Odisséia nas Sombras (livro)


De repente, uma forte gargalhada ecoou as suas costas. Virou-se, de súbito, novamente assustado, com aquela risada que parecia vir do próprio inferno. A visão que teve o fez pensar que, se de fato ele não estivesse no inferno, os demônios de lá haviam fugido. Seus olhos incrédulos avistaram um homem parado no início da descida por onde ele viera. Usava um enorme chapéu e um sobretudo, também de proporções exageradas. Todo de negro. Estava empunhando uma pá...

Existem diversos tipos de apreciadores do gênero artístico Horror. Há aqueles que se satisfazem plenamente apenas consumindo os infindáveis produtos relacionados, como filmes, revistas, livros, jogos, etc. E há aqueles que, além de consumir, também gostam de produzir, sejam editar fanzines impressos ou sites na internet, escrever contos e artigos de cinema ou literatura, desenhar ilustrações e histórias em quadrinhos, e muitas outras coisas mais. Toda produção alternativa ou pertencente ao chamado universo “underground”, ou seja, feito com recursos próprios, sem o apoio ou financiamento de uma fonte externa, devem sempre ter seu trabalho enaltecido, independente dos resultados. É sempre preferível a produção de materiais com qualidade cada vez maiores, porém todo trabalho realizado com idealismo e iniciativa própria tem seu valor inquestionável.
Dentro dessa idéia vale ressaltar a atitude idealista e batalhadora, virtudes reservadas para poucos, do amigo André Bozzetto Junior, da pequena cidade de Ilópolis, no interior do Rio Grande do Sul, cerca de 200 Km distante da capital Porto Alegre. Ele lançou de forma independente em Outubro de 1998 (e tinha apenas 17 anos de idade na época) um interessante romance de horror intitulado “Odisséia nas Sombras”, que narra a árdua trajetória de um grupo de amigos ao enfrentar um assassino sobrenatural .
O autor é colaborador do fanzine “Juvenatrix” e do site “Boca do Inferno” (www.bocadoinferno.com), com a publicação de interessantes artigos e resenhas de filmes de horror.

A história do livro é sobre uma pequena cidade do interior aterrorizada por um psicopata assassino, o qual é o responsável pela morte violenta de vários de seus habitantes, com direito a estupros e até atos de necrofilia. Com deficiência mental e problemas de relacionamento durante toda sua vida, ele é conhecido como “O Filho do Coveiro”, apelido de Daniel Lima, e acaba sendo descoberto e morto por um “justiceiro” vingador numa misteriosa encruzilhada. Porém, auxiliado por forças sobrenaturais, o assassino retorna do mundo dos mortos, vindo das profundezas sombrias do inferno, fortalecido e em busca de vingança.
Para combatê-lo, surge um grupo de jovens formado por Joel, Luciano e Márcio, os quais tinham envolvimento com as vítimas do psicopata (Sabrina, namorada de Joel e irmã de Luciano, foi uma das que perderam a vida de forma trágica), e que testemunharam eventos insólitos com o assassino, através de encontros mortais ou experiências oníricas sobrenaturais.
A partir daí, tem início uma desgastante e intensa batalha de morte contra o poder maligno de um assassino sedento de ódio, numa longa “odisséia nas sombras cujo ponto final seria uma lágrima de sangue”.

A narrativa é leve, fácil de ler em capítulos curtos, sem erros de português, numa história bem conduzida, com personagens definidos e humanizados, e que exerce um fascínio no leitor até a conclusão da obra. Vale destacar também a excelente escolha do título do livro, “Odisséia nas Sombras”, plenamente coerente com a história.
É admirável a coragem acertada do autor em matar de forma violenta alguns dos personagens, depois que são apresentados e após criar-se uma certa interação com o leitor. Além da habilidade na exploração de elementos característicos do horror como a figura de um demoníaco “gato preto”, com participação freqüente na trama e sempre carregada de tensão, e a ambientação macabra de uma “encruzilhada” assombrada, infestada de fantasmas e almas de outro mundo, procurando alívio para seus tormentos.

Joel e Márcio descarregaram uma saraivada de golpes no animal, que mesmo reduzido a um monte retorcido de pêlos e carne, pulsante e ensangüentado, persistia vivo.

Porém, nota-se também uma certa previsibilidade nos vários eventos que são apresentados, não havendo grandes surpresas ou reviravoltas, e onde um leitor atento consegue captar o que vai acontecer antecipadamente nos capítulos seguintes, principalmente no desfecho trágico envolvendo o confronto final dos jovens e o demoníaco “Filho do Coveiro”, num sítio próximo à cidade.
Por curiosidade, vale ressaltar o bom gosto musical do personagem Márcio, onde num momento de tensão antecedendo um encontro com o poderoso assassino, ele procura ouvir a música “Wasted Years” da excepcional banda inglesa de Heavy Metal “Iron Maiden”, só para relaxar um pouco...
A despeito de quaisquer eventuais falhas, “Odisséia nas Sombras” é um livro agradável de se ler, curto, rápido, numa interessante história de horror sobrenatural que poderia perfeitamente transformar-se em argumento para um filme. Não existem elementos novos ou originais, possuindo os já conhecidos e tradicionais clichês característicos do gênero, mas certamente serve como um bom entretenimento. E fico imaginando o anti-herói “Filho do Coveiro” como o protagonista de um filme de “serial killer”...
Um fato interessante é que a história permite também a idéia de uma continuação, pois o psicopata tem um irmão gêmeo separado dele na infância e criado pelos tios em outra cidade. Imaginem se ele houvesse herdado igualmente os poderes malignos do irmão assassino e retornasse à cidade para vingá-lo e perpetuar seu legado de sangue... O que poderia acontecer?
Esperaremos pela resposta, talvez, numa próxima “odisséia nas sombras”, com a possibilidade de um novo livro do autor explorando esse universo ficcional...

Joel agitava-se em seu sono povoado de pesadelos. Viu em seu sonho, um lugar escuro, coberto por uma densa névoa, onde ele corria desesperadamente em busca de algo. De repente, tropeçou em alguma coisa, oculta pela névoa e pela escuridão, e com isso, desequilibrou-se e caiu. Quando Joel voltou-se para ver em que havia tropeçado, o pavor dominou-o ao constatar que se tratava da cabeça decapitada de Márcio. Subitamente, ouviu um baque ao seu lado, e então a cabeça também decapitada de Luciano rolou a seus pés. Joel gritou e acordou.

“Odisséia nas Sombras” – 100 páginas – formato 153 x 220 mm – Capítulos: “A Encruzilhada”, “O Filho do Coveiro”, “Luciano”, “Em Pânico”, “Uma Tarde de Sábado”, “Márcio”, “De Volta à Encruzilhada”, “A Volta do Justiceiro”, “Ritual Macaco”, “Natividade Negra”, “Quaresma”, “Cláudia: Amor Adolescente”, “Meia-Noite em São Francisco”, “Memórias do São Francisco”, “A Última Meia-Noite” e “O Duelo Final”. O livro ainda traz as poesias “Vida Noturna”, “Morrer Jovem” e “Ressurreição”.
Contatos e pedidos, escreva para o autor:
André Bozzetto Junior – Rua Expedicionários 1166 – Centro – Ilópolis/RS – CEP 95990-000
e-mail: bozzettojunior@yahoo.com.br

“Odisséia nas Sombras” – avaliação: 7 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 29/03/06)

A Invasão dos Insetos Gigantes no Cinema


A humanidade, em determinado momento de sua sangrenta história, recheada das mais bizarras e “irracionais” atrocidades, estudando alternativas bélicas para as conquistas das absurdas guerras que se realizavam entre as nações, entrou decisivamente na era atômica na década de 1940, culminando na barbaridade cometida pelos Estados Unidos ao despejar bombas nucleares em cidades japonesas durante a Segunda Guerra Mundial. E, com isso, o Homem acabou abrindo uma desconhecida porta para um mundo novo, onde a paranóia da era nuclear permitiria o surgimento de uma rica fonte de argumentos para o cinema de ficção científica e horror nos anos 1950, além de possibilitar também o aparecimento de novos sub-gêneros dentro dessa temática, dando liberdade para os diversos “cientistas loucos” exercitarem suas habilidades na criação das mais medonhas ameaças à humanidade. Fazendo parte dessas ramificações do cinema fantástico, surgiram os filmes que afetivamente são chamados de “Big Bug”, ou “Inseto Gigante”.
Esses filmes introduziram no cinema como principais protagonistas os mais diferentes insetos, que de ingênuos, pequenos e aparentemente inofensivos, transformaram-se em gigantescas criaturas ameaçadoras, alteradas pela exposição à elementos radiativos que atacavam suas estruturas genéticas e agiam diretamente no aumento desproporcional de seus tamanhos.

A fase dos “Big Bugs” teve início em 1954 com o lançamento de um pequeno clássico da ficção científica, “Them!”, dirigido por Gordon Douglas e que no Brasil recebeu o título de “O Mundo em Perigo”. Filmado em preto e branco com uma ótima produção e um roteiro inteligente de David Sherdeman a partir de uma história de George Worthing Yates, o filme foi uma das primeiras tentativas de injetar a paranóia nuclear numa fórmula de causa e efeito, ou seja, a ação nociva do Homem através da manipulação de elementos atômicos e a reação da natureza, gerando um novo e terrível tipo de praga na imaginação da humanidade. Nesse caso específico, a ação foi sobre inocentes formigas que cresceram assustadoramente de tamanho devido à testes com bombas nucleares no deserto do Novo México, nos Estados Unidos. Elas não são seres de natureza assustadora, porém por serem fortes, organizadas e selvagens quando necessário, podemos imaginar o quanto se tornariam imponentes uma vez transformadas em gigantes.
“O Mundo em Perigo” explorou todas essas possibilidades assustadoras para o delírio do público, recebendo muitas críticas entusiastas e até um cobiçado prêmio “Oscar” por seus eficientes efeitos especiais, muito interessantes para a época e nitidamente datados, coordenados por Ralph Ayers, que utilizou uma parafernália mecânica formada por uma complexa combinação de cordas, roldanas e engrenagens para movimentar as grandes formigas. O filme acabou então conduzindo a procriação de um verdadeiro exército posterior de insetos ampliados no cinema e vieram aranhas gigantes em “Tarantula” (55) e “Earth vs. The Spider” (58); vespas enormes em “The Monster From Green Hell” (57); gafanhotos imensos em “Beginning of the End” (“O Começo do Fim”, 57); e até um louva-deus mortal em “The Deadly Mantis” (57), povoando as telas durante esse fascinante e incomum período do cinema de ficção científica e horror.
Enquanto a década de 50 agitou essas novas idéias para a indústria cinematográfica, vários estúdios vorazes continuaram a saturar o mercado com todo tipo de insetos gigantes imagináveis, principalmente devido a um diretor em particular muito apreciado por sua participação nesses tipos de filmes: Bert I. Gordon, ou melhor, Mr. B. I. G., como é conhecido (um trocadilho muito interessante e apropriado já que as abreviações de seu nome formam a palavra BIG, que significa GRANDE em inglês). Ele foi o responsável por pérolas como “Beginning of the End” e “The Cyclops” (57), “Earth vs. The Spider” (58), “Food of the Gods” (76, baseado em livro de H. G. Wells) e “Empire of th e Ants” (77), estes envolvendo “insetões”, além de inúmeros outros filmes do gênero fantástico como “King Dinosaur” (55), “The Amazing Colossal Man” (57), “Attack of the Puppet People” e “War of the Colossal Beast” (ambos de 58), “Village of the Giants” (65) e “Necromansy” (71). O interessante em Bert I. Gordon é a sua versatilidade sendo um cineasta multifuncional, pois dirigia, produzia, escrevia e coordenava os efeitos especiais de seus filmes, o que garantiu a ele a lembrança de principal representante desse estilo “big bug” de cinema.

Inevitavelmente, devido ao excesso de obras explorando esse assunto, os argumentos foram se esgotando e os filmes de insetos gigantes acabaram fatalmente seguindo um caminho onde aglomeravam-se um enorme número de produções muito parecidas entre si, com muitos clichês se desgastando progressivamente, sem originalidade e cansando o público, obrigando os estúdios a abandonar a idéia de forma gradativa. Mesmo assim, segundo os críticos, uma exceção notável ocorreu ainda em 1987 com o filme “Blue Monkey”, onde um estranho inseto invade um laboratório e ingere um produto químico que o transforma numa enorme criatura de quase três metros de altura formada por vários outros insetos.
Os filmes mais atuais apresentam um interesse maior na visualização dos belos e caprichados efeitos especiais em detrimento de histórias mais nostálgicas e divertidamente ingênuas com “cientistas loucos”, exatamente como era mais explorado nas obras do passado. Podemos citar como exemplo o recente filme “Anaconda” (97) que traz como protagonista uma cobra imensa capaz de devorar um homem de uma só vez, com excelentes efeitos especiais tornando-a super ameaçadora e supostamente “real”, porém com um roteiro simples, óbvio e sem maiores atrativos. O filme é bom e certamente diverte, porém não entusiasma como os velhos “big bugs” dos anos 50, que são bem raros na televisão e mercado de vídeo brasileiros. Uma exceção notável foi “Malditas Aranhas!” (2002), que procurou justamente homenagear as produções antigas do gênero, numa paródia muito divertida e repleta de excepcionais efeitos especiais e principalmente muitas aranhas gigantes famintas.

Abaixo segue uma pequena relação de filmes típicos dentro dessa temática ou com insetos gigantes em seus roteiros (a listagem é incompleta com o objetivo de apenas registrar alguns exemplos de referência):

* O Mundo em Perigo (Them!) – EUA, 1954, Warner Bros., preto e branco, 94 minutos – direção de Gordon Douglas, produção de David Weisbart, roteiro de David Sherdeman a partir de uma história de George Worthing Yates, fotografia de Sid Hickox, direção de arte de Stanley Fleischer, efeitos especiais de Ralph Ayers, efeitos de som de William Mueller e Francis J. Scheid, Música de Bronislau Kaper, manequins das formigas de Dick Smith. Com James Whitmore, Edmund Gwenn, Joan Weldon, Onslow Stevens, James Arness, Fess Parker. Um dos melhores filmes de ficção científica dos anos 50, introduzindo formigas gigantes alteradas biologicamente por testes nucleares e que passam a ameaçar a humanidade. Curiosamente do elenco, podemos citar James Arness que foi o alienígena em “O Monstro do Ártico” (The Thing, 51) e um xerife na longa série de TV de western “Gunsmoke” (55-75), e Fess Parker que foi o Daniel Boone na série de TV homônima.

* Tarantula – EUA, 1955, Universal-International, preto e branco, 80 minutos – direção de Jack Arnold, produção de William Alland, roteiro de Robert M. Fresco e Martin Berkeley inspirados no episódio “No food for thought” da série de TV “Science Fiction Theather” de Robert M. Fresco, fotografia de George Robinson, desenho de produção de Alexander Golitzen e Alfred Sweeney, efeitos especiais de Clifford Stine, maquiagem de Bud Westmore, música de Henry Mancini e Joseph Gershenson. Com John Agar, Leo G. Carroll, Mara Corday, Nestor Paiva, Ross Elliott, Clint Eastwood. Um dos mais expressivos filmes com aranhas gigantes, nesse caso uma tarântula que acidentalmente cresce a uma altura de 30 metros devido ao contato com um hormônio de crescimento de uma fórmula desenvolvida por um “cientista louco” (Leo G. Carroll) que também se transformou num mutante grotesco por causa da mesma solução química. O enorme inseto passa então a aterrorizar a população do Arizona até ser abatido pelas bombas dos caças da força aérea americana. Outro grande filme de Jack Arnold, diretor de “Veio do Espaço” (53) e “O Monstro da Lagoa Negra” (54), e por curiosidade do elenco, temos um jovem Clint Eastwood no papel de um dos heróicos pilotos dos aviões de guerra, ele que obteve depois muito sucesso em sua carreira sendo hoje um ator e até cineasta de grande reconhecimento.

* The Black Scorpion – EUA, 1957, Warner Bros., preto e branco, 88 minutos – direção de Edward Ludwig, produção de Frank Melford e Jack Dietz, roteiro de David Duncan e Robert Blees inspirados numa história de Paul Yawitz, fotografia de Lionel Lindon, efeitos especiais de Willis O´Brien e Peter Peterson, música de Paul Sawtell e Peter Peterson. Com Richard Denning, Mara Corday, Carlos Rivas, Mario Navarro, Carlos Muzquiz, Fanny Schiller. Uma erupção vulcânica no México liberta escorpiões gigantes que supostamente estavam extintos desde o período triássico. O destaque fica por conta dos efeitos especiais de “stop-motion” a cargo de Willis O´Brien (responsável por “King Kong” de 33) e Peter Peterson.

* The Deadly Mantis – EUA, 1957, Universal-International, preto e branco – direção de Nathan Juran, produção de William Alland, roteiro de Martin Berkeley. Com Craig Stevens, Alix Talton, William Hopper, Florenz Ames, Donald Randolph. Testes nucleares libertam um louva-deus gigante que estava congelado no polo Ártico. Uma vez livre de novo, ele passa a aterrorizar os esquimós locais até chegar a Washington e ser abatido numa armadilha com gás venenoso. Nathan Juran é um diretor conhecido por suas inúmeras incursões no gênero fantástico como em “The brain from the planet Arous” (58) e “The boy who cried werewolf” (73), além de ser um dos diretores do time de Irwin Allen nas suas séries de TV dos anos 60 (Viagem ao fundo do mar, Perdidos no espaço, O túnel do tempo e Terra de gigantes).

* O Começo do Fim (Beginning of the end) – EUA, 1957, Republic, preto e branco, 74 minutos – direção, produção e efeitos especiais de Bert I. Gordon, roteiro de Fred Freiberger e Lester Gorn, fotografia de Jack Marta. Com Peter Graves, Peggie Castle, James Seay, Morris Ankrum. Nesse caso os insetos gigantes são os gafanhotos que invadem Chicago e aterrorizam a população local até serem destruídos por ondas sonoras eletrônicas, graças ao cientista “impossível” Peter Graves, muito conhecido depois por sua participação no elenco fixo da clássica série de TV da década de 70 “Missão Impossível”.

* The Monster From Green Hell – EUA, 1958, DCA, preto e branco, 70 minutos – direção de Kenneth Crane, produção de Al Zimbalist, roteiro de Louis Vittes e Andre Boehm, fotografia de Ray Flin, efeitos especiais de Jess Davison, Jack Rabin e Louis DeWitt. Com Jim Davis, Barbara Turner, Eduardo Ciannelli, Robert E. Griffin, Dan Morgan. Um foguete espacial libera combustível radioativo ao cair numa selva africana no Congo, que em contato com os insetos locais os transforma em monstros mutantes, principalmente enormes vespas que atacam impiedosamente os habitantes da região.

* O Império das Formigas (Empire of the Ants) – EUA, 1977, AIP, colorido, 89 minutos – direção, produção e efeitos especiais de Bert I. Gordon, roteiro de Jack Turley e Bert I. Gordon, fotografia de Reginal Morris, música de Dana Kaproff, coordenação das formigas de Warren Estes, consultor técnico de formigas: Charles L. Hogue. Com Joan Collins, Robert Lansing, John David Carson, Albert Salmi, Brooke Palance. Um grupo de pessoas entra em contato com formigas gigantes e inteligentes num pântano na Florida. Filme menor de Gordon em comparação com seus trabalhos dos anos 50.

* The Thief of Bagdad (1940) / Mesa of the Lost Women (1952) / Cat Women of the Moon (1953) / World Without End (1956) / The Cyclops (1957) / Cosmic Monsters; Earth vs. The Spider; Missile to the Moon; Queen of Outer Space (1958) / The Horrors of Spider Island (1959) / The Lost World (1960) / Journey to the Seventh Planet (1962) / The Giant Spider Invasion (1975) / Curse of the Black Widow (1977) / Ator, the Fighting Eagle (1982) / Malditas Aranhas! (2002) / Harry Potter e a Câmara Secreta (2002) – aranhas gigantes;
* The Incredible Shrinking Man (1957) – aranha gigante (em perspectiva ao personagem que foi encolhido);
* Damnation Alley (1977) / Clash of the Titans (1981) – escorpiões gigantes;
* Rodan (1957) / Mothra (1962) / Godzilla vs. The Thing (1964) / Ghidrah, the Three Headed Monster (1965) / Destroy All Monsters (1968) – lagarta / taturana gigante;
* Food of the Gods (A fúria das feras atômicas, 1976) / The Willies (1990) / Popcorn (1991) – mosquitos gigantes;
* Sinbad and the Eye of the Tiger (1977) – vespa gigante;
* Mysterious Island (1960) – besouro gigante;
* Galaxy of Terror (1981) – lesma gigante;
* Killers From Space (1954) – grilos, besouros e gafanhotos gigantes;
* Son of Godzilla (1968) – louva-deus e aranha gigantes;
* Lost Continent (1968) – carangueijo e escorpião gigantes;
* Honey, I Shrunk the Kids (Querida, encolhi as crianças, 1988) – abelha, escorpião e formiga gigantes (em perspectiva aos personagens que foram encolhidos);
* Monster on the Campus (1958) – monstro parecido com uma mosca gigante;
* Godzilla vs. Megalon (1973) – monstro parecido com uma barata gigante;
* Blue Monkey (1987) – criatura formada por vários insetos.

“A Invasão dos Insetos Gigantes no Cinema”
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 29/03/06)

Hammer - A Casa do Horror


No final dos anos 1950, o desgaste natural do cinema de Horror fez com que o gênero enfrentasse perdas significativas de audiência para a televisão. Nesse momento, a nostálgica produtora inglesa de filmes fantásticos “Hammer”, que entrou em atividade após a Segunda Guerra Mundial comandada por Michael Carreras e Anthony Hinds, surgiu com a idéia de revitalizar o gênero trazendo novamente às telas do cinema os famosos monstros sagrados “Drácula”, “Criatura de Frankenstein”, “Múmia”, “Fantasma da Ópera”, “Lobisomem”, entre outros, os quais haviam sido largamente filmados em preto e branco nas décadas anteriores pelo saudoso estúdio americano “Universal”, com Boris Karloff, Bela Lugosi e Lon Chaney Jr., entre outros.
Porém, dessa vez com fotografia em cores e o vermelho vivo do sangue, foram produzidos uma infinidade de clássicos como “A Maldição de Frankenstein” (57) e “O Vampiro da Noite” (58), lançando atores que se transformaram em ícones absolutos do Horror como Christopher Lee e Peter Cushing, e diretores e roteiristas que se tornaram nomes conhecidos no gênero como Terence Fisher, Val Guest, Jimmy Sangster, Freddie Francis, John Gilling, Roy Ward Baker e Alan Gibson, entre outros.
O primeiro filme do gênero fantástico da “Hammer” foi “Terror Que Mata” (The Creeping Unknown / The Quatermass Xperiment, 55), baseado numa série de TV de 1953, numa história misturando elementos de Ficção Científica e Horror e apresentando um astronauta que ao retornar de uma missão no espaço é dominado por um alienígena e se transforma num terrível monstro ameaçador para a humanidade. A partir daí, vieram dezenas de outros filmes que se imortalizaram dentro da história do gênero e que são cultuados até hoje, várias décadas depois, por uma legião imensa de fãs.
A maior característica de seus filmes era a ambientação com fascinantes cenários góticos, através de imponentes castelos repletos de aposentos imensos, cercados por uma floresta fantasmagórica, com cemitérios particulares e suas lápides de pedra e túmulos envoltos numa névoa sinistra, sem contar as pequenas aldeias de camponeses supersticiosos e constantemente assustados, os laboratórios cobertos de aparelhos elétricos, líquidos borbulhantes e tubos de ensaio, as famílias atormentadas por alguma antiga maldição, e o tradicional modo de vida aristocrático das damas e cavalheiros da época.
E o sucesso dos primeiros filmes do estúdio tem explicação em alguns fatores importantes como a fotografia colorida, a utilização de uma mesma equipe de produção e elenco, e o uso inteligente dos recursos disponíveis diminuindo os custos de produção.
O ápice de consagração da “Hammer” foi durante os nostálgicos anos 60, onde se concentrou a maioria de seus melhores filmes, sendo que de uma forma inevitável suas produções acabaram se desgastando com o passar dos anos, ao apresentar poucas novidades e um uso exagerado de fórmulas repetitivas e clichês exaustivamente explorados, perdendo gradativamente o interesse do público e culminando com uma safra de filmes de menor expressão a partir do início de 1970 até meados dessa década, com o fechamento do estúdio.
O grande rival da “Hammer” era a também famosa “Amicus”, responsável por diversos outros filmes igualmente maravilhosos, se especializando em antologias de várias histórias de horror contadas de forma independente ou amarradas a partir de um tema central, como “A Casa Que Pingava Sangue” (70), com a dupla Christopher Lee e Peter Cushing, e “Asilo Sinistro” (72), com episódios escritos por Robert Bloch.
Para tentar recuperar o prestígio perdido, a “Hammer” procurou algumas alternativas para os rumos de suas produções. A partir de 1970 foi lançada a chamada “trilogia Karnstein”, com filmes baseados na obra literária de Sheridan Le Fanu, iniciando uma nova fase do estúdio, considerada bastante ousada por mostrar pela primeira vez o erotismo de belas mulheres vampiras semi nuas em sensuais cenas de lesbianismo. Vieram então “Camilla, a Vampira de Karnstein / Os Amantes Vampiros” (The Vampire Lovers, 70), dirigido por Roy Ward Baker e com Peter Cushing e a bela Ingrid Pitt, seguido no ano seguinte por “Luxúria de Vampiros” (Lust For a Vampire, de Jimmy Sangster), com a beleza inigualável de Yutte Stensgaard, e “As Filhas de Drácula” (Twins of Evil, de John Hough), com as gêmeas Madeleine e Mary Collinson e o sempre presente Peter Cushing.
Outra alternativa adotada pela “Hammer” foi alterar a tradicional ambientação gótica de seus filmes tradicionais de vampiros transportando as ações para um tempo mais moderno, atualizado com a época da produção, trocando os castelos, as pequenas e isoladas aldeias e as carruagens pelos enormes prédios e automóveis da tumultuada vida urbana da Inglaterra dos anos 70. Surgiram então filmes como “Drácula no Mundo da Mini Saia” (Dracula AD 1972) e “Os Ritos Satânicos de Drácula” (73), que não tiveram a receptividade esperada, contribuindo para que a produtora encerrasse suas atividades poucos anos depois.
Porém, em 1980 a “Hammer” lançou uma série de televisão chamada “A Casa do Terror” (Hammer House of Horror), com a exibição de 13 episódios de aproximadamente cinqüenta minutos de duração cada, em produções típicas para a TV, apresentando interessantes histórias de horror. Do total, 9 episódios foram lançados em 3 DVDs no Brasil pelo selo “Dark Side” da “Works Editora” (o volume 4, com os últimos 4 episódios, não foi lançado).
Abaixo segue uma listagem com filmes da “Hammer” dentro do gênero fantástico (FC / Horror / Suspense) que foram lançados no Brasil, seja na televisão ou mercado de vídeo VHS ou DVD. No caso de DVD, os filmes estão marcados com um (*). A lista contém o nome nacional, título original, ano de produção e o diretor.
Nome nacional
Nome original
Ano
Direção

Terror Que Mata
The Creeping Unknown / The Quatermass Xperiment
1955
Val Guest
O Estranho de Um Mundo Perdido
X, The Unknown
1956
Leslie Norman
O Monstro do Himalaia
The Abominable Snowman
1957
Val Guest
A Maldição de Frankenstein (*)
The Curse of Frankenstein
1957
Terence Fisher
Usina de Monstros
Quatermass 2 / Enemy From Space
1957
Val Guest
O Vampiro da Noite (*)
Horror of Dracula
1958
Terence Fisher
A Vingança de Frankenstein
The Revenge of Frankenstein
1958
Terence Fisher
O Cão dos Baskervilles (*)
The Hound of the Baskervilles
1959
Terence Fisher
A Múmia
The Mummy
1959
Terence Fisher
O Homem Que Enganou A Morte
The Man Who Could Cheat Death
1959
Terence Fisher
As Noivas do Vampiro (*)
The Brides of Dracula
1960
Terence Fisher
O Monstro de Duas Caras
The Two Faces of Dr. Jekyll
1960
Terence Fisher
A Maldição do Lobisomem
The Curse of the Werewolf
1961
Terence Fisher
Um Grito de Pavor
Taste of Fear
1961
Seth Holt
A Patrulha Fantasma / Criaturas da Noite
Captain Clegg / Night Creatures
1962
Peter Graham Scott
O Fantasma da Ópera (*)
The Phantom of the Opera
1962
Terence Fisher
O Beijo do Vampiro
Kiss of the Vampire
1963
Don Sharp
A Velha Casa Assombrada
The Old Dark House
1963
William Castle
O Mundo os Condenou / Os Malditos
The Damned / These Are the Damned
1963
Joseph Losey
Paranóico
Paranoiac
1963
Freddie Francis
O Maníaco
Maniac
1963
Michael Carreras
A Maldição da Múmia
The Curse of the Mummy's Tomb
1964
Michael Carreras
O Monstro de Frankenstein (*)
The Evil of Frankenstein
1964
Freddie Francis
A Górgona
The Gorgon
1964
Terence Fisher
Cilada Diabólica
Nightmare
1964
Freddie Francis
Nas Garras do Ódio
The Nanny
1965
Seth Holt
A Deusa da Cidade Perdida
She
1965
Robert Day
Fanatismo Macabro
Fanatic
1965
Silvio Narizzano
Terrível Pesadelo
Hysteria
1965
Freddie Francis
Drácula – O Príncipe das Trevas (*)
Dracula – Prince of Darkness
1966
Terence Fisher
Um Milhão de Anos A.C. / Mil Séculos Antes de Cristo
One Million Years B.C.
1966
Don Chaffey
Epidemia de Zumbis (*)
The Plague of the Zombies
1966
John Gilling
Rasputin – O Monge Louco
Rasputin – The Mad Monk
1966
Don Sharp
A Serpente (*)
The Reptile
1966
John Gilling
Bruxa, A Face do Demônio / A Face do Demônio (*)
The Witches / The Devil’s Own
1966
Cyril Frankel
...E Frankenstein Criou a Mulher / Frankenstein Criou a Mulher (*)
Frankenstein Created Woman
1967
Terence Fisher
O Sarcófago Maldito / A Mortalha da Múmia (*)
The Mummy's Shroud
1967
John Gilling
Uma Sepultura na Eternidade
Five Million Years to Earth / Quatermass and the Pit
1967
Roy Ward Baker
Mulheres Pré-Históricas
Slave Girls / Prehistoric Women
1967
Michael Carreras
As Bodas de Satã
The Devil Rides Out
1968
Terence Fisher
Drácula – O Perfil Do Diabo
Dracula Has Risen From the Grave
1968
Freddie Francis
Jornada do Terror
Journey Into Midnight
1968
Roy Ward Baker & Alan Gibson
O Continente Esquecido
The Lost Continent
1968
Michael Carreras
O Aniversário
The Anniversary
1968

A Vingança da Deusa
The Vengeance of She
1968
Cliff Owen
Frankenstein Tem Que Ser Destruído (*)
Frankenstein Must be Destroyed
1969
Terence Fisher
Gangsters na Lua
Moon Zero Two
1969
Roy Ward Baker
O Sangue de Drácula
Taste The Blood of Dracula
1970
Peter Sasdy
Horror de Frankenstein (*)
The Horror of Frankenstein
1970
Jimmy Sangster
O Conde Drácula (*)
Scars of Dracula
1970
Roy Ward Baker
Carmilla – A Vampira de Karnstein / Os Amantes Vampiros (*)
The Vampire Lovers
1970
Roy Ward Baker
Quando os Dinossauros Dominavam a Terra
When Dinosaurs Ruled the Earth
1970
Val Guest
Sangue no Sarcófago da Múmia (*)
Blood From the Mummy's Tomb
1971
Seth Holt & Michael Carreras
A Condessa Drácula (*)
Countess Dracula
1971
Peter Sasdy
Criaturas que o Mundo Esqueceu
Creatures the World Forgot
1971
Don Chaffey
O Médico e a Irmã Monstro (*)
Dr. Jekyll and Sister Hyde
1971
Roy Ward Baker
As Mãos do Estripador (*)
Hands of the Ripper
1971
Peter Sasdy
Luxúria de Vampiros (*)
Lust for a Vampire
1971
Jimmy Sangster
As Filhas de Drácula (*)
Twins of Evil
1971
John Hough
Demônios da Mente (*)
Demons of the Mind
1972
Peter Sykes
Drácula no Mundo da Minissaia
Dracula A.D. 1972
1972
Alan Gibson
O Circo dos Vampiros / O Vampiro e a Cigana (*)
Vampire Circus
1972
Robert Young
Capitão Cronos
Kronos / Captain Kronos / Vampire Hunter
1973
Brian Clemens
Os Ritos Satânicos de Drácula (*)
The Satanic Rites of Dracula / Count Dracula and His Vampire Bride
1973
Alan Gibson
A Lenda dos Sete Vampiros
The Legend of the Seven Golden Vampires
1974
Roy Ward Baker
Uma Filha Para o Diabo (*)
To the Devil a Daughter
1976
Peter Sykes
(*) Em DVD no Brasil

Observações:
1) Outros filmes, de gêneros diferentes (alguns ainda não lançados no Brasil): “The Stranglers Of Bombay”, de Terence Fisher (60), “The Full Treatment / Stop Me Before I Kill”, de Val Guest, “Shadow of the Cat”, de John Gilling, “The Terror of the Tongs”, de Anthony Bushell (todos de 61), “Num Crescendo de Violência” (Crescendo, 70), de Alan Gibson, “A Vida Íntima de Um Anormal” (Straight on Till Morning, 72), psycho-thriller de Peter Collinson, “Um Grito Dentro da Noite” (Fear in the Night, 72), de Jimmy Sangster, “Frankenstein and the Monster From Hell”, de Terence Fisher (73), “Me Chamam O Destruidor” (Shatter, 74), policial de Michael Carreras e Monte Hellman (74), “Mistérios na Bavária” (The Lady Vanishes, 79), thriller de espionagem dirigido por Anthony Page (refilmagem de “A Dama Oculta”, 1938, de Alfred Hitchcock) e lançado em VHS no Brasil.
2) A série de TV “A Casa do Terror” (Hammer House of Horror, 1980), com 13 episódios de 50 minutos cada, foi lançada em 3 DVD´s pelo selo “Dark Side”, da “Works Editora”, totalizando 9 episódios, sendo que o volume 4 (com os últimos 4 episódios não foi lançado).

“Hammer – A Casa do Horror” # 241 – data: 20/04/04
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 28/03/06)

Revista Cine Monstro


Após alguns anos sem nenhuma revista especializada em cinema de horror em circulação nas bancas – a última foi a saudosa “Horrorshow”, lançada pela “Editora Escala” em 1997, e editada pelos fanzineiros experientes César R. T. Silva (“Hiperespaço”) e Marcello Simão Branco (“Megalon”) – novamente os fãs são presenteados agora com uma nova publicação impressa. Trata-se da revista “Cine Monstro”, da “Works Editora”, numa realização do selo “Dark Side”, que também tem lançado no Brasil vários DVD’s de filmes raros da saudosa produtora inglesa “Hammer”, para a satisfação dos colecionadores e cinéfilos em geral.
Editada por Carlos Primati e com uma equipe de redatores especializada no assunto, a revista teve seu lançamento oficial no dia 31/08/03 às 19:30 horas no “Cine Sesc” da Rua Augusta 2.075, num evento realizado em paralelo com o “14º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – Especial Horror”, cuja programação reservou para o mesmo dia a partir das 21:00 horas a exibição de seis ótimos curtas da categoria “Mondo / Thriller”.
Eu e o amigo Marcelo Milici estivemos presentes no evento como representantes do site “Boca do Inferno” (www.bocadoinferno.com), com o objetivo de prestigiar e apoiar o lançamento da revista, conhecer novos fãs e realizadores, efetivar contatos inéditos e intensificar os já existentes, divulgar nosso site (que é um dos principais endereços eletrônicos de Horror na internet brasileira) e meus fanzines impressos “Juvenatrix”, “Astaroth” e “Carnage”, além de outros trabalhos como a produtora de filmes independentes “Necrófilos” (www.necrofilosfilmes.hpg.com.br) do videomaker Felipe M. Guerra, assíduo colaborador do “Boca do Inferno”.
Chegamos ao local por volta das 19:00 horas e fomos muito bem recepcionados por representantes do selo “Dark Side” e “Works Editora” (sediada na cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo).
Conhecemos e trocamos informações e materiais (fanzines, flyers, panfletos e releases) com os diretores da editora, Rick Rici, Carla Zagotti e Ernani Silva, que foram muito atenciosos, assim como também com a jornalista responsável Glaucia Mazzei. Conversamos também com o editor da “Cine Monstro” Carlos Primati (que escreve ótimos artigos, com vários textos bem interessantes publicados na primeira edição da revista).
Ficamos sabendo de várias novidades interessantes como o próximo lançamento da revista “Dark Side DVD”, cuja edição # 6 (após oito meses de silêncio) retornou trazendo mais um filme da Hammer, “A Epidemia de Zumbis” (The Plague of the Zombies, 1966, de John Gilling), e do lançamento de um box luxuoso chamado “A Cripta de Drácula”, com quatro DVD’s de filmes com Christopher Lee protagonizando o vampiro “Drácula”, sendo que três deles já haviam sido lançados em 2002 e um ainda inédito trazendo os documentários “As Várias Faces de Christopher Lee” e “Drácula e os Mortos-Vivos”.
Além disso, outros filmes raros também estão sendo lançados em DVD como “A Companhia de Lobos” (1984), de Neil Jordan e “Viy, o Espírito do Mal” (filme russo de 1967). Na programação da editora estão várias raridades como previsão dos próximos lançamentos, filmes como “Suspiria” (1977, de Dario Argento), “O Despertar dos Mortos” (1978, de George Romero) e outros...
Encontramos, conversamos e tiramos fotos com o cineasta José Mojica Marins (o popular “Zé do Caixão”) e o videomaker André ZP e seu sócio André Pereira (da “Quizumba Filmes”), que lançou os curtas independentes “Crônicas de um Zumbi Adolescente” e “Sozinho”. André ZP foi o editor dos divertidos fanzines “Sinner Frog” e “Silence Man” e já o conhecia há muitos anos, porém apenas por cartas e e-mails. Outros contatos foram com o Nagash do site gótico “Carcasse” (www.carcasse.com), com os videomakers Luciano Maciel (diretor do curta “Conrad: Bruxaria, Pajelança & Canibalismo”) e Carlos G. Gananian (“Behemoth”), cujos trabalhos foram exibidos no “Festival de Curtas”, e com a simpática assessora de imprensa Madalena Martins, do “Grupo Play Arte” (empresa responsável pelo lançamento no Brasil de filmes como “A Vingança de Willard” e “Freddy x Jason”).
Fomos entrevistados e tiramos fotos para a revista e site “Carta Capital” (www.cartacapital.com.br), através da simpática repórter Ana Paula Sousa, que gostou das estampas das nossas camisas do “Boca do Inferno”.
Outros contatos foram com o jornalista Roberto Hirao, do jornal “Agora São Paulo”, que já conhecia o meu fanzine “Juvenatrix”, e com a infernauta Patty Fang, que participa da lista de discussão do “Boca do Inferno”. Aproveitamos a oportunidade e revimos amigos já conhecidos da cena underground como Cid Vale Ferreira (do site “Carcasse”), o cinéfilo José Salles (experiente escritor, fanzineiro e videomaker), o fanzineiro carioca Zé Colméia (dos fanzines “Bizarr” e “Queers From Outer Space”), Marcos T. R. Almeida (pesquisador, poeta e editor do fanzine “O Corvo”), e a bela e simpática Denise V. (atriz e musa de vários filmes independentes como “Ritual do Delírio – Círculo de Aratron” e “Countess Erzebeth Bathory”).
Soubemos no dia seguinte que o escritor Adriano Siqueira, editor do site “Adorável Noite” (www.contonoturno.hpg.com.br), um dos mais completos e respeitáveis sites de vampirismo no Brasil, esteve presente também, mas infelizmente não nos encontramos. Aliás, o local foi completamente invadido por uma enorme horda de fãs e realizadores de horror, e o espaço acabou ficando muito pequeno para tanta gente, provando que o público que aprecia, acompanha ou produz Horror no Brasil é extremamente significativo. Tanto que a sala do cinema tinha capacidade para 329 lugares e muita gente acabou sentada no chão para assistir os seis curtas internacionais que foram exibidos.
Enfim, o evento de lançamento da revista de cinema de horror “Cine Monstro” foi certamente uma noite memorável, com a presença de muita gente interessante que produz e aprecia o gênero. Peço desculpas em meu nome e do Marcelo Milici se esqueci de citar algum nome nesse relato oficial do fanzine “Juvenatrix” e site “Boca do Inferno”, ou se nós eventualmente não demos a atenção que gostaríamos a alguém, pois o encontro transformou-se numa verdadeira “overdose” de contatos e informações. Não deixem de ir às bancas e comprar suas revistas, avisem seus amigos e correspondentes, ajudem a divulgar as únicas publicações genuínas de horror em circulação, “Cine Monstro” e “Dark Side DVD”.
Desejamos sucesso ao pessoal do selo “Dark Side” e “Works Editora”, cujas iniciativas tem o nosso total apoio e que suas revistas e projetos em geral tenham vida longa e próspera... (pedindo licença ao lógico Sr. Spock de “Star Trek” pela reprodução dessa última frase...)

“Revista Cine Monstro” – site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 24/03/06)

Drácula e os Mortos-Vivos (1990)


Quando a luz do dia se vai, uma criatura da noite acorda, um homem vindo do pesadelo das trevas, pronto para continuar seu reino de terror

Drácula e os Mortos-Vivos” (Dracula and the Undead) é um dos 13 episódios da série de TV “The World of Hammer”, que teria originalmente 26 capítulos, e que mostra a trajetória dos filmes da produtora inglesa “Hammer”, estúdio especializado em cinema fantástico e que foi responsável entre meados dos anos 50 e metade da década de 70, por uma infinidade de preciosidades de FC e horror, marcando para sempre sua presença na construção da história do gênero.
Todos os episódios da série têm a duração de apenas 25 minutos cada e são narrados pelo ator Oliver Reed (falecido no final do século passado e mais conhecido por interpretar a fera em “A Maldição do Lobisomem”, 61). Os vários programas possuem temáticas específicas falando desde atores famosos que trabalharam no estúdio como Christopher Lee e Peter Cushing, passando pelos monstros tradicionais do cinema como vampiros, múmias, lobisomens, zumbis, feiticeiras, até abordagens de mundos desconhecidos e perdidos no tempo e o próprio gênero ficção científica. Alguns títulos originais de episódios são “Hammer Stars: Cristopher Lee”, “Hammer Stars: Peter Cushing”, “The Curse of Frankenstein”, “Lands Before Time”, “Mummies, Werewolfs and the Living Dead”, “Chiller”, “Wicked Woman”, entre outros, e geralmente eles foram distribuídos de forma separada como materiais extras de DVDs de filmes da “Hammer” lançados na Europa e Estados Unidos.

No capítulo “Drácula e os Mortos-Vivos”, foram mostradas cenas de oito filmes sobre vampiros com comentários de bastidores e observações narradas por Oliver Reed. Os filmes escolhidos por ordem de apresentação foram “O Vampiro da Noite” (Dracula, 58), com Christopher Lee no papel título, seguido por “As Noivas do Vampiro” (The Brides of Dracula, 60), onde David Peel faz o vampiro Barão Meinster, e sendo ambos dirigidos pelo lendário Terence Fisher.
Depois vieram “Capitão Cronos” (Captain Kronos – Vampire Hunter, 73), dirigido e escrito por Brian Clemens e estrelado por John Carson e Caroline Munro, e “O Circo dos Vampiros / O Vampiro e a Cigana” (Vampire Circus, 72), com direção de Robert Young e que teve curiosamente Dave Prowse (o “Darth Vader” de “Star Wars”) no elenco, como uma atração de circo, um homem enorme e super forte que não diz uma única palavra. Estes filmes serviram como um pequeno intervalo para o segundo filme de Christopher Lee como “Drácula”, vindo em seguida a apresentação de cenas de “Drácula – O Príncipe das Trevas” (Dracula – Prince of Darkness, 66), que é considerado o melhor e mais explícito filme da série, e onde curiosamente Lee não diz uma única palavra, numa atitude de reprovação com o roteiro.
O próximo filme abordado é uma produção que mistura vampirismo e artes marciais, “A Lenda dos Sete Vampiros” (The Legend of the Seven Golden Vampires, 74), de Roy Ward Baker e com John Forbes-Robertson no papel de Drácula, sendo combatido por Peter Cushing interpretando seu implacável perseguidor Van Helsing.
Para concluir o episódio vieram cenas de “O Conde Drácula” (Scars of Dracula, 70), também dirigido por Roy Ward Baker, um dos mais violentos de toda a série, e fechando com “O Beijo do Vampiro” (The Kiss of the Vampire, 64), de Don Sharp, onde uma curiosidade nesse filme é a imensa quantidade de morcegos que invadem um mosteiro e matam os monges sugando seu sangue, num desfile de efeitos super toscos permitindo a visualização clara dos fios que sustentam os vampiros voadores.

Por ser um programa curto, com apenas 25 minutos de duração, é compreensível serem escolhidos apenas alguns filmes de vampiros para serem apresentados e comentados rapidamente por Oliver Reed. Porém, o ideal seria a inclusão de todos os filmes da série de Drácula com Christopher Lee e Peter Cushing, não devendo ficar de fora desse episódio especificamente filmes como “Drácula – O Perfil do Diabo” (Dracula Has Risen From the Grave, 68), “O Sangue de Drácula” (Taste the Blood of Dracula, 70), “Drácula no Mundo da Mini-Saia” (Dracula A.D. 1972, 72), e “Os Ritos Satânicos de Drácula” (The Satanic Rites of Dracula, 73).
“Drácula e os Mortos-Vivos” não tem muito a acrescentar no que diz respeito aos comentários de Oliver Reed, que se concentra apenas em apresentar os filmes escolhidos para fazerem parte do programa. O documentário vale mesmo pela compilação com cenas de oito filmes da “Hammer” sobre vampirismo, e como uma espécie de homenagem ao famoso estúdio inglês.

No Brasil, o selo “Dark Side” lançou em 2003 um DVD trazendo além desse episódio da série “The World of Hammer”, um outro documentário chamado “As Várias Faces de Christopher Lee” (The Many Faces of Christopher Lee, 96), dirigido por Colin Webb e apresentado pelo lendário ator Cristopher Lee, onde ele conta detalhes de bastidores de seus filmes em depoimentos repletos de curiosidades, fazendo desse DVD uma aquisição indispensável para os fãs do famoso ator, além de admiradores dos filmes da “Hammer”, ou de apreciadores do cinema de horror em geral.

Sou Drácula, Senhor das Trevas, Mestre dos Vampiros, Príncipe dos Mortos-Vivos, Governante dos Condenados
(A Lenda dos Sete Vampiros, 74)

“Drácula e os Mortos-Vivos” (Dracula and the Undead, 1990) # 310 – data: 16/04/05 – avaliação: 7 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 22/03/06)

“Drácula e os Mortos-Vivos” (The World of Hammer – Dracula and the Undead, Inglaterra, 1990). Documentário, 25 minutos. Apresentação de Oliver Reed. Direção de Robert Sidaway. Roteiro de Robert Sidaway e Ashley Sidaway. Produção de Robert Sidaway. Produção Executiva de John Thompson. Música de Brian Bennett. Edição de Amanda Jenks, Alyssa Osmens, Michael Peatfield e Ashley Sidaway.

Os Atores de Drácula e Outros Vampiros


O mais famoso vampiro da história da literatura de horror e posteriormente cinema, o Conde Drácula, criado pelo escritor irlandês Bram Stoker em 1897, foi tema de uma infinidade de filmes produzidos ao longo das últimas décadas, constituindo-se num dos personagens literários mais filmados em todos os tempos.
Entre essa enorme quantidade de filmes, alguns se destacaram e podem ser considerados como referências em suas respectivas épocas, sendo sempre lembrados e reverenciados pelos apreciadores de vampirismo e cinema de horror em geral.

“Drácula” (Dracula, 1931), de Tod Browning, foi produzido pelo estúdio americano “Universal” com fotografia em preto e branco num estilo bem teatral (inspirado pela peça de Hamilton Deane e John L. Balderston) e traz o ator Bela Lugosi no papel do vampiro e Edward Van Sloan como seu eterno inimigo Prof. Abraham Van Helsing. “O Vampiro da Noite” (Horror of Dracula, 1958), de Terence Fisher, foi filmado a cores pela nostálgica produtora inglesa “Hammer” (que nesse período estava resgatando o cinema de horror levando novamente às telas os monstros sagrados do gênero, eternizados pela “Universal” nos anos 30 e 40), e dessa vez com o ator Christopher Lee no papel de Drácula e Peter Cushing como Van Helsing (em papéis que eles repetiriam juntos posteriormente em muitas outras oportunidades). E mais recentemente, como um filme moderno contando com mais recursos de produção e efeitos especiais, temos “Drácula de Bram Stoker”, dirigido por Francis Ford Coppola em 1992, sendo bastante fiel ao livro que originou o lendário vampiro, e com elenco principal formado por Gary Oldman e Anthony Hopkins (Drácula e Van Helsing, respectivamente).

Uma grande quantidade de atores diferentes teve a oportunidade de interpretar o papel do terrível vilão sedento de sangue Drácula, e mais uma outra infinidade deles protagonizaram outros vampiros em geral nas telas do cinema. Dentre os principais, destacam-se certamente dois nomes consagrados principalmente por suas performances como as criaturas da noite, o húngaro Bela Lugosi e o inglês Christopher Lee. Eles tiveram suas carreiras e imagens eternamente associadas ao personagem Conde Drácula, tornando-se ícones do gênero e sendo imortalizados na história do Horror.

Principalmente no caso de Bela Lugosi, que após deixar de interpretar o vampiro, teve um incrível declínio em sua carreira sendo apenas acolhido em meados dos anos 1950 pelo lendário cineasta Edward Wood Jr., responsável por alguns dos mais bizarros filmes de horror e ficção científica da história, inaugurando a chamada categoria “trash” do cinema fantástico, onde seus filmes produzidos de forma “séria” passaram a ser cultuados algum tempo depois justamente por serem muito ruins não propositadamente. Lugosi participou em fim de carreira de alguns filmes de Ed Wood, vindo a falecer doente em 1956 quando filmava “The Ghoul Goes West”, onde suas cenas foram depois aproveitadas em “Plan 9 From Outer Space”, lançado três anos depois e famoso por receber da crítica especializada o inusitado e simbólico título de “o pior filme de todos os tempos”. Para se ter uma idéia da precariedade da produção, para finalizar o trabalho de filmagem após a morte de Bela Lugosi, o diretor Ed Wood recrutou um ator dublê para continuar as cenas de seu personagem na história, escondendo parte do rosto com uma capa negra, e deixando evidente a falta de semelhança física com o ator falecido a quem estava substituindo.
Bela Lugosi nasceu em 1882 na cidade de Lugos, Hungria, e em sua carreira destacaram-se principalmente os seus trabalhos no cinema fantástico, em filmes onde interpretou vampiros, monstros e “cientistas loucos” como em “Zumbi Branco” (1932), “O Gato Preto” (1934), “Mark of the Vampire” (1935, como o Conde Mora), “O Raio Invisível” (1936), “O Lobisomem” (1941), “Frankenstein Meets the Wolf Man” (1943, interpretando a famosa criatura feita a partir de restos de cadáveres), “The Ape Man” (1943), “Return of the Vampire” (1944), “O Túmulo Vazio” (1945) e “A Noiva do Monstro” (1955), contracenando com outros atores que também tiveram seus nomes eternamente ligados ao Horror como Boris Karloff, Lon Chaney Jr., Lionel Atwill, John Carradine e o grandalhão Tor Johnson (“ator” sueco e figura carimbada dos filmes “trash”).

Já Christopher Lee interpretou de tudo em sua carreira, demonstrando uma incrível versatilidade no ofício, mas principalmente ele ficou marcado por seus papéis de vilão, protagonizando além de Drácula, vários outros monstros famosos como a criatura de Frankenstein e a múmia, além do criminoso Dr. Fu Manchu, e do perturbado cientista Dr. Charles Marlowe e sua dupla personalidade maléfica Mr. Edward Blake (numa referência clara ao Dr. Jekyll e Mr. Hyde, do livro “O Médico e o Monstro” de Robert Louis Stevenson), no filme “Soro Maldito” (1971). Lee atuou na maioria das vezes em filmes das produtoras inglesas “Hammer” e “Amicus”, e contracenou ao lado de atores igualmente cultuados como Peter Cushing, Vincent Price e Boris Karloff. Alguns outros filmes interessantes de seu currículo são “A Górgona” (1964), “A Maldição do Altar Escarlate” (1968), “O Ataúde do Morto-Vivo” (1969), “A Casa Que Pingava Sangue” (1970), “O Expresso do Horror” (1972), “O Homem de Palha” (1973), “A Essência da Maldade” (1973) e “Uma Filha Para o Diabo” (1976). E apesar de ficar conhecido para sempre pelo papel do conde vampiro, Lee também se destacou em outros personagens do Horror, e ainda está na ativa, com seus 80 anos de idade, atravessando mais um momento mágico em sua carreira, tendo o privilégio de ser homenageado por vários cineastas modernos importantes como Tim Burton, participando do seu excepcional “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” (1999), ou George Lucas, que lhe deu o papel do vilão Conde Dookan / Darth Tyranus em “Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones” (2001), ou ainda Peter Jackson, com sua participação no papel do vilão mago Saruman na fantástica trilogia “O Senhor dos Anéis”, baseada na obra homônima do popular escritor J. R. R. Tolkien.
Christopher Lee nasceu em 1922 em Londres, Inglaterra, sendo possuidor de uma vasta filmografia com aproximadamente 300 trabalhos, boa parte dentro do gênero fantástico. Ele é o único ator ainda vivo de uma lendária geração formada ainda por Vincent Price, Peter Cushing, John Carradine e Donald Pleasence, que faleceram todos ao longo dos últimos 15 anos, e que deixaram um enorme legado de filmes para preservar suas memórias eternamente entre os fãs do cinema de horror e ficção científica.

Alguns outros atores igualmente expressivos que também experimentaram o papel do Conde Drácula em algum momento de suas brilhantes carreiras foram John Carradine, Jack Palance e Frank Langella.
O primeiro interpretou o vampiro em dois filmes no estilo “crossover” entre monstros sagrados do Horror como “Drácula”, “A Criatura de Frankenstein” e “O Lobisomem”, ambos produzidos na década de 1940, “A Casa de Frankenstein” (1944) e “House of Dracula” (1945). Americano nascido em 5 de fevereiro de 1906 em Nova York, seu nome verdadeiro era Richmond Reed Carradine, que teve uma extensa carreira composta por mais de 250 filmes, muitas vezes participando como um ilustre coadjuvante, e interpretando todo tipo de personagem, sobretudo dos gêneros horror, ficção científica e western. Carradine morreu em 27 de novembro de 1988, na cidade italiana de Milão.
O veterano Jack Palance estrelou em 1973 numa performance digna de seu talento, num interessante filme produzido especialmente para a televisão chamado “Drácula – O Demônio das Trevas”, com direção de Dan Curtis e roteiro do especialista Richard Matheson. Sua filmografia ultrapassa a marca de 100 obras, e ele continua na ativa até hoje, com mais de 80 anos de idade. Recentemente, ele pode ser visto num episódio macabro da ótima série de TV “Night Visions” (2001), produzida pela “Fox” e “Warner”.
Frank Langella nasceu em 1940, e interpretou Drácula na versão homônima produzida em 1979 pela “Universal” e dirigida por John Badham, tendo como seu histórico oponente Prof. Van Helsing, o ator Laurence Olivier. Com uma carreira com mais de 45 filmes, de todos os gêneros, recentemente Langella participou, ao lado do talentoso ator Johnny Depp, do thriller de horror “O Último Portal” (1999), dirigido por Roman Polanski.

O famoso vampiro Drácula foi também interpretado por Carlos Villarias na versão em língua espanhola de “Dracula” (1931), dirigida por George Melford ao mesmo tempo em que Tod Browning filmava a sua versão americana com Bela Lugosi, muito mais conhecida pelo público. Aliás, foram utilizados os mesmos cenários para ambos os filmes, e com o surgimento do cinema sonoro no início da década de 30 e a ainda inexistência de recursos técnicos como a dublagem e as legendas, as produtoras foram obrigadas a fazerem filmes voltados especialmente para as audiências localizadas fora dos Estados Unidos, sendo que a produção em espanhol de “Dracula” foi direcionada justamente para o mercado latino americano.
Outros atores que também atuaram como “Drácula” foram George Hamilton em 1979, na comédia romântica de horror “Amor à Primeira Mordida”, de Stan Dragoti. O alemão Udo Kier em “Blood for Dracula” (1974), filme italiano de Paul Morrissey e produzido por Andy Warhol. E mais recentemente o escocês Gerard Butler em “Drácula 2000”, com produção de Wes Craven e direção de Patrick Lussier, num filme muito pouco inspirado, com o roteiro relacionando o vampiro ao histórico traidor Judas Iscariot, mas que ainda assim originou uma franquia com outros dois filmes do mesmo diretor, “Dracula II: A Ascensão” (2003) e “Drácula III: O Legado Final” (2005).

Além do já tradicional “Príncipe das Trevas” Drácula, que foi levado às telas exaustivamente, outros vampiros importantes na história do cinema de horror foram o Conde Graf Orlok no clássico mudo do expressionismo alemão “Nosferatu, Uma Sinfonia de Terror” (1922), baseado de forma não autorizada no livro de Bram Stoker e dirigido por Friedrich Wilhelm Murnau; o Conde Yorga, que no início da década de 1970 teve dois filmes interessantes dirigidos por Bob Kelljan; além de Lestat, o vampiro criado pela escritora Anne Rice em sua série de livros “Crônicas Vampirescas” e que apareceu em dois filmes até o momento, “Entrevista com o Vampiro” (1994), de Neil Jordan, e “A Rainha dos Condenados” (2002), de Michael Rymer.
O Conde Orlok foi interpretado pelo estranho ator Max Schreck na clássica versão em preto e branco de 1922, sendo que na versão européia de 1979, mais moderna, “Nosferatu, o Vampiro da Noite”, dirigida pelo alemão Werner Herzog, e baseada e devidamente creditada na obra de Bram Stoker, o vampiro foi interpretado pelo também alemão Klaus Kinski. Em 2000, ainda foi lançado o filme “A Sombra de um Vampiro”, estrelado por Willem Dafoe, com uma história mostrando os bastidores das filmagens de “Nosferatu” da década de 20, sugerindo que o próprio ator Max Schreck fosse na verdade um vampiro real. Já o Conde Yorga foi interpretado por Robert Quarry e o vampiro Lestat esteve nas mãos de Tom Cruise no filme de 1994 e do irlandês Stuart Townsend em 2002.

Dentre os inúmeros filmes com vampiros ao longo de mais de cem anos de história do cinema, vale destacar o clássico mudo “London After Midnight” (1927), também do cineasta especialista em horror Tod Browning, de “Monstros” (Freaks, 1932), com o ator Lon Chaney interpretando um papel duplo, sendo o detetive Burke da “Scottland Yard” e ao mesmo tempo também um vampiro simulado, com o objetivo de tentar desmascarar e capturar um assassino. Lon Chaney ficou conhecido como um ator especializado na preparação de sua própria maquiagem sendo conhecido como “O Homem das Mil Faces”, um título adquirido por suas clássicas caracterizações em filmes como “O Corcunda de Notre Dame” (1923, da obra de Victor Hugo), como o deformado Quasímodo, e “O Fantasma da Ópera” (1925, do livro de Gaston Leroux), interpretando o personagem do título. Ele morreu vítima de câncer, mas deixou seu filho Lon Chaney Jr. para continuar o legado de horror da família, vindo a transformar-se na mais importante criatura mista de homem e lobo do cinema, com o lançamento de “O Lobisomem” (The Wolf Man, 1941). Apesar de “London After Midnight” não apresentar um vampiro real em sua história, ele é considerado um dos precursores dos filmes americanos trazendo elementos de vampirismo em sua trama básica.
Outro filme que merece registro é “Blácula, o Vampiro Negro” (Blacula, 1972), de William Crain. No início dos anos 70, foram produzidos uma série de filmes com atores predominantemente negros num estilo batizado como “blaxploitation”, e um dos destaques desse período foi justamente “Blácula”, com o ator William Marshall (falecido em 2003) interpretando um vampiro negro em busca do sangue de suas vítimas. O mesmo papel ele ainda repetiria no ano seguinte em “Os Gritos de Blácula”, ao lado de Pam Grier.
Enveredando para o caminho da comédia, é interessante citar três filmes dentro desse estilo. O clássico “A Dança dos Vampiros” (Dance of the Vampires, 1967), dirigido por Roman Polanski e trazendo o ator Ferdy Mayne como o vampiro Conde Von Krolock. Em 1974 foi lançado o filme “Vampira”, de Clive Donner e com David Niven como o Conde Drácula e Teresa Graves como a sua companheira Condessa Vampira. E mais recentemente, tivemos “Drácula: Morto Mas Feliz” (Dracula: Dead and Loving It, 1995), dirigido por Mel Brooks e com o experiente comediante canadense Leslie Nielsen como o Conde Drácula, e o próprio Brooks como seu inimigo histórico Prof. Van Helsing.
E para completar esse breve relato sobre atores que interpretaram vampiros no cinema, em 1985, um filme dirigido por Tom Holland (de “Brinquedo Assassino”, 1988) acabou tornando-se uma referência do vampirismo da memorável década de 80. Trata-se de “A Hora do Espanto” (Fright Night), cujo título nacional impulsionou a nomeação de uma série de filmes lançados no Brasil no mesmo período utilizando-se o nada original prefixo “A Hora...”. Com um roteiro misturando elementos de horror e humor negro, o charmoso vampiro do filme foi interpretado por Chris Sarandon, num elenco formado ainda pelo veterano Roddy McDowall como um falido apresentador de filmes de terror na televisão, promovido obrigatoriamente a caçador das sanguinárias criaturas da noite.

Nota do Autor: Esse artigo tem como objetivo servir de pequena referência sobre os atores que interpretaram Drácula e outros vampiros importantes no cinema, apenas citando e comentando a existência de alguns filmes e atores representativos do tema. Portanto, certamente muita informação não foi mencionada nesse texto, e cujo material de pesquisa é praticamente inesgotável...

“Os Atores de Drácula e Outros Vampiros”
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 22/03/06)

Cry Wolf - O Jogo da Mentira (2005)


Depois de ver o trailer e obter informações sobre a história de “Cry Wolf – O Jogo da Mentira” (Cry_Wolf), que estreou nos cinemas brasileiros em 10/03/06, novamente e de forma inevitável, surgiu aquele sentimento negativo significando algo como “lá vem mais um filme de horror adolescente com um psicopata mascarado”. E, após assistir o filme, que ganhou notoriedade por ter sido produzido com apenas um milhão de dólares, minha impressão acabou se confirmando. “Cry Wolf” até tenta ser um pouco diferente dos tradicionais filmes de assassinos perseguindo jovens estudantes, com o roteiro explorando um jogo de mentiras e verdades com o uso da tecnologia e a dinâmica das comunicações através da rede mundial de computadores, mas o resultado final não impediu de ser apenas mais um filme do gênero, entre tantos outros.

Um grupo de estudantes ricos de uma escola preparatória para a faculdade, idealiza uma brincadeira originada depois da morte misteriosa de uma jovem numa floresta nos arredores do campus. Eles inventam um assassino virtual chamado “The Wolf” (O Lobo), utilizando a internet como forma de propagar os rumores das ações do “serial killer”.
O grupo por trás da armação é formado por Owen Matthews (Julian Morris), um aluno problemático recém chegado na escola e enviado por seu pai (Gary Cole), a bela Dodger (Lindy Booth, de “Pânico na Floresta” e “Madrugada dos Mortos”), Tom (Jared Padalecki, de “Casa de Cera”), Randall (Jesse Janzen), Graham (Ethan Cohn), Regina (Kristy Wu), e o casal de namorados Lewis (Paul James) e Mercedes (Sandra McCoy). E para tentar alertá-los sobre as ações perigosas de assassinos que se disfarçam através da internet, surge o professor de jornalismo Rich Walker (o cantor de rock Jon Bon Jovi).
Porém, a situação torna-se complicada quando surgem mortes violentas reais e os estudantes que participam do “jogo da mentira” já não sabem mais separar o que faz parte da brincadeira e o que é verdade, sendo obrigados a lutarem por suas vidas.

Para começar, e sendo um equívoco da distribuidora no Brasil (“Imagem”), o filme recebeu um subtítulo nacional seguido da reprodução do original, numa tendência que vem sendo adotada nos filmes que chegam por aqui (basta mencionar outros filmes lançados na mesma época como “Wolf Creek” e “Doom”). Eu não concordo com esse procedimento e acho bem mais apropriada a escolha de duas opções, ou apenas reproduzir o título original ou então adotar um nome nacional, mas não os dois juntos.
“Cry Wolf” é um thriller curto, com apenas 85 minutos de duração, dirigido por Jeff Wadlow e escrito por ele em parceria com Beau Bauman. O filme apresenta aquele tradicional grupo de jovens estereotipados que já é marca registrada nas produções de horror adolescente com um assassino mascarado. Nesse caso, temos uma espécie de líder, linda e aparentemente mais inteligente que os demais integrantes do grupo de amigos (Dodger), uma jovem com descendência oriental (Regina), outra com traços latinos (Mercedes), um negro (Lewis), um nerd obeso (Graham), um acéfalo metido a garanhão (Randall), um atleta (Tom), e um mocinho (Owen) que vai se destacar na trama e fazer o par romântico com a mocinha bonita.
Por mais que nos esforcemos para tentar criar algum tipo de empatia com eles, não conseguimos evitar um sentimento de indiferença com seus destinos enfrentando a fúria do vilão. Sua história básica lembra um cultuado filme dos anos 80 cuja menção do nome pode até significar a revelação de um “spoiler”, e que depois de assistir “Cry Wolf”, o espectador logo saberá identificar qual é o filme em questão. De positivo podemos citar a boa intenção de seus realizadores em apresentar um desfecho que investe numa idéia de reviravolta e surpresa reveladora.

“Cry Wolf – O Jogo da Mentira” (Cry_Wolf, Estados Unidos, 2005) # 381 – data: 19/03/06 – avaliação: 4,5 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 20/03/06)

Corrosão - Ameaça Em Seu Corpo (1993)


A primeira fase é alucinógena. A segunda fase é glandular. A terceira fase é... Corrosão

Um interessante exemplo que pode ser citado quando lembramos de filmes divertidos com produção independente e baixo orçamento é “Corrosão – Ameaça Em Seu Corpo” (Body Melt, Austrália, 1993), dirigido, escrito e produzido por Philip Brophy, e que foi lançado em DVD no Brasil pelo selo “Dark Side” da “Works Editora”, sendo que já tinha sido distribuído primeiramente em vídeo VHS na época em que essa mídia era popular e estava em evidência.

Em Pebbles Court, Homesville, um bairro da cidade australiana de Melbourne, uma série de eventos bizarros acontecem ao mesmo tempo envolvendo uma sinistra clínica de saúde que está desenvolvendo e distribuindo comercialmente uma droga alucinógena como vitamina. A clínica, chamada Vimuville e localizada em Yantabulla, é dirigida pelo Dr. Carrera (Ian Smith) e sua sócia Shaan (Regina Gaigalas), a responsável pelo marketing do produto. A droga ainda está em fase de testes, apesar de já negociada com grandes empresas para sua distribuição em larga escala, e as cobaias escolhidas para avaliar seu efeito são pessoas que residem em Pebbles Court.
Temos o usuário de vitaminas Paul Matthews (William McInnes), que vê constantemente sua amiga Kate (Suzi Dougherty) com o rosto deformado, num efeito alucinógeno da droga experimental. Temos dois jovens doadores de esperma, Sal Ciccone (Nick Polites) e Gino Argento (Maurie Annese), que se envolvem tragicamente com uma família de mutantes que encontraram pela estrada, quando estavam em viagem de carro. A família é formada pelo patriarca Pud (Vincent Gil), que teve envolvimento no passado com a clínica de saúde, e os adolescentes retardados Bob (Neil Foley), Bronto (Matt Newton) e Slab (Anthea Davis), entre outros. Temos também uma outra família, porém com características normais e bem mais tradicional, formada pelo pai Thompson Noble (Adrian Wright), a mãe Angelica (Jillian Murray), e o casal de filhos adolescentes, Brandon (Ben Geurens) e Elouise (Amanda Douge). E para completar o time de cobaias involuntárias, temos um jovem casal, Brian Rand (Brett Climo) e a esposa grávida Cheryl (Lisa McCune).
Os eventos bizarros têm início quando Ryan (Robert Simper), membro da equipe da clínica de saúde e namorado de Shaan, fica contra sua vontade sob o efeito da droga, e quando vai procurar o jovem Paul Matthews para investigar seu comportamento, sofre um estranho acidente de carro após ingerir detergente, com seu corpo apresentando corrosões, e com isso despertando a atenção da polícia, através da dupla de detetives Sam Phillips (Gerard Kennedy) e seu parceiro Johnno (Andrew Daddo), que por sua vez são auxiliados pelo descontraído legista Willie (Bill Young).
Após a ocorrência de outros casos igualmente insólitos e com mortes misteriosas e violentas, com as vítimas apresentando escoriações, deformações no corpo, decomposição e derretimento da carne, os policiais passam a trabalhar na investigação da origem dos assassinatos.

“Corrosão” pode ser classificado nitidamente com um filme bizarro de baixo orçamento, mas que compensa a falta de recursos com muita criatividade e talento, principalmente na concepção convincente dos efeitos sangrentos das cenas de mortes dolorosas. Dentro dessa idéia, lembra em menor escala a também produção independente “Trash, Náusea Total” (Bad Taste, 1987), filme neozelandês de Peter Jackson.
O roteiro de Rod Bishop baseado em contos de Philip Brophy, procura explorar com elementos de humor negro uma crítica social quanto à conduta suspeita das clínicas de saúde que não medem esforços para criar drogas supostamente saudáveis, além das relações de dependência dos usuários que buscam saúde e corpos perfeitos a qualquer preço. Os funcionários da clínica Vimuville, Beauville (Matt McLean) e Boughman (Barry Whitnell), com seus corpos imensos e músculos exagerados, validam essa idéia, principalmente quando se transformam em vítimas da ação corrosiva e letal da química que eles consomem de forma desenfreada para manter o porte físico avantajado.
Os maiores destaques certamente são as cenas sangrentas de mortes, com direito a carne corroída, líquidos gosmentos, rostos desfigurados, ventres abertos, vísceras expostas, cabeça derretida, olhos esbugalhados, banhos de vômitos esverdeados e todo tipo de gosmas asquerosas envolvendo os usuários da droga experimental, a qual cria uma espécie de parasita que se desenvolve no interior de seus corpos.

É inevitável fazer um comentário sobre o título nacional. O nome escolhido, “Corrosão”, até que não é ruim e tem relação com a história, pois o tema básico trata justamente de deterioração da carne humana pelo efeito de uma droga, mas o subtítulo “Ameaça Em Seu Corpo” é completamente desnecessário, não contribuindo em nada e apenas atrapalhando ainda mais um trabalho de catalogação.

“Corrosão – Ameaça Em Seu Corpo” (Body Melt, Austrália, 1993) # 380 – data: 15/03/06 – avaliação: 7 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 16/03/06)

Vincent Price (1911 / 1993)

Em 26 de outubro de 1993 o cinema de horror perdeu um dos seus maiores artistas, o ator Vincent Price, que morreu aos 82 anos de idade com problemas de câncer no pulmão.
Ao longo de sua bem sucedida carreira cinematográfica, ele realizou mais de 50 filmes, sendo aproximadamente 40 deles no gênero fantástico, e dentro de sua obra encontram-se diversos clássicos absolutos como “Museu de Cera” (1953), “A Mosca da Cabeça Branca” (58), “O Corvo” (63), ou “O Abominável Dr. Phibes” (71).
Price tornou-se um dos grandes expoentes do cinema de horror e ficção científica de todos os tempos e juntou-se ao magnífico time de astros imortais como Bela Lugosi (1882 / 1956), Boris Karloff (1887 / 1969), John Carradine (1906 / 1988), Peter Cushing (1913 / 1994), e Christopher Lee (1922), este último o único ainda vivo e na ativa, como pudemos conferir em “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (99)”, “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel” (2001), “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres” (2002), “Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones” (2002), “Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith” (2005), “Rios Vermelhos 2: Anjos do Apocalipse” (2004), e outros.
Vincent Price nasceu em 1911 em St. Louis, Missouri, Estados Unidos, sendo filho de uma família empresarial rica. Iniciou sua carreira artística no teatro e teve sua estréia no cinema com “Service Deluxe” (38), seguido por sua estréia no gênero que o consagrou, o horror, com “Tower of London” (39), ao lado de Boris Karloff e Basil Rathbone, onde apareceu brevemente como um personagem que morre afogado em um barril de vinho.
Inicialmente escalado para ser um ator sedutor e romântico, devido a sua inegável classe natural, ele acabou encontrando o seu real espaço como um refinado vilão de horror.
Na década de 60, conheceu o lendário produtor/diretor Roger Corman e sua parceria com esse mito da produção “B” fantástica resultou em inúmeros filmes clássicos, a maioria baseados na literatura macabra e sombria de Edgar Allan Poe, como “O Solar Maldito” (60), “A Mansão do Terror” (61), “Muralhas do Pavor” (62), “O Corvo” (63), este baseado no célebre poema homônimo e com a participação de Jack Nicholson em início de carreira, “A Máscara Mortal” (64), “O Túmulo Sinistro” (64), e “O Ataúde do Morto-Vivo” (69), este sendo o primeiro trabalho ao lado de Christopher Lee.
Em 1963, também com Roger Corman, Price fez o primeiro filme baseado na literatura indizível de Howard Philips Lovecraft, com “O Castelo Assombrado” (The Haunted Palace), inspirado na famosa história “O Caso de Charles Dexter Ward”, que faz parte do universo ficcional dos “Mitos de Cthulhu”.
Vincent Price também interpretou, ao longo de sua carreira, inúmeros cientistas loucos em meio as suas invenções e experiências macabras, como podemos ver, entre outros, no divertidíssimo e típico exemplar da nostálgica “sessão da tarde da TV Globo” “Robur, o Conquistador do Mundo” (61), com roteiro do especialista Richard Matheson baseado em obra de Jules Verne, onde fez um pacifista que inventa uma poderosa fortaleza voadora em pleno 1868, com o objetivo de destruir os armamentos militares da época, acabando assim com as guerras a força, e passando com isso a ser ele o vilão da história.
No início da década de 70 o ator associou sua imagem ao psicopata desfigurado Dr. Phibes, numa série de 2 filmes clássicos dirigidos por Robert Fuest, “O Abominável Dr. Phibes” (71) e “A Câmara de Horrores do Abominável Dr. Phibes / A Vingança do Dr. Phibes” (72). Ele interpretou um aristocrático “serial killer” que dizimava suas vítimas com classe e inteligência singulares, mostrando como deve ser exercido esse nobre ofício a outros psicopatas inferiores como Jason Voorhees (“Sexta-Feira 13”) ou Michael Myers (“Halloween”). Outro filme dentro desse estilo, e um dos mais preferidos pessoalmente por Price, foi “As Sete Máscaras da Morte / Teatro da Morte” (73), onde fez um talentoso ator teatral que simula suicídio para poder se vingar de seus algozes críticos, chacinando-os com maestria e sutileza, inspirando-se nas peças teatrais de William Shakespeare.
Apesar de sua imagem macabra e necrofílica no cinema, poucos fãs sabem, mas Price foi na vida real um “expert” colecionador de obras de arte e um famoso mestre “gourmet”, publicando inclusive vários livros sobre arte e culinária, e sendo muito respeitado dentro desse meio.
Suas performances como vilão de horror são impagáveis e seu estilo irônico e humorístico pode ser apreciado em obras primas do humor negro como “Muralhas do Pavor” (62), “O Corvo” (63) e “Farsa Trágica” (63), contracenando com atores de um nível de Peter Lorre (engraçadíssimo), Boris Karloff e Basil Rathbone, que juntos foram responsáveis por várias das mais divertidas seqüências de toda a história do cinema de horror com elementos de humor. Como em “Farsa Trágica”, na cena onde Price (um dono de funerária a caminho da falência) tenta envenenar Rathbone (proprietário do imóvel o qual Price está atrasado com o aluguel há meses).
Price teve passagens marcantes também pela televisão, como na série “Batman” (1966), interpretando o impagável vilão “Cabeça de Ovo” ou como o apresentador da série “Mystery Theatre” por vários anos. E emprestou sua voz cavernosa para, entre outros, um discurso de horror no videoclip “Thriller” de Michael Jackson, onde o popular cantor se transformou em lobisomem numa noite de lua cheia (sempre o velho clichê...).
A partir dos anos 80 suas participações foram se tornando cada vez mais raras e escassas, e geralmente sua presença, mesmo que pequena, é que salvava as produções infinitamente inferiores às das décadas anteriores. O destaque desse período foi “A Mansão da Meia-Noite” (83), principalmente por ser o único filme na história a reunir os monstros sagrados Price, Christopher Lee, Peter Cushing e John Carradine juntos, e “Banho de Sangue na Casa da Morte” (85), uma comédia de humor negro onde Price interpretou um sinistro satanista envolvido em rituais sangrentos.
Seu último trabalho foi com a belíssima fantasia “Edward Mãos de Tesoura” (90), de Tim Burton e com Johnny Depp, onde interpretou o que de melhor ele fazia em sua carreira: um excêntrico cientista “louco” recluso em sua enorme e gótica mansão. Aqui ele “cria” um jovem garoto (Depp), mas morre antes de substituir as tesouras que lhe servem de mãos. Price aparece em apenas magistrais 5 minutos e foi o suficiente para um merecido encerramento com chaves de ouro à sua extraordinária carreira de mais de 50 anos, entre teatro, televisão e cinema.
Vincent Price permanecerá imortal através de seus fascinantes e incontáveis filmes, e inesquecível por suas irônicas interpretações sempre lembrando lordes aristocráticos com sua classe única, além é claro, do seu imponente e inconfundível vozeirão gutural, eternamente ligado aos seus macabros personagens do cinema. Caracterizações que foram alguns dos melhores vilões da história do horror. Price não morreu e seu fantasma continuará vagando entre nós através de seus filmes de puro entretenimento.

Filmografia selecionada de Vincent Price

Observação: Os filmes lançados no Brasil em DVD estão indicados, assim como também aqueles que já foram lançados por aqui em vídeo VHS, e fora de catálogo.

* A Torre de Londres (Tower of London, 39)
* A Volta do Homem Invisível (The Invisible Man Returns, 40)
* Abbott e Costello Encontram Frankenstein (Abbott and costello Meet Frankenstein, 48) - como a voz do Homem Invisível, no final do filme
* Museu de Cera (House of Wax, 53) (DVD)
* A Máscara do Mágico (The Mad Magician, 54)
* A Mosca da Cabeça Branca (The Fly, 58) (DVD)
* A Casa dos Maus Espíritos (House on Haunted Hill, 58) (DVD)
* O Monstro de Mil Olhos (Return of the Fly, 59)
* A Mansão do Morcego (The Bat, 59) (DVD)
* Força Diabólica (The Tingler, 59) (DVD)
* A Casa de Usher / O Solar Maldito (The House of Usher, 60) (DVD)
* A Mansão do Terror (The Pit and the Pendulum, 61)
* Robur, o Conquistador do Mundo (Master of the World, 61) (VHS)
* Muralhas do Pavor (Tales of Terror, 62) (VHS)
* Vício Que Mata (Confessions of an Opium Eater, 62)
* A Torre de Londres (Tower of London, 62)
* O Corvo (The Raven, 63) (VHS) (DVD)
* Diário de Um Louco (Diary of a Madman, 63)
* Farsa Trágica (The Comedy of Terrors, 63) (VHS)
* O Castelo Assombrado (The Haunted Palace, 63) (VHS)
* Nos Domínios do Terror (Twice-Told Tales, 63)
* A Máscara Mortal / Orgia da Morte (The Masque of the Red Death, 64)
* O Último Homem Sobre a Terra / Mortos Que Matam (The Last Man on Earth, 64) (DVD)
* O Túmulo Sinistro (The Tomb of Ligeia, 64)
* A Máquina de Fazer Biquinis (Dr. Goldfoot and the Bikini Machine, 65)
* O Caçador de Bruxas (The Conqueror Worm / Matthew Hopkins: Witchfinder General, 68) (DVD)
* O Ataúde do Morto-Vivo (The Oblong Box, 69)
* Agonia do Terror / Grite, Grite Outra Vez (Scream and Scream Again, 69) (VHS)
* O Uivo da Bruxa (Cry of the Banshee, 70)
* O Abominável Dr. Phibes (The Abominable Dr. Phibes, 71) (DVD) (VHS)
* A Câmara de Horrores do Abominável Dr. Phibes / A Vingança do Dr. Phibes (Dr. Phibes Rises Again, 72) (VHS)
* As Sete Máscaras da Morte / Teatro da Morte (Theatre of Blood, 73) (DVD)
* A Casa do Terror / A Casa dos Rituais Satânicos (Mad House, 74) (VHS)
* Jornada do Pavor (Journey Into Fear, 75)
* O Clube dos Monstros (The Monster Club, 80) (VHS)
* Romance in the Jugular Vein (80)
* A Mansão da Meia-Noite (House of the Long Shadows, 83) (VHS)
* Banho de Sangue na Casa da Morte (Bloodbath at the House of Death, 85) (VHS)
* Do Sussurro ao Grito (From a Whisper to a Scream, 87) (VHS)
* Policiais em Apuros (Dead Heat, 88) (VHS)
* Edward Mãos-de-Tesoura (Edward Scissorhands, 90) (DVD) (VHS)

“Vincent Price”
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(postado em 09/03/06)

As Várias Faces de Christopher Lee


O ator inglês Christopher Lee, nascido em Londres em 1922 e falecido no dia 07 de Junho de 2015, pertence à galeria dos ícones lendários que construíram a história do cinema de Horror como Bela Lugosi e Boris Karloff (de uma geração anterior), e Peter Cushing e Vincent Price (de sua própria geração), entre outros. Mais conhecido como o famoso vampiro Conde Drácula de vários filmes da produtora “Hammer”, o personagem que o imortalizou definitivamente nas telas, Christopher Lee participou como vilão de duas das mais expressivas franquias do cinema de entretenimento no início do século 21, “Star Wars” (como o Conde Dookan), e “O Senhor dos Anéis” (interpretando o mago Saruman).
Lee também interpretou uma série de outros papéis não menos significativos em sua longa carreira de mais de 300 filmes, emprestando seu talento para dar vida à “Criatura de Frankenstein”, a “Múmia”, o “Médico e o Monstro”, o militar chinês “Fu Manchu”, o monge russo “Rasputin”, e até o famoso detetive inglês “Sherlock Holmes”. E justamente esse imenso currículo de sucesso inspirou a produção de um documentário em 1996 chamado “As Várias Faces de Christopher Lee” (The Many Faces of Christopher Lee), lançado em DVD no Brasil pela “Dark Side”.

O documentário, apresentado por ele próprio, mostra 56 minutos de depoimentos e curiosidades de bastidores sobre muitos de seus filmes, com a exibição de trechos de “Drácula: O Príncipe das Trevas” (Dracula: Prince of Darkness, 66), “As Bodas de Satã” (The Devil Rides Out, 68), “Rasputin – O Monge Louco” (66), “O Soro Maldito” (I, Monster, 71), e “O Homem de Palha” (The Wicker Man, 73), entre outros.
Dos vários comentários curiosos de Christopher Lee falando detalhes de seus filmes, ele revelou que não apreciou o roteiro de “Drácula: O Príncipe das Trevas”, que foi escrito por Jimmy Sangster (creditado como John Sansom), a partir de uma história do produtor Anthony Hinds (sob o pseudônimo de John Elder), dizendo que não foram aproveitadas nenhuma palavra ou qualquer diálogo original da obra de Bram Stoker, transformando o vampiro numa espécie de criatura do apocalipse. Então, em protesto, ele exigiu que sua participação fosse silenciosa, sem dizer uma única palavra no filme inteiro, apenas atuando com expressões faciais, e somente entrando em cena após quase cinquenta minutos de projeção.
Em “O Soro Maldito”, produzido pelo também estúdio inglês “Amicus” (rival da “Hammer”), Lee comentou uma certa insatisfação pelo título do filme ser “I, Monster” (“Eu, Monstro”, numa tradução literal) em vez do tradicional “Dr. Jekyll and Mr. Hyde”, e por seu personagem duplo Dr. Marlowe e o lado maléfico Mr. Blake ser o único com nomes diferentes dos originais da obra literária de Robert Louis Stevenson, pois todos os outros personagens do filme possuem os mesmos nomes do livro. Lee evidenciou também uma curiosidade pouco comentada: na história de Stevenson, em nenhum momento existe uma descrição física de como seria o rosto alterado do Dr. Jekyll, transformado no maligno Mr. Hyde.
Já em “O Homem de Palha”, Christopher Lee revelou que considera este filme como seu melhor trabalho de atuação em toda sua vasta carreira, com um personagem criado especialmente para ele pelo roteirista Anthony Shaffer. Lee fez o papel de Lord Summerisle, um obscuro líder de uma seita religiosa pagã, que vive em comunidade numa ilha isolada da Escócia e que pratica rituais bizarros envolvendo atos sexuais. Como curiosidade, o ator revelou que ao ver o filme antes do lançamento oficial, ele achou interessante fazer algumas mudanças, falando de suas opiniões com o diretor Robin Hardy e o escritor Anthony Shaffer. Eles decidiram então, que apesar de já concluídos os trabalhos de pós produção, iriam verificar os registros das filmagens não utilizadas para tentar recuperar algo, mas misteriosamente os negativos sumiram e nunca foram encontrados.   

O DVD lançado no Brasil pelo selo “Dark Side” em 2003 traz além do documentário sobre a carreira de Christopher Lee, também um outro documentário intitulado “Drácula e os Mortos-Vivos” (The World of Hammer – Dracula and the Undead, 90), narrado pelo já falecido ator Oliver Reed, e dirigido por Robert Sidaway, mostrando trechos comentados de vários filmes do famoso estúdio inglês “Hammer”.
Entre os extras disponíveis no DVD, para o documentário “As Várias Faces de Christopher Lee”, temos cerca de 15 minutos de interessantes materiais como a biografia do ator (destacando sua apresentação no documentário televisivo sobre os cem anos de  história do Horror (14 capítulos produzidos em 1996), completada com sua filmografia básica, e os trailers de “Drácula: O Príncipe das Trevas” e “Epidemia de Zumbis” (The Plague of the Zombies), ambos de 66 e legendados em português, “O Conde Drácula” (Scars of Dracula, 70) e “Os Ritos Satânicos de Drácula” (Count Dracula and His Vampire Bride, 73), estes últimos sem legendas. Além de dois clips musicais, com Christopher Lee cantando com seu vozeirão “O Sole Mio / It´s Now Or Never” e “She´ll Fall For Me”, e uma breve galeria de fotos com cenas de seus filmes. 

“As Várias Faces de Christopher Lee”, dirigido por Colin Webb, é um trabalho muito bem produzido numa grande homenagem à carreira desse magnífico ator de várias faces, que não foi apenas o Conde Drácula da “Hammer” e um ícone do Horror mundial, mas sim um ator versátil de grande talento e habilidade para papéis de todos os tipos em filmes de todos os gêneros produzidos nos últimos 50 anos.
Mas é claro também que a imagem de Lee está eternamente associada ao cinema fantástico, na interpretação de uma infinidade de vilões inesquecíveis para os apreciadores do estilo. E justamente por isso, sentimos falta de mais comentários sobre seus filmes de horror, pois percebemos a intenção do documentário em evidenciar também filmes de outras temáticas. Lee escolheu apenas alguns poucos filmes memoráveis segundo seu ponto de vista dentro do Horror, e por isso mesmo muitas produções impagáveis deixaram de ser citadas ou comentadas, para dar espaço aos filmes dos outros gêneros (e nesse caso, os depoimentos também se mostraram menos interessantes, com Lee explicando como se atira com um revólver ou manipula uma espada). O mesmo acontece com os clips musicais (do material extra), que soam meio estranhos quando vemos Christopher Lee cantando.
Porém, ainda assim, é um documentário de extrema relevância como referência e fonte de informação a respeito de uma lenda do cinema de Horror de todos os tempos, e onde na seqüência final Christopher Lee faz um relato tão marcante que é impossível não se emocionar com seu conteúdo. Ele terminou a apresentação com chave de ouro dizendo que além das boas lembranças dos filmes que fez e dos personagens que interpretou, duas pessoas em especial são de imensa importância em sua carreira profissional e vida pessoal, citando Peter Cushing (mostrando uma foto de bastidores do set de filmagens de “A Górgona”, 65), e Vincent Price (numa foto onde eles jogavam xadrez), numa homenagem emocionada para esses dois atores imortais do Horror, os quais Lee considera grandes mestres como seres humanos e atores maravilhosos, e que sente muita falta deles (ambos morreram no início da década de 90, Cushing em 92 e Price no ano seguinte).
E sobre isso, eu afirmo com toda convicção e faço questão de registrar no fechamento desse artigo:

Você, Christopher Lee, faz parte dessa galeria de astros imortais do Horror, juntamente ao lado de Peter Cushing e Vincent Price, sendo lembrado por toda a eternidade por seus fãs e permanecendo para sempre vivo através de seus filmes”.

As Várias Faces de Christopher Lee” (The Many Faces of Christopher Lee, 1996) # 309 – data: 13/04/05 – avaliação: 9 (de 0 a 10)
site: www.bocadoinferno.com.br / blog: www.juvenatrix.blogspot.com.br (postado originalmente em 09/03/06)


As Várias Faces de Christopher Lee” (The Many Faces of Christopher Lee, Inglaterra, 1996). Documentário, 56 minutos. Apresentação de Christopher Lee. Direção de Colin Webb. Produção de Ashley Morgan. Produção Executiva de Colin Higgs. Fotografia e Câmera de Terry Doe. Edição de Steve Norris.

Stephen King - O Mestre do Horror Moderno


Escritor americano nascido em 21/09/1947 em Portland (Maine), Stephen Edwin King pode ser considerado como “O Mestre do Horror Moderno”, devido ao seu notável talento em escrever livros e contar histórias recheadas com elementos sobrenaturais. Sua obra literária alcançou um sucesso e reconhecimento tão grande, que foi traduzida para mais de 35 países e dezenas de suas histórias foram adaptadas para o cinema e televisão, tornando-se um dos autores mais filmados na história do cinema de horror, ao lado de outros mestres como Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft e Clive Barker.
No começo de 1959, ele iniciou suas atividades literárias editando um fanzine local chamado “Dave´s Rag” juntamente com seu irmão mais velho David. Com baixa tiragem e utilizando recursos modestos de produção, eles reproduziam o jornal com o auxílio de um mimeógrafo e distribuíam na cidade onde moravam, Derham.
Em 1963, com a ajuda do amigo Chris Chesley, King publicou uma coleção com 18 contos sobrenaturais chamada “People, Places, and Things – Volume I”, vindo um ano depois a publicar de forma amadora o livro “The Star Invaders”. Aos 18 anos de idade, Stephen King teve seu primeiro trabalho publicado, o conto “I Was a Teenage Grave Robber”, na revista “Comics Review”. Em 1967, ele teve sua primeira história vendida, “The Glass Floor”, para a revista “Startling Mystery Stories”.
Em janeiro de 1971, o escritor casou-se com Tabitha Jane Spruce, com quem vive até hoje. Ela foi a responsável pelo marido terminar de escrever o livro “Carrie”, cujo projeto tinha sido abandonado por ele antes da conclusão. Publicado em 1974 e transformado em filme dois anos depois nas mãos do diretor Brian De Palma, a história de uma adolescente com poderes telecinéticos que se vinga mortalmente dos colegas de escola que a desprezavam, foi um grande sucesso de bilheteria e impulsionou de forma avassaladora a carreira de Stephen King, que a partir daí iniciou uma overdose de lançamentos de livros como “A Hora do Vampiro” (1975), “O Iluminado” (1977), “A Dança da Morte” (1978), “Sombras da Noite” (contos, 1978), “Zona Morta” (1979), “A Incendiária” (1980), e muitos, muitos outros mais, com a maioria sendo adaptada e transformada em filmes.
Atualmente, Stephen King vive com sua esposa e três filhos em Bangor, no Maine (Estado americano onde a maioria de suas histórias são ambientadas), e com mais de 300 milhões de livros em publicação pelo mundo, ele continua escrevendo e também emprestando seu talento para o cinema, que já possui uma galeria maldita com dezenas de filmes baseados em sua obra.
Em junho de 1999 ele sofreu um grave atropelamento quando caminhava por uma estrada, mas com muito esforço conseguiu recuperar-se e logo escreveu o roteiro da mini-série para a TV “A Casa Adormecida” (Rose Red, 2002) e o livro “O Apanhador de Sonhos” (Dreamcatcher), que transformou-se em filme para o cinema no início de 2003, perpetuando seu legado de horror e felizmente saciando sua legião de fãs sedentos por histórias sobrenaturais.

FILMOGRAFIA – CINEMA

* Carrie, A Estranha (Carrie, 1976) – Direção de Brian De Palma, com Sissy Spacek, Amy Irving, Nancy Allen e John Travolta.
Notas: História adaptada do livro “Carrie” (1974). Teve uma seqüência em 1999 (“A Maldição de Carrie” / The Rage – Carrie 2), de Katt Shea, e uma refilmagem de 180 minutos para a TV, “Carrie” (2002), de David Carson.

* O Iluminado (The Shining, 1980) – Direção de Stanley Kubrick, com Jack Nicholson.
Notas: História adaptada do livro “O Iluminado” (1977). Inspirou uma mini-série homônima para a TV em 1997.

* Creepshow (Creepshow, 1982) – Direção de George A. Romero, com Leslie Nielsen, Ed Harris, Tom Savini e Fritz Weaver.
Nota: Filme dividido em cinco histórias sobrenaturais, com roteiro de Stephen King homenageando as antigas revistas em quadrinhos de horror dos anos 1950 da editora “EC Comics” (Tales From the Crypt / Weird Science / The Vault of Horror). Stephen King protagoniza um dos episódios, “The Lonesome Death of Jordy Verril”. Teve uma seqüência em 1987, “Show de Horrores”, de Michael Gornick.

* Cujo, o Cão Assassino (Cujo, 1983) – Direção de Lewis Teague, com Dee Wallace Stone e Ed Lauter.
Nota: História adaptada do livro “Cujo” (1981).

* A Hora da Zona Morta (The Dead Zone, 1983) – Direção de David Cronenberg, com Christopher Walken, Anthony Zerbe, Martin Sheen, Herbert Lom e Tom Skerritt.
Notas: História adaptada do livro “Zona Morta” (1979). Inspirou uma série de TV homônima em 2002.

* Christine, o Carro Assassino (Christine, 1983) – Direção de John Carpenter, com Keith Gordon e John Stockwell.
Notas: História adaptada do livro “Christine” (1983).

* Colheita Maldita (em vídeo) / Filhos do Mal (no cinema) (Children of the Corn, 1984) – Direção de Fritz Kiersch, com Linda Hamilton e R. G. Armstrong.
Notas: Adaptação da história “As Crianças do Milharal”, do livro de contos “Sombras da Noite” (Night Shift, 1976/77/78). Originou uma enorme franquia com outros seis filmes produzidos diretamente para o mercado de vídeo até 2001: Colheita Maldita 2 – O Sacrifício Final (The Final Sacrifice, 1993, de David F. Price); Colheita Maldita 3 (Urban Harvest, 1994, de James D. R. Hickox); Colheita Maldita 4 (The Gathering, 1996, de Greg Spence); Colheita Maldita 5 – Campos do Terror (Fields of Terror, 1998, de Ethan Wiley); Colheita Maldita 666 – Isaac Está de Volta (Isaac’s Return, 1999, de Kari Skogland); Colheita Maldita 7 – A Revelação (Revelation, 2001, de Guy Magar).

* Chamas da Vingança (Firestarter, 1984) – Direção de Mark L. Lester, com Drew Barrymore, George C. Scott e David Keith.
Notas: História adaptada do livro “A Incendiária” (1980). Teve uma seqüência em 2002 para a TV (“Vingança em Chamas” / Firestarter 2: Rekindled), de Robert Iscove, com Malcolm McDowell e Dennis Hopper.

* Olho de Gato (Cat’s Eye, 1984) – Direção de Lewis Teague, com James Woods e Drew Barrymore.
Notas: Filme dividido em três episódios, sendo a história “Ex-Fumantes Ltda.” (Quitter´s Inc.) adaptada do livro de contos “Sombras da Noite”.

* A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, 1985) – Direção de Daniel Attias, com Gary Busey e Corey Haim.
Notas: História adaptada do livro “A Hora do Lobisomem” (Cycle of the Werewolf, 1984). Foi exibido na televisão como “Bala de Prata”, tradução literal do original. Os responsáveis pela escolha dos títulos no Brasil foram oportunistas e de forma equivocada nomearam o filme “Lone Wolf”, de 1988, dirigido por John Callas e com Dyan Brown, como “A Hora do Lobisomem 2”, não tendo na verdade nenhuma relação com o filme inspirado no livro de Stephen King.

* Comboio do Terror (Maximum Overdrive, 1985) – Direção de Stephen King, com Emilio Estevez.
Notas: Adaptação da história “Caminhões”, do livro de contos “Sombras da Noite”. Único filme dirigido por Stephen King. Teve uma espécie de refilmagem para a TV em 1998 chamada “Trucks”.

* Conta Comigo (Stand By Me, 1986) – Direção de Rob Reiner, com Wil Wheaton, River Phoenix, Corey Feldman, Jerry O’Connell, Kiefer Sutherland e Richard Dreyfuss.
Notas: História adaptada da novela “O Corpo” (The Body), da coleção “Quatro Estações” (Different Seasons, 1982). A história é verídica, foi baseada num fato realmente ocorrido na infância de King. Inclusive, o próprio autor é retratado no filme, no personagem que se torna um escritor quando adulto.

* Show de Horrores (Creepshow 2, 1987) – Direção de Michael Gornick, com Tom Savini e George Kennedy.
Notas: Filme dividido em três histórias sobrenaturais, com roteiro de George A. Romero, homenageando as antigas revistas em quadrinhos de horror dos anos 1950 da editora “EC Comics” (Tales From the Crypt / Weird Science / The Vault of Horror). O episódio “A Balsa” é inspirado em conto de Stephen King, do livro “Tripulação de Esqueletos” (Skeleton Crew, 1985). Teve um filme anterior em 1982, “Creepshow”, de George A. Romero.

* O Sobrevivente (The Running Man, 1987) – Direção de Paul Michael Glaser, com Arnold Schwarzenegger.
Nota: História adaptada do livro “The Running Man” (1982, sob o pseudônimo de Richard Bachman).

* O Cemitério Maldito (Pet Sematary, 1989) – Direção de Mary Lambert, com Fred Gwynne, Dale Midkiff e Denise Crosby.
Notas: História adaptada do livro “O Cemitério” (1983), com roteiro do próprio Stephen King. Teve uma seqüência em 1992 (“O Cemitério Maldito 2” / Pet Sematary Two), também de Mary Lambert, com Edward Furlong.

* A Criatura do Cemitério (Graveyard Shift, 1990) – Direção de Ralph S. Singleton, com Brad Dourif.
Nota: Adaptação da história “Turno do Cemitério”, do livro de contos “Sombras da Noite”.

* Contos da Escuridão (Tales From the Darkside – The Movie, 1990) – Direção de John Harrison, com Christian Slater.
Nota: Produção de George A. Romero, baseada em série homônima de TV, com três episódios sendo um deles, “The Cat from Hell”, adaptado de um conto de Stephen King, que foi publicado nas antologias “Tales of Unknown Horror” (1978) e “Magicats” (1984).

* Louca Obsessão (Misery, 1990) – Direção de Rob Reiner e com James Caan, Kathy Bates e Lauren Bacall.
Notas: História adaptada do livro “Angústia” (1987). Kathy Bates ganhou o “Oscar” de melhor atriz por sua atuação.

* O Passageiro do Futuro (The Lawnmower Man, 1992) – Direção de Brett Leonard, com Pierce Brosnan.
Notas: Adaptação da história “O Homem do Cortador de Grama”, do livro de contos “Sombras da Noite”. Stephen King considerou que o filme não tem nenhuma relação com seu conto e entrou na justiça conseguindo retirar o crédito da história para ele por decisão judicial. Apenas por curiosidade, pois não houve nenhum envolvimento de Stephen King, foi filmada uma seqüência em 1996 (“O Passageiro do Futuro 2” / Lawnmower Man 2: Beyond Cyberspace), de Farhad Mann, com Patrick Bergin.

* Sonâmbulos (Sleepwalkers, 1992) – Direção de Mick Garris, com Mark Hamill e Brian Krause.
Nota: Roteiro original de Stephen King, sem ser baseado em nenhum livro ou história já publicada anteriormente.

* A Metade Negra (The Dark Half, 1993) – Direção de George A. Romero, com Timothy Hutton e Michael Rooker.
Nota: História adaptada do livro “A Metade Negra” (1989).

* Trocas Macabras (Needful Things, 1993) – Direção de Fraser C. Heston, com Max Von Sydow e Ed Harris.
Nota: História adaptada do livro “Trocas Macabras” (1991).

* Mangler – O Grito do Terror (The Mangler, 1994) – Direção de Tobe Hooper, com Robert Englund e Ted Levine.
Notas: Adaptação da história “A Máquina de Passar Roupa”, do livro de contos “Sombras da Noite”. Teve uma seqüência em 2001 para a TV (“Pânico Virtual” / The Mangler 2), de Michael Hamilton-Wright, com Lance Henriksen.

* Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994) – Direção de Frank Darabont, com Morgan Freeman e Tim Robbins.
Nota: História adaptada da novela “Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank” (Rita Hayworth & the Shawshank Redemption), da coleção “Quatro Estações”.

* Eclipse Total (Dolores Claiborne, 1995) – Direção de Taylor Hackford, com Kathy Bates e Jennifer Jason Leigh.
Nota: História adaptada do livro “Eclipse Total” (1992).

* A Maldição do Cigano (Thinner, 1996) – Direção de Tom Holland, com Robert John Burke.
Nota: História adaptada do livro “A Maldição do Cigano” (1984, sob o pseudônimo de Richard Bachman).

* Vôo Noturno (The Night Flier, 1998) – Direção de Mark Pavia, com Miguel Ferrer.
Nota: Adaptação de história “O Piloto Noturno”, do livro de contos “Pesadelos e Paisagens Noturnas” (Nightmares & Dreamscapes, 1993), e que também havia sido publicado antes na antologia “Prime Evil” (1988).

* O Aprendiz (Apt Pupil, 1998) – Direção de Bryan Singer, com Ian McKellen, Brad Renfro e Elias Koteas.
Nota: História adaptada da novela “Aluno Inteligente”, da coleção “Quatro Estações”.

* Cain Rose Up (1999) – Direção de David Britten Prior, com Deborah Offner.

* À Espera de Um Milagre (The Green Mile, 1999) – Direção de Frank Darabont, com Tom Hanks, Michael Clarke Duncan, David Morse, Gary Sinise e Barry Pepper.
Notas: História adaptada da mini-série literária “O Corredor da Morte” (1996), a primeira e única já escrita por Stephen King. Somente depois da produção do filme é que os capítulos foram reunidos em um único livro, que no Brasil se chamou “À Espera de Um Milagre”.

* Lembranças de um Verão (Hearts in Atlantis, 2001) – Direção de Scott Hicks, com Anthony Hopkins e David Morse.
Nota: História adaptada do livro “Corações na Atlântida” (1999).

* O Apanhador de Sonhos (Dreamcatcher, 2003) – Direção de Lawrence Kasdan, com Morgan Freeman e Tom Sizemore.
Nota: História adaptada do livro “O Apanhador de Sonhos” (2001).

* A Janela Secreta (Secret Window, 2004) – Direção e roteiro de David Koepp, com Johnny Depp, John Turturro, Timothy Hutton, Maria Bello e Charles Dutton.
Nota: História adaptada do conto “Meia-noite e Dois Minutos: Janela Secreta, Jardim Secreto”, do livro “Depois da Meia-Noite” (From Four Past Midnight, 1990).

* Montado na Bala (Riding the Bullet, 2004) – Direção de Mick Garris, com David Arquette.
Nota: História adaptada da novela “Riding the Bullet”.

* 1408 (1408, 2007) – Direção de Mikael Hafstrom, com John Cusack e Samuel L. Jackson.
Nota: História adaptada do conto “1408”.

* O Nevoeiro (The Mist, 2007) – Direção e roteiro de Frank Darabont.
Nota: História adaptada da novela “The Mist”, da coletânea de contos “Tripulação de Esqueletos”.

FILMOGRAFIA – TELEVISÃO / VÍDEO

* Os Vampiros de Salem (Salem’s Lot, 1979) – Mini-série de 183 minutos com direção de Tobe Hooper e com James Mason e David Soul.
Notas: História adaptada do livro “A Hora do Vampiro” (1975). Teve uma versão reduzida de 112 minutos lançada em vídeo, além de uma seqüência em 1988 (“Retorno a Salem’s Lot” / “A Return to Salem’s Lot”), de Larry Cohen. E em 2004 teve uma outra versão produzida diretamente para a TV com direção de Mikael Salomon, 181 minutos de duração, estrelada por Rob Lowe, Hutger Hauer, Donald Sutherland e James Cromwell, e lançada em DVD no Brasil pela “Warner” como “A Mansão Marsten”.

* O Túnel do Horror (Night Shift Collection)
Notas: Antologia com três episódios curtos de horror, dirigidos por John Woodward, Jack D. Garrett e Damian Harris, respectivamente. As histórias são “Discípulos do Corvo” (Disciples of the Crow, 1983, do conto “As Crianças do Milharal”, filmado também em 1984 como “Colheita Maldita”, inspirada no livro de contos “Sombras da Noite”), além de “O Quarto 321” (The Night Waiter, 1987) e “A Hora da Morte” (Killing Time, 1995), estas não baseadas na obra de King. Foi lançado em VCD no Brasil.

* O Processador de Palavras dos Deuses (The Word Processor of the Gods, 1984) – Episódio da série de TV “Tales From the Darkside”.
Nota: Lançado em vídeo VHS como “Contos da Escuridão 2”, baseado em conto do livro “Tripulação de Esqueletos”.

* Gramma (1985) – Episódio da segunda geração da série de TV “Além da Imaginação” (The Twilight Zone, 1985/1989).
Nota: Com roteiro do escritor Harlan Ellison, baseado em conto do livro “Tripulação de Esqueletos”.

* The Moving Finger (1988) – Episódio da série de TV “Monstros” (Monsters, 1988/1989).
Nota: Primeiro foi escrito o roteiro e depois a história foi publicada na revista “Fantasy & Science Fiction” (Dezembro de 1990).

* It – Uma Obra-Prima do Medo (It, 1990) – Mini-série de 192 minutos, com direção de Tommy Lee Wallace e com Anette O’Toole e Richard Thomas.
Nota: História adaptada do livro “A Coisa” (1986).

* Jovem Outra Vez (The Golden Years, 1991) – Mini-série, com Keith Szarabajka, Ed Lauter e R. D. Call.
Nota: Roteiro original de Stephen King, sem ser baseado em nenhum livro ou história já publicada anteriormente.

* Às Vezes Eles Voltam (Sometimes They Come Back, 1991) – Direção de Tom McLoughlin, com Tim Matheson.
Notas: Adaptação da história “Às Vezes Eles Voltam”, do livro de contos “Sombras da Noite”. Teve outras duas seqüências em 1996 (“Às Vezes Eles Voltam 2” / Sometimes They Come Back... Again), de Adam Grossman e 1998 (“Às Vezes Eles Voltam... Para Sempre” / Sometimes They Come Back... For More), de Daniel Zelik Berk.

* Chinga (1993) – Episódio da série de TV “Arquivo X” (The X-Files, 1993/2002).

* Tommyknockers – Tranquem Suas Portas (The Tommyknockers, 1993) – Direção de John Power, com Jimmy Smits e Traci Lords.
Nota: História adaptada do livro “Os Estranhos” (1988).

* A Dança da Morte (The Stand, 1994) – Mini-série de 366 minutos com direção de Mick Garris e com Gary Sinise.
Nota: História adaptada do livro “A Dança da Morte” (1978).

* Fenda no Tempo (The Langoliers, 1995) – Direção de Tom Holland, com Dean Stockwell e David Morse.
Nota: Adaptação da novela “Os Langoliers”, do livro “Depois da Meia-Noite”.

* The Revelations of Becka Paulson (1995) – Episódio da nova série de TV “Quinta Dimensão” (The Outer Limits, 1995).
Nota: Adaptação da história “The Revelations of Becka Paulson”, publicada na revista “Rolling Stone” (Dezembro de 1979).

* O Iluminado (The Shinning, 1997) – Mini-série de 273 minutos, com direção de Mick Garris e com Rebecca De Mornay.
Notas: História adaptada do livro “O Iluminado” (1977). Teve um filme homônimo para o cinema em 1980, dirigido por Stanley Kubrick e com Jack Nicholson.

* Trucks – Comboio do Terror (Trucks, 1998) – Direção de Chris Thomson, com Brendan Fletcher.
Notas: Adaptação da história “Caminhões”, do livro de contos “Sombras da Noite”. Uma espécie de refilmagem de “Comboio do Terror” (1985), único filme dirigido por Stephen King.

* A Maldição de Quicksilver (Quicksilver Highway, 1998) – Direção de Mick Garris, com Christopher Lloyd.
Notas: Filme dividido em duas histórias de uma série cancelada de TV em forma de antologia. Uma das histórias é de Clive Barker (The Body Politic) e a outra é de Stephen King (“A Dentadura Mecânica” / Chattery Teeth), do livro de contos “Pesadelos e Paisagens Noturnas”.

* A Tempestade do Século (Storm of the Century, 1999) – Mini-série de 288 minutos, com direção de Craig R. Baxley e com Timothy Daly.
Nota: Primeiro foi escrito o roteiro para uma mini-série de TV, e depois a história foi transformada em livro.

* A Casa Adormecida (Rose Red, 2002) – Mini-série de 254 minutos, com direção de Craig R. Baxley e com Nancy Travis e Kimberly J. Brown.
Nota: Roteiro original de Stephen King, sem ser baseado em nenhum livro ou história já publicada anteriormente.

* The Dead Zone (2002) – Série de TV, com Anthony Michael Hall.
Notas: História adaptada do livro “Zona Morta” (1979). Teve um filme homônimo para o cinema de 1983 (“A Hora da Zona Morta”), dirigido por David Cronenberg, com Christopher Walken, Anthony Zerbe, Martin Sheen, Herbert Lom e Tom Skerritt.

* The Diary of Ellen Rimbauer (2003) – direção de Craig R. Baxley e com Lisa Brenner e Steven Brand.
Nota: Os personagens da história foram criados por Stephen King.

* Kingdom Hospital (2004) – Série de TV, com direção de Craig R. Baxley.

* Desespero (Desperation, 2006) – direção de Mick Garris, roteiro de Stephen King e com Tom Skerrit.
* Pesadelos e Paisagens Noturnas (Nightmares and Dreamscapes: From the Stories of Stephen King, EUA / Austrália, 2006) – Mini-série de TV em 8 episódios, com direção de Rob Bowman, Mark Haber, Brian Henson, Sergio Mimica-Gezzan, Mike Robe, Mikael Salomon.
Nota: Episódios baseados nos contos das antologias “Pesadelos e Paisagens Noturnas Vol. 1 e 2”.
* Sede de Vingança (Dolan´s Cadillac, EUA / Inglaterra, 2009) – Direção de Jeff Beesley e com Christian Slater.
Nota: História adaptada da novela “Dolan´s Cadillac”.
Observações:
1: Essa listagem da produção de cinema e TV/Vídeo baseados em histórias de Stephen King pode ser considerada bem completa, abrangendo um período de quase quarenta anos e dezenas de filmes com participação direta ou indireta do “mestre do horror moderno”. Porém, podem ocorrer também omissões de filmes ou falhas de informações. Alguns filmes produzidos como seqüências de franquias foram realizados para a televisão ou vídeo, apesar de constarem como notas na lista de filmes para o cinema, devido aos seus originais terem sido lançados na tela grande.

2: Não constam na listagem alguns filmes de curta metragem lançados em vídeo como: “A Mulher no Quarto” (The Woman in the Room, 1983), “The Night Waiter” (1987), “The Boogeyman” (1995), “O Fantasma” (Ghosts, 1997), “Paranoid” (2000), “Primavera Vermelha” (Strawberry Spring, 2001), “Night Surf” (2002), “Rainy Season” (2002), e outros.

3: Entre os vários projetos anunciados ou em desenvolvimento com participação de Stephen King, teremos para 2008 o lançamento de uma mini-série para a TV inspirada no livro “O Talismã” (The Talisman). Como podemos perceber, o escritor Stephen King continua com seu trabalho bastante requisitado, mostrando que sua obra permanece despertando muito interesse aos executivos da indústria de televisão e cinema.

4: Esse artigo tem recebido constantes atualizações conforme vão surgindo novos filmes e produções em geral envolvendo o nome de Stephen King, porém acompanhar o ritmo de atividades profissionais do escritor é um trabalho difícil e podem ocorrer falhas e erros ao longo do texto (reforçando o que já foi registrado no item 1 das observações).

Stephen King – O Mestre do Horror Moderno
site: www.bocadoinferno.com / blog: www.juvenatrix.blogspot.com (postado em 09/03/06)