jovem bruxa. E só. (RR – 03/03/13)

* Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, 2012) – Filme de ação que estreou nos cinemas brasileiros em 08/02/13, com Bruce Willis num papel menor. Um bombeiro (Josh Duhamel) testemunha o assassinato frio do dono de uma loja de conveniências e seu filho adolescente, pelo temido líder de uma gangue (Vincent D´Onofrio). Ele decide ajudar a polícia, sob a liderança do Tenente Mike Cella (Bruce Willis), aceitando testemunhar contra o criminoso num julgamento, e por isso passa a fazer parte de um programa de proteção de testemunhas, apaixonando-se pela policial interpretada por Rosario Dawson. Porém, os criminosos aumentam seus esforços para tentar impedi-lo de testemunhar. Diversão passageira onde não faltam os tradicionais clichês do gênero com tiroteios, perseguições e assassinatos, além do protagonista revelar-se um inverossímil e bem sucedido vingador. Curiosamente, outro filme de ação também recebeu o mesmo título nacional: trata-se de “Heat” (1995), com Al Pacino, Robert De Niro, Val Kilmer e Jon Voight. (RR – 17/02/13)

* Frankenweenie (2012) – Divertida e recomendável animação com elementos de horror, dirigida por Tim Burton e com vozes de Martin Landau e Winona Ryder, entre outros. O cineasta é especialista em filmes voltados para o público infanto juvenil com temas obscuros como os anteriores “Alice no País das Maravilhas” (2010), com Johnny Depp, e as também animações “A Noiva Cadáver” (2005) e “O Estranho Mundo de Jack” (1993), este último como roteirista. “Frankenweenie” tem fotografia em preto e branco e já havia sido filmado por Burton em 1984 num curta metragem. É uma homenagem ao cinema de horror do passado, especialmente os clássicos da produtora “Universal”, “Frankenstein” e “A Noiva de Frankenstein”, da década de 1930. Um garoto tem seu cão de estimação morto num atropelamento, e inspirado pelas aulas de Ciências, decide tentar trazê-lo de volta à vida num experimento com eletricidade. Ele obtém sucesso, mas seus amigos de escola, querendo copiar sua ideia, também fazem a mesma experiência, mas com consequências bem piores. (RR – 11/02/13)     

* Godzilla vs. Megalon (Gojira tai Megaro, 1973) – Filme japonês de monstros, bagaceiro ao extremo. O Japão está realizando testes nucleares numa ilha, causando terremotos e fissuras que chamam a atenção de uma civilização chamada “Seatopia”, que vive secretamente abaixo do mar. Sentindo-se ameaçados, eles decidem atacar a capital Tóquio e enviam o monstro “Megalon”, que voa e solta bolas explosivas de fogo pela boca. Para auxiliá-lo no ataque é também recrutado um outro monstro espacial, “Gigan”. Porém, para a defesa os japoneses contam com o robô “Jet Jaguar” (similar ao “Ultraseven”), que tem a ajuda sempre providencial do popular “Godzilla”. Tranqueira absurdamente tosca de uma época sem computação gráfica, onde os efeitos especiais eram realizados com maquetes e maquiagens, e que diverte justamente por isso. Tudo é ruim demais, desde os atores, a história, e principalmente a luta dos monstros num estilo comédia pastelão “gigantes do ringue”, com os monstros realizando movimentos que desafiam as leis da física (sempre imagino como aqueles atores vestidos em roupas de borracha simulando monstros deviam se divertir com o que faziam...). A cópia que tive acesso é um DVD original japonês com legendas em inglês e curiosamente, o monstro “Megalon” inspirou com seu sonoro e interessante nome a escolha do título do lendário fanzine brasileiro de Ficção Científica e Horror, editado por Marcello Simão Branco, que teve 71 edições entre 1988 e 2004. (RR – 25/02/13)     

* Inatividade Paranormal (A Haunted House, 2013) – Comédia com elementos de horror, que estreou nos cinemas brasileiros em 01/02/13, e que tem no elenco o comediante Marlon Wayans (que também foi o co-roteirista), conhecido pela popular franquia similar “Todo Mundo em Pânico” (Scary Movie). Malcolm (Wayans) convida sua namorada Kisha (Essence Atkins) para morar com ele. Porém, os problemas começam a surgir depois que descobrem que existe um fantasma maligno perturbando a casa (daí o título original), e pedem ajuda para um grupo excêntrico formado por um padre ex-presidiário, um médium homossexual e dois caçadores de fantasmas oportunistas. O roteiro é uma paródia principalmente da franquia “Atividade Paranormal”, com citações para outros filmes de horror como “A Filha do Mal” e “O Último Exorcismo”, e apresenta cenas exageradas envolvendo sexo e consumo de drogas. Até tem alguns momentos engraçados, mas no geral é dispensável. (RR – 03/02/13)     

* Meu Namorado é um Zumbi (Warm Bodies, 2013) – Outra comédia com elementos de horror, que entrou em cartaz nos cinemas em 08/02/13. Uma contaminação de proporções globais assola nosso planeta dividindo-o em três espécies: os humanos sobreviventes do contágio, que vivem entrincheirados lutando constantemente por suas vidas num mundo a caminho da extinção; os mortos-vivos ou “cadáveres”, que apenas caminham de forma instintiva à procura de alimento (carne e cérebros dos humanos); e os “esqueléticos”, criaturas ameaçadoras e violentas que também foram infectadas e perderam a pele com o passar do tempo. Nesse ambiente de caos, um rapaz “cadáver”, inesperadamente salva uma jovem garota humana não infectada de um ataque de zumbis, criando um estranho e incomum laço de amizade que culmina numa sucessão de eventos que podem alterar a ordem das coisas e gerar um sentimento de esperança numa civilização à beira do colapso. Apesar do nome nacional oportunista e “meloso”, o filme pode ser considerado uma interessante e divertida surpresa, contrapondo-se ao tradicional desfecho pessimista e depressivo dos filmes de zumbis, com um roteiro simpático que nos convida a torcer pelo sucesso do casal de protagonistas. (RR – 11/02/13)

* ParaNorman (2012) – Animação com elementos de horror, que estreou nos cinemas brasileiros em 07/09/2012. Norman Babcock é um garoto que sofre “bullyng” constante na escola porque possui a habilidade de ver fantasmas e se comunicar com os mortos. Enfrentando dificuldades de aceitação até pela própria família, ele é apoiado pelo colega obeso Neil, que tem o mesmo problema de rejeição na escola. Porém, Norman não imaginaria que seus poderes sobrenaturais seriam fundamentais para enfrentar uma antiga maldição envolvendo a condenação de uma suposta bruxa e seus inquisidores, na tentativa de salvar sua pequena cidade dessa terrível ameaça. Com uma avalanche de produções de animação voltadas para o público infantil, muitas delas bem divertidas, é sempre bom ver que temos também algumas com temáticas mais sombrias, trazendo interessantes elementos do cinema fantástico. (RR – 04/03/13)